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1601 Palavras

Liane Baldoni Eu acordo com o som suave do choro do Cassius ecoando pelo quarto. Os meus olhos ainda estão pesados e o meu corpo mais ainda. Sinto como se eu não tivesse dormido nada, mesmo tendo cochilado por algumas horas. A maternidade é isso? Um eterno estado de exaustão e, ao mesmo tempo, de amor desesperado? Me sento na cama com dificuldade, sentindo as dores que o parto deixou como lembrança. Não é só o corpo que dói. Tem dias em que a alma também pesa. Puxo a manta devagar, ajeito a camisola de amamentação e me levanto, cambaleando até o berço. Cassius está ali, com o rostinho enrugado e as mãozinhas fechadas enquanto resmunga baixinho. Assim que o pego no colo, ele se acalma. É automático. Isso me dá um alívio imenso, como se, apesar de tudo, eu estivesse fazendo alguma cois

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