- Ela não aguentou a pressão de saber que a sua filha está na Itália o lugar onde ela sofreu tanto, ela desmaiou ao saber. - Ouço Liz falando com alguém bem distante.
- Mas eu avisei para você esperar o momento certo. - Ouço Harry dizer de modo firme.
- Momento certo de que? - Liz levanta a voz.
- Para...
- Para nada! - Liz corta a fala dele, começando a jogar a realidade toda na cara dele - A filha dela foi sequestrada, Harry! O que ela mais precisa saber é coisas relacionada a filha; se temos alguma notícia, alguma aproximação de quando vamos dar a filha para ela abraçar novamente...
- Liz...- Harry tenta falar, mas ela não deixa.
- Eu ainda não acabei! - Liz avisa em tom alto - Não existe momento certo para falar em situações como essa, então não se intrometa nos meus casos e no meu trabalho. Ela não é só uma pessoa que estou ajudando, eu a considero uma amiga. Harry, não tente se intrometer.
Liz termina de falar e solta uma longa respiração de cansaço. Harry não diz mais nada e fica apenas em silêncio. Liz está certa em cada palavra que disse, não entendo a preocupação de Harry comigo.
Só não quero que os dois fiquem de m*l por minha causa, não quero atrapalhar a relação deles.
- É melhor eu ir embora, diz pra Helena que desejei melhoras a ela. - Harry fala com Liz e ouço ele fechando a porta.
Liz se senta rudemente em uma poltrona, bom, acho que é uma poltrona.
- Hum... - Faço um barulho para avisar que estou acordada.
- Helena, ah, está tudo bem? - Liz pergunta preocupada.
Ela me ajuda a ficar sentada na cama. Minhas costas estão doendo.
- Estou bem sim, obrigada. - Respondo - Você me trouxe para o hospital? - Pergunto ao reparar o pequeno quarto branco, e sim, acertei quando disse que era uma poltrona.
- Harry me ajudou a trazer você, ele ficou muito preocupado quando viu você no chão desmaiada. - Ela responde com um pouco de ciúmes na parte do "preocupado".
Preocupado? Por que ele se preocuparia comigo? Harry está agindo de modo estranho.
- Vou ficar aqui por quanto tempo? - Pergunto para não ficar com esse ar de incomodo em relação ao Harry no ambiente.
Liz cruza os braços e passa a língua pelo lábio inferior.
- Você receberá alta pela manhã, o médico disse que não foi nada grave, e te receitou um calmante. - Ela descruza os braços e pega sua bolsa de modo rápido que está no chão ao lado da poltrona e mostra o remédio.
Não acredito que ela comprou o remédio.
- Liz, não precisava ter comprado. - Digo envergonhada.
Ela sorri.
- Não foi nada, Helena. Eu só quero o seu bem e não foi nenhum problema ter comprado o remédio. - Ela diz tranquila e sorridente.
Sorrio também e estendo a mão, ela pega e apertamos a mão uma da outra ao mesmo tempo.
- Obrigada. - Agradeço.
Liz tem feito muito por mim esses dias, ela é uma pessoa muito gentil.
- Não precisa agradecer, só quero que continue firme para reencontrar sua filha. - Ela diz muito confiante.
- Eu irei. - Confirmo.
Liz solta minha mão.
- Vou comprar comida. Comida de hospital não é nada agradável. - Ela diz e faz cara de nojo.
Sorrio.
- Você tem toda razão. - Digo.
Liz ri.
- Não vou demorar muito, o que você quer que eu traga ?
- Hum, pizza. - Respondo, adoro pizza.
- Certo, não apronte nada mocinha. - Ela faz sinal de aviso com a mão e saí fechando a porta devagar.
Sorrio.
Liz é uma mulher incrível.
Olho ao redor do quarto, aqui não tem muita coisa; uma cama, uma poltrona e uma simples mesa de madeira pintada de branco.
Ah, minhas costas estão doendo muito. Tento deitar, mas não consigo, o que vou fazer agora? Vou chamar a enfermeira. A porta se abre de uma vez.
- Eu já ia pedir ajuda para a enfermeira... - Paro de falar quando percebo que é Harry que entrou no quarto.
- Desculpa entrar assim. - Ele diz baixinho, ele está suado e ofegante.
- Está tudo bem? A Liz foi comprar comida, ela não vai demorar. - Digo.
Eu sei que estou agindo de modo estranho agora, mas não tão estranho quanto o Harry. Ele está com uma expressão muito séria e parece querer fazer alguma coisa.
- Não estou aqui atrás da Liz. - Ele fala rápido se aproximando para perto da cama.
- E está atrás de quem? - Pergunto me fazendo de boba.
- De você. - Responde sem rodeios, engulo em seco.
Não tenho para onde fugir, não consigo me mexer. Só tenho movimentos nas mãos. Harry se aproxima para mais perto e toca em meu rosto.
- O que você está fazendo? - Pergunto e consigo segurar seu pulso retirando a mão do meu rosto.
Não quero que ele faça o que estou pensando.
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