Matteo O tempo passou devagar enquanto aguardávamos. O tic-tac imaginário no fundo da minha mente parecia zombar da nossa ansiedade. Eu não soltava a mão da Hanna em momento algum. Dona Ângela estava ao lado dela, e minha mãe, um pouco mais afastada, também mantinha os olhos fixos na filha. A porta se abriu suavemente. Era o doutor, acompanhado de dois enfermeiros. — Senhor Matteo — ele começou, com um leve aceno —, vamos levá-la agora para o centro cirúrgico. A equipe já está pronta. Vai ser um procedimento delicado, mas estamos confiantes. Assenti, engolindo em seco. Acariciei o rosto da Hanna uma última vez antes de soltar sua mão. Só espero que ela não fique chateada comigo quando acordar por ter tomado essa decisão sem a permissão dela. — Vai dar tudo certo, meu amor — sussurrei.

