Dimitri
A felicidade estava estampada no meu rosto, finalmente era o dia de abrir as portas do meu novo restaurante, eu estava ansioso e ao mesmo tempo com medo, medo das pessoas não gostarem, medo de não conseguir alcançar meus objetivos , medo de não saber lidar com tudo sozinho, era a primeira vez que eu estava andando com minhas próprias pernas, agora já não tinha mais minha mãe para me ajudar, era minha vez de enfrentar o mundo sozinho e isso me causava calafrios e ao mesmo tempo uma paz nunca sentida antes. Olho para todos os meus funcionários que já estão apostos em seus devidos lugares, abro minha boca para dizer algumas palavras antes de abrir as portas do restaurante, mas sou interrompido pela cruz que me acompanha desde quando eu sair do meu antigo país.
- Ufa ... Cheguei a tempo – Ele coloca a mão no peito e respira fundo – Que transito infernal patrãozinho, quase chego atrasado ao meu primeiro dia de trabalho
- Você não vai trabalhar aqui! – Falo sentindo meu rosto queimar de raiva, Heitor estava me deixando doido, ele não só tinha se apossado do meu apartamento como também estava pegando minhas roupas emprestadas e um dia desses eu o peguei bebendo café na minha caneca da sorte, eu já estava ao ponto de jogar ele do décimo quinto andar – Vá procurar outra coisa para fazer que não seja me irritar – Sinto suas mão por cima do meu ombro, ele sempre faz isso quando quer alguma coisa minha
- O que é isso amigo?! Eu vim aqui de coração aberto, pronto para te ajudar e é assim que você me trata?! – Baixa a cabeça, lá vem o drama – Seu irmão não vai ficar satisfeito em saber que você tratou m*l o seu melhor amigo – Inferno!
- Tudo bem Heitor , pode ficar, mas nem pense em flertar com as clientes – Ele levanta a cabeça com um sorriso de canto a canto – Agora vamos ao que interessa – Pego a lista com o nome de todos os meus funcionários, começou a chamar um por um – Tatiana... – Espero alguns minutos e nada, minha chefe de cozinha está atrasada no primeiro dia de trabalho. Que Deus me ajude!
- Cheguei chefinho, o trânsito hoje estava uma droga – Heitor que estava do meu lado caminha em direção a ela, pega na sua mão e beija
- Olá Tatiana, sou sua alma gêmea – Reviro os olhos – Desculpa ter demorado tanto pra te achar baby– Tatiana sorri e olha pra mim
- Chefinho quem é esse gostoso?! – Isso só pode ser uma piada de mau gosto, Heitor olha pra mim com uma expressão de surpresa.
- Ela me chamou de gostoso ?! Acho que desiste de trabalhar hoje pra você – Volta a olhar pra Tatiana – Vamos sair daqui baby e ir direto pro meu apartamento – Sem conter minha fúria vou até ele e o puxo pelo braço
- Tatiana, vá para a cozinha, por favor, faça seu trabalho – Ela da uma piscada de olho para o Heitor que está todo bobo, caminha rebolando para a cozinha, olhou serio pra ele – Heitor, o que eu te falei a respeito de flertar com as garotas aqui ?! Estamos aqui pra trabalhar e não namorar – Largo o seu braço tentando ficar calmo
- Você disse pra não flertar com as clientes e pelo que eu sei o amor da minha vida é sua funcionária – Passo minhas mãos no rosto
- Vá embora Heitor antes que eu esqueça que você é o melhor amigo do meu irmão
- Cara – Ele rir – Eu não tenho culpa se sua funcionária é gostosa pra c*****o
- Vai se f***r e outra a merda do apartamento é meu
Depois de alguns minutos abrimos as portas do restaurante, eu estava suando frio enquanto esperava o meu primeiro cliente adentrar a porta de entrada, não conseguia tirar o olho da mesma até que uma garotinha entra dando alguns pulinhos e logo em seguida uma mulher de cabelos amarelos, um olhar triste mesmo estando rindo entra junto com ela. Nessa hora sinto um frio na barriga, minhas mãos já estavam suando antes e agora estão encharcadas, as pernas estão bambas e eu sinto como se só existisse nos dois no mundo inteiro. Será que isso é amor à primeira vista?! Merda! Estou parecendo o Heitor e suas paixonites. Levo um pequeno empurrão quando a Tatiana corre para falar com a mulher e a garotinha.
- Amiga você veio! – Elas se abraçam – Não acredito que aquele maldito deixou você vim – Eu não queria escutar a conversa delas, mas era inevitável então fiquei ali observando as duas enquanto a garotinha rir pra mim.
- Não o chame assim na frente dela – A mulher repreendeu, Tatiana fala muito igual ao Heitor, talvez eles sejam almas gêmeas mesmo – Daniel avisou que chegara tarde hoje então aqui estamos-nós
- Você sabe que ele deve estar com outras né ?! - Qual homem no mundo deixaria uma mulher tão linda assim para procurar outras?! Ele só pode ser louco
- Tatiana... – Ela repreende a amiga de novo – Não vim aqui pra falar disso, estamos morrendo de fome né ratinha?! – Seus lábios se abrem em verdadeiro sorriso ao olhar para a garotinha que deve ser sua filha.
- A fome que eu estou comeria até um boi – A garotinha fala e eu acabo não me segurando, solto uma gargalhada alta
- Está escutando nossa conversa chefinho?! – Todas olham para mim até mesmo a bela mulher – Mary esse é o meu chefe, Dimitri – Ela aponta para mim – Dimitri essa é minha melhor amiga Mariana – Ela aponta para linda mulher a minha frente, caminho em direção a ela sentindo que todo o mundo tinha parado para ver o nosso momento, pego em sua mão e sinto uma pequena eletricidade que passa por nós dois
- É um prazer te conhecer Mariana
- O prazer é todo meu Dimitri – Nossos olhos se encontram e eu posso sentir que toda minha vida não tinha significado até hoje, até encontrar os belos olhos dela, talvez eu estivesse louco ou algo do tipo, mas eu já sentia que a amava mesmo antes de conhecê-la, ficamos assim parados sem se importar com o que se passava ao nosso redor até que uma voz feroz nos interrompe.
- Mariana – Desvio meu olhar para trás e me deparo com um homem de cara fechada, ele caminha em nossa direção e a puxa com toda força para perto dele – O que minha mulherzinha faz a essa hora fora de casa? – Ele está apertando o braço dela e eu posso vê nos seu rosto o pavor que a mesma está sentido
- Eu ... ahã ... nós duas estávamos com fome e eu resolvi vim ao novo restaurante – Ela gagueja enquanto seu corpo treme – Meu sangue esquenta, fecho minhas mãos em punhos tentando não partir pra cima do cretino que está na nossa frente, esse não é jeito de se tratar uma mulher – Me larga Daniel, você está me machucando – Ela tenta sair do seu aperto , mas o cara a puxa com mais força , Chega!
- Largue ela – Falou já sentindo toda minha calma indo para o espaço – Isso não é jeito de tratar uma mulher – Vejo seu rosto fica vermelho de raiva assim como o meu deve está , ele vem pra cima de mim
- Quem é esse merda pra vim falar de como eu devo tratar a minha mulher?! – Acho que todas as minhas aulas de boxes depois da morte da minha mãe vão serve pra alguma coisa