Estou em um banco na frente de um restaurante que não é tão longe do hospital em que eu estava. Harry foi comprar água, segundo ele e seus cuidados desnecessário; eu preciso me hidratar.
Se ele estiver me enrolando usando a Mandy como pretexto, ele vai ver só.
- Aqui está. - Harry chega me dando a água de repente, e que bom, pois eu já iria começar a planejar algo para ferrar com ele.
Bebo um pouco.
Olho para Harry que está super descontraído.
- Vai dizer logo o que quer ou pretende ficar enrolando o dia inteiro? - Pergunto de forma ignorante.
- Dá para você ser mais delicada comigo? - Ele pergunta.
- Só se você parar de ser um filho da mãe. - Rebato.
Ele bufa.
- Qual o seu problema comigo afinal? Me diz o que eu te fiz. - Ele me encara.
- Você só pode estar brincando. - Digo em tom de deboche.
- Estou falando sério. - Sua voz é rígida.
Viro o rosto para o lado para evitar a cara de falsa inocência dele.
- Você queria me beijar, Harry. Você é casado com a Liz, e ela ama você. Como pode ter coragem de fazer aquilo? - Respondi de forma séria, e educada até.
Sinto a respiração dele falhar, ele deve estar com peso na consciência agora, pelo menos agora ele irá refletir sobre o seu ato e******o.
Viro o rosto para ele, ele estar com o olhar morto e cabeça baixa.
- Ela não me ama... - Ele diz de repente e não termina a frase.
Como assim ela não ama ele?
Antes que eu possa falar, ele continua:
- Ela é melosa e tudo mais... só que ela vive me traindo com outro cara, um parceiro dela. - Sua voz é triste e vazia.
- Ela não faria isso com você, eu vi como vocês dois são.
Ele me olha como se eu tivesse dito algo que o feriu. Pronto, agora eu sou a culpada? Não, Helena. Você não é.
E se ele se sente tão abatido por isso e esse casamento de farsa, por que ele não termina logo de vez?
- Eu não posso terminar com ela. - Ele responde como se meu pensamento tivesse voz própria e que ele pudesse ouvir.
Não sei por que estou falando sobre Liz com ele, e não quero continuar a conversa. Já tenho muitos problemas para resolver na minha vida, e o relacionamento acabado não é problema meu. A única que me importa agora é a minha filha.
- O que você sabe sobre minha filha? É sobre isso que eu estou aqui para saber. - Mudo de assunto.
Ele não responde de imediato, até que diz uma coisa que eu já sabia:
- Ela está na Itália.
- Isso eu já sei. - Retruco.
- Está na Itália com o Max. - Ele diz calmo, diz uma coisa totalmente inesperada.
- O...o que? - As palavras fogem da minha boca.
- E não só o Max está por trás do sequestro da sua filha. - Harry continua, ele só pode estar querendo que eu tenha um infarte.
- O que você está dizendo, quem mais está envolvido?
- Alex, o Alex está ajudando ele. - Harry responde de uma vez.
Impossível.
- Como você pode dizer uma coisa dessas? Você está mentindo! - Estou indignada.
Harry ri sarcasticamente.
- Helena - Ele me encara - Você não acha estranho o Max ter saído do nada da sua vida e nunca mais ter dado sinal de vida? E o Alex, é normal para você o próprio pai não está dando a mínima para a filha pequena? Acorda, os dois estão querendo te destruir e vão fazer isso através da Mandy.
Olhando por esse lado, Harry tem toda a razão. Tudo foi tão de repente.
- E como você sabe de tudo isso? Pergunto.
Ele bebe um pouco da água que comprou.
- Tenho os meus contatos. - Ele responde.
- Ah, tem os seus contatos? Você joga essa bomba para cima de mim e é isso que você tem de argumento para eu acreditar que tudo é verdade, só pode ser piada.
Harry passa a mão com raiva pelos cabelos.
- Essa não é a questão aqui, Helena. A questão é que eu posso te ajudar a chegar até a Mandy.
- E por que você quer me ajudar? Como posso saber se devo confiar em você.
Ele segura minhas mão com força.
- Eu também acho que não mereço sua confiança, mas você só tem a mim. E eu quero te ajudar para você ter o seu bem mais precioso, que é sua filha. Eu sei como é perder um filho... - Ele para de falar.
Harry já foi pai...
- Só confie em mim, eu irei te ajudar. - Ele diz. Acho que ele não quer falar sobre o tal filho. Não vou pressionar.