Matteo Fazia menos de uma hora que a Hanna tinha sido levada para a UTI, mas para mim, parecia que o tempo tinha congelado. Eu estava encostado na parede do corredor, os braços cruzados, os olhos fixos na porta de vidro que dava acesso ao quarto dela. De tempos em tempos, uma enfermeira passava para checar os equipamentos, ajeitar os curativos, ajustar o soro. Cada vez que a porta se abria, meu coração disparava, numa esperança quase irracional de vê-la abrir os olhos. Minha mãe e Dona Ângela estavam sentadas nos bancos do corredor. Dona Ângela ainda rezava em silêncio, o terço enrolado entre os dedos trêmulos. Meu pai falava baixo com o chefe da segurança no celular, coordenando o reforço da proteção em volta do hospital. Ninguém relaxava. Nenhum de nós conseguia. Me aproximei do vidro

