III Capitulo – Escolhas e Objetivos

1518 Palavras
        O tempo passou bem rapidamente, Demétrio se pôs a se dedicar mais aos estudos, com isso, conversando com Karine, ele evitaria busca-la depois da escola, mas sempre que precisasse dele, ela poderia lhe ligar. Foco, era tudo que ele precisava no momento.       Com tudo que ocorreu, Karine conversou com sua mãe sobre Rodrigo. Mesmo sem concordar com o que acontecia, Lídia achou por certo mantê-la sobre seus olhos. - Demétrio não está indo mais te buscar no final da aula? Sua mãe lhe perguntou ao entrar na cozinha e ver Karine a mesa, terminando de almoçar. - Ele disse que precisava focar nos estudos. - Não foi por causa do Rodrigo? Lídia levou o copo até a boca, observando sua filha. - Claro que não mãe. Demétrio é meu melhor amigo, e ele sabe que nada é mais importante do que ele. - Rodrigo não se incomoda com isso? Sua mãe parecia lhe analisar. - Aonde quer chegar dona Lídia? - Concordei com esse namoro entre você e esse rapaz. Mas, quero total dedicação nos estudos. E, Demétrio estava fazendo você ter isso. - Eu prometi que não deixaria minhas notas caírem, não foi? - Sim, prometeu. Assim como tinha prometido que não namoraria até terminar o ensino médio... - Mãe, mãe, mãe por favor! Eu prometo que nunca mais quebro uma promessa com a senhora. Tudo bem?      Lídia apenas fez uma careta, com um beijo no rosto da sua filha a deixou sozinha.    Karine ainda ficou um bom tempo ali, pensando na conversa que teve com sua mãe.        Era tarde da noite, o sono quase estava chegando quando ouviu seu telefone tocar. - Aló. - Dormindo?       Karine olhou para o relógio na cabeceira da cama. O quarto totalmente escuro, tendo apenas a luz do celular iluminando. - Não. - Vem aqui fora. - Não dá, minha mãe briga. Respondeu ela sorrindo.       Do outro lado da linha, ela ouviu o som de seu sorriso. - Vem, é rápido.      Karine colocou um casaco, ao sair do quarto deu de cara com sua mãe que segurava na mão um copo com água, onde possivelmente tinha ido na cozinha pegar. - Onde pensa que vai? - Demétrio está lá fora. Quer falar rapidão comigo, tudo bem? - Tudo bem, mas rápido. Não quero que depois fiquem falando m*l de você.       Ela beijou o rosto de sua mãe e saiu.      Demétrio estava usando um casaco de frio, naquela noite estava fazendo bastante. Ao baixar o capuz assim que a viu, Karine reparou que o cabelo dele estava bem maior. - Quer deixar seu cabelo maior que o meu é? Ela perguntou, tocando nele, o bagunçando.       Ele sorriu de lado, e Karine achou aquele gesto bastante atraente ou era porque não o via há tempos? - Eu tenho uma boa e uma boa notícia. Qual quer ouvir primeiro? - A boa notícia. - Eu passei. Ganhei a bolsa de estudos.      Karine o abraçou eufórica, e o perfume amadeirado do corpo dele invadiu o nariz dela. - Parabéns! Ela se afastou sem graça. - Nunca duvidei da sua capacidade. - Obrigado. - E qual é a outra boa notícia?      Ele demorou um pouco mais pra dizer. - Eu vou estudar no exterior. Ele parecia sério ao relatar.      Karine parou de sorrir no instante em que ouviu. - Não ficou feliz? - Não é isso... é que... - Eu to brincando. - Aí... Ela lhe deu um empurrão. – Seu chato! Por um momento eu pensei que tinha perdido você.      Ele gargalhou. - Você não me perdeu. Eu estou aqui. Demétrio tocou o rosto dela, enxugando a lagrima que teimou em cair. – Vou sempre está aqui. - Seu bobo! Karine o abraçou com força. – Eu estou feliz por você, de verdade.      Demétrio se afastou. - Era isso, eu queria te contar, pessoalmente, já que há algum tempo não nos víamos. - Obrigada. - Eu começo na semana que vem. E, daqui há um ano vou pra faculdade de publicidade e propaganda. - Eu to orgulhosa.       Os dois se olhavam, e no ar aparecia um ponto de interrogação entre os dois.      Lídia apareceu na entrada da casa. - Oi Demétrio. - Dona Lídia. Ele abaixou a cabeça. - Desculpa tirar sua filha assim da cama. - Sei bem como é, mas já está na hora dela voltar. Lídia parecia observar os gestos do rapaz na sua frente. Na verdade, ela observava os dois pela janela desde o começo. – E você precisa também ir, está muito tarde pra ficar assim na rua. - Eu sei, desculpa e obrigado mais uma vez.   - Vá direto pra casa. - Até mais.          Demétrio acenou antes de se afastar da casa dela e montar em sua bicicleta.        O ano que se seguiu foi entre estudos e trabalho.       Com muito esforço, ele conseguiu ganhar algumas medalhas para sua nova escola, o que lhe rendeu alguns bônus. Com isso ingressou em uma Faculdade.       Um ano depois, Karine conseguiu passar no vestibular e entrar numa Faculdade também. Os dois mantinham contato sempre que podiam. Com idas e vindas, ela decidiu terminar seu namoro com Rodrigo, assim somente se concentrando em seus estudos.        Com algumas economias durante o trabalho na lanchonete e a ajuda de custos durante o período escolar, Demétrio conseguiu comprar seu primeiro carro. Não era um carro do ano, mas pelo menos andava. Assim, podendo pegar Karine na volta pra casa.       Passando seu braço ao redor dos ombros dela, quem os visse juntos diziam que eram um casal de namorados. Entretanto, Karine e Demétrio eram apenas amigos. - Como foi sua aula hoje? Perguntou Karine após colocar o cinto de segurança. - Foi tranquila.     Ela ficou esperando-o falar mais, entretanto o mais não aconteceu. O que a deixou surpresa. - Está tudo bem Demétrio? - Está sim. Ele olhou pra ela. – Vamos tomar sorvete? - Aceito.          Ela se serviu com duas bolas de creme e uma de menta. Ela adorava o sabor misturado. Demétrio a observava se comportar como uma criança quando colocou a primeira colher na boca. - Você não está bem. Eu to sentindo isso.        Os dois sentados a mesa se olhava sem desviar o olhar. - Eu vou embora Karine. - Mas a gente nem terminou de tomar sorvete.      Ele sorriu. - Eu vou estudar no exterior. - Lá vem você de novo. Ela lhe empurrou de leve. - Eu já cair nessa história uma vez, não vou cair de novo. - Eu to falando sério.       Demétrio viu o sorriso dela desaparecer, e a mão dela soltar a colher do sorvete como em câmera lenta. - Não está brincando? Ela olhava sério pra ele, mas sentindo seus olhos marejados. - Não. - É pra estudar? O tom de sua voz havia mudado. - Sim.       Ela respirou fundo, enxugando as lagrimas. - Eu vou sentir sua falta, mas se é pra garantir seu futuro... - Eu vou voltar. Ele tocou o rosto dela. - Não é um adeus. - E quando você vai? - Tenho essa semana pra organizar algumas coisas, e sábado meu voo parte para Irlanda. - Affs! Odeio quando meu nariz fica entupido.       Ele se levantou de onde estava, e foi até ela. A abraçou, ficando um bom tempo ali. Karine sentia aquele cheiro amadeirado, ela o abraçou mais forte, desejou que aquele cheiro ficasse em seu corpo. - Vamos tomar sorvete e comemorar. - Eu vou querer um pouco mais. Respondeu ela, fazendo careta. - Eu pago.         Os dois sorriram.         Decidiram ir embora, e agora ambos estavam em silencio total dentro do carro. - Você tirou sua carteira, não foi? Demétrio perguntou sem deixar de olhar pra frente. - Tirei há algum tempo. Ela o olhou. – Por que a pergunta? - Nada.         A casa de Karine não era tão longe, Demétrio ainda trabalhava na lanchonete em meio período e morava na parte de trás no pequeno quartinho.           O voo dele partiria em três horas exatamente, horário esse em que Karine estaria na aula, e que a pedido dele não iria faltar. Ele então decidiu dar seu carro para ela. Deixá-lo em uma garagem apenas acabaria com ele com o tempo que fosse ficar lá, pois não sabia quanto tempo seria esse. - Tem certeza disso? Perguntou Karine recebendo a chave. - Claro sua boba. Mas, se quiser eu dou pra outra pessoa. - Não! Eu aceito, mas vou te devolver quando você voltar. Ela o olhava. Demétrio tinha cortado o cabelo, mas ainda mantinha o estilo bagunçado. – Vou sentir falta de você. - Eu amo você Karine. - Claro que me ama, assim como amo você.       Demétrio sabia que aquelas palavras não tinha o mesmo tom e peso que as dele.  Com as mãos no bolso, ele beijou o rosto dela quase tocando sua boca, deixando Karine corar com o gesto. - Seu bobo! Te desejo todo sucesso do mundo e boa sorte. - Obrigado.        Com um último abraço, entrou no carro particular que o esperava. Já ao longe, ainda conseguiu ver Karine acenar pra ele. “Seria um adeus? Deveria ter falado o que sentia? Só o tempo dirá. 
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