Zephyr encarava as flores de alecrim repousadas num vaso em sua mesa. Havia um arrependimento silencioso em seus olhos — talvez fosse melhor nunca ter aceitado aquele presente. Toda vez que erguia os olhos, a luz roxa do arranjo o cegava com lembranças; toda vez que abaixava a cabeça, o aroma o arrastava de volta a ela. Nefertiti. Ele tentou removê-las mais de uma vez. Mas sempre hesitava. A imagem dela, sorrindo pela primeira vez ao saber que ele deixaria o vaso em seu escritório, o paralisava. Nefertiti não era uma mulher que ria facilmente. A risada dela naquele dia, leve e quase incrédula, parecia vir de outra pessoa — uma que não reagiria mesmo diante da morte. Aquela lembrança o inquietava. Não era um riso caloroso. Era sede. Uma sede indesejada. Não dele por ela — mas dela por al

