Matheus Santos
Jacarezinho, RJ
Estava voltando da boca, os caras foram gente boa comigo. Todo mundo gostou da notícia que eu agora fazia parte da tropa. Mas com certeza, quem não vai gostar nem um pouco disso é meus pais.
Tiro um pouco dessa neurose da minha cabeça e chego na casa da minha avó, Joana. Bati na porta e vejo Rebeca, ela me olha de cima a baixo com a cara de deboche e arqueio a sobrancelha olhando para ela.
- Qual foi, maluca? - Pergunto olhando pra ela.
- Tava aonde? - Ela pergunta e dou dedo a ela, passando por ela e entrando na casa. Ao entrar na sala vejo Aurora e outra menina sentada. As duas viram para mim e meus olhos vão diretamente na menina que eu não conheço.
Ela é muito gata, tem cabelo preto liso, pele branca, um rosto arredondado e parece ser bem tímida. Dou uma olhada rápida em seu corpo e vejo que seu corpo é gordinho e bem desenhado.
- Cadê minha avó? - Pergunto voltando meu olhar para Rebeca e ignorando as duas que estavam na sala.
- Saiu - Ela diz e arqueio a sobrancelha confuso.
- Essa hora? - Pergunto sem entender.
- Nossa avó é vivida, Matheus - Ouço Aurora dizer e viro meu olhar para ela, noto que a menina me olhava de canto de olho - Foi beber com umas amigas, já deve estar chegando!
- Vou esperar ela - Digo e me sento no banquinho do balcão da cozinha.
- Era só o que me faltava - Rebeca diz revirando os olhos - Já que vai encher nosso saco, pelo menos faz um patrocínio e compra uma pizza pra gente.
- Jaé, só pra tu parar de encher meu saco - Digo pegando meu celular e ligando para um parceiro que vende pizza aqui na favela. Elas dizem o sabor e peço a pizza para ele, pego logo duas pizzas família, uma salgada e uma doce, peço também um refrigerante e desligo a ligação. - Já pedi, ele vai trazer daqui a pouco.
- Oh aleluia - Aurora diz e reviro o olho - E tu tava aonde, Matheus?
- Com algum put@, certeza - Rebeca diz
- Me respeita, garota - Digo - Tava resolvendo umas questões aqui.
Elas ficam um pouco cismadas, porém não dou muito assunto e começo a mexer no meu celular. Elas então me ignoram e começam a conversar e assistir. Foi aí que eu ouvi a voz da garota, que até então estava calada. Ela tem uma voz meio meiga e parece ser bem tímida.
Assumo que fiquei um pouco intrigado com ela, pois nunca vi ela aqui no morro. Levanto meu olhar para ela e ela não percebe, ela e as meninas tão conversando sobre alguma coisa que fez ela sorrir, percebo que ela usa um aparelho que é somente uma linha, se não me engano é igual ao que Rebeca já usou, que ela tirava e dps colocava de novo. O sorriso dela é bem bonito, e o aparelho deu um charme maneiro.
Ouço a buzina lá fora e vou até lá, vejo Rebeca atrás de mim. Ela me ajuda a pegar as pizzas e eu faço o pagamento pra o motoboy, entramos em casa e colocamos as pizzas no balcão. Aurora e a menina levantam e vem até o balcão. Consigo ver melhor o corpo dela e porr@, gostos@ pra caralh0. Ela tava usando um short de dormir, bem molinho e um camisetão, porém não muito grande que escondesse seu short completamente. Me permitindo ver o balanço da sua bund@ gigante enquanto ela andava. Ela é mais baixa que eu e seu cabelo é bem grande, quase chegando em sua b***a.
Minha mente acaba indo longe, pensando na possibilidade de puxar esses cabelos, enquanto dou alguns tapas nessa b***a. Acabo mordendo os lábios só de pensar. Porém, saio dos pensamentos e vou pegar meu pedaço de pizza. Passo perto dela e sinto o cheiro do seu perfume, é doce e bem gostoso.
Ouço a porta abrindo e vejo minha avó entrar, ela olha para mim e sorri.
- Meu amor, o que tá fazendo por aqui? - Ela pergunta vindo até mim e me abraça.
- Passei pra ver como a senhora tava - Digo abraçando ela.
- Eu tô ótima - Ela diz sorrindo e me olha de cima a baixo - E você também! Tá um gato!
- Puxou a irmã - Rebeca diz passando a mão pelo corpo dela.
- Não esquece que eu sou mais velho, ou seja, você que puxou a mim - Digo irônico e ela me dá lingua, fazendo a gente rir. - Vem cá, vó.
Vou saindo para o quintal e ela vem atrás de mim.
- Toma - Entrego a ela um pacote com uma quantia de dinheiro - Isso é pra senhora ir no médico ver o que tá acontecendo com a senhora e pra comprar os remédios que ele passar.
Ela arregala os olhos e me olha assustada.
- Não precisa, meu filho - Ela diz e tenta me entregar o dinheiro de volta - Eu vou ir no posto de saúde mesmo, particular é muito caro!
- Não, nada disso! Se a senhora não aceitar, eu vou entregar a Rebeca e ela é pior que eu na insistência - Digo sincero e ela respira fundo concordando.
- Obrigada, meu amor - Ela diz me abraçando - Você é uma benção na minha vida!
- Que nada! Só tento retribuir por tudo que a senhora fez por mim quando eu era criança - Digo sorrindo - Fez tanto por mim sem nem me conhecer, cuidou de mim como se fosse seu sangue.
- Você pode até não ser parte do meu sangue, mas você sempre vai ser meu neto e irmão de Rebeca - Ela diz sorrindo e eu dou um sorriso sincero.
Voltamos para a casa e as meninas já estão sentadas no sofá assistindo e comendo. Eu e minha avó pegamos um pedaço da pizza e me sento ao lado de Rebeca no sofá.
- Vai embora não é? - Ela pergunta e dou um sorriso debochado
- Vou dormir aqui - Minto e ela me olha desacreditada.
- Você é insuportável - Ela diz e eu concordo.
Fico ali conversando com elas e descobri que a menina se chama Luiza, é amiga de Rebeca do cursinho que ela tá fazendo pra passar na faculdade. Ela não mora aqui no morro, mora no mesmo bairro onde Rebeca faz o cursinho e aparentemente tem uma certa condição, porém nada exagerado.
- Já vou pegar meu rumo - Digo me levantando do sofá e elas me olham - Qualquer coisa passa o rádio!
- Para de falar igual a K9, garoto - Rebeca diz revirando o olho e dou um sorriso malicioso, ela então me dá um tapa no braço e dou risada.
- Te amo, chata - Digo e dou um beijo em sua testa.
- Também te amo - Ela diz e me abraça - Chegar em casa me avisa!
- Belê - Digo e vou até Aurora, abraço ela e me despeço.
Por fim vou até a menina e olho nos olhos dela, ela se levanta e dou um abraço nela também. Minhas mãos param em suas costas, mas minha vontade era de descer minhas mãos até sua bund@ e dá uma boa apertada.
- Prazer em te conhecer - Ela diz.
- Digo o mesmo - Falo próximo ao seu ouvido e vejo ela se arrepiar.
Dou um sorriso satisfeito e a gente se afasta do abraço. Saio da sala e vou até a cozinha, me despeço da minha avó e vou embora. Sigo caminho para Rocinha e enquanto isso a menina permanece na minha cabeça, o cheiro dela acabou ficando em mim, e assumo que eu gostei.