BETINA
O Renan às vezes é um porre, sério. Ele insistiu tanto pra eu ir ao baile, dizendo que ia ser da hora, que a gente ia curtir juntos, mas quando cheguei lá, ele me tratou como se eu fosse uma criança. Não queria me deixar dançar em paz, como se eu não soubesse me virar no morro.
Ficava me puxando pra perto, falando que eu tava chamando atenção, que os caras tavam olhando demais. Eu entendo que ele quer me proteger, mas, meu Deus, eu não sou de vidro, não preciso de babá. Pra piorar, ele me deixou sentada no camarote, sozinha, como se eu fosse um enfeite, e foi conversar com uns caras do morro. Antes de ir, ainda teve a cara de p*u de dizer:
— Não sai daqui e não fala com ninguém. — Como se eu tivesse dois anos!
Eu fiquei lá, de braços cruzados, olhando a multidão dançando, o fu
