ANTHONY NARRANDO
Minha vida nunca foi fácil. Meu pai era do movimento e, desde cedo, tive contato com essa vida. Cresci junto com o Murilo, mas nossa vida era muito diferente: ele tinha tudo que queria; eu nem roupa tinha direito. Minha mãe morreu quando eu tinha 1 ano. Depois disso, quem cuidou de mim foi minha avó; ela morreu quando eu tinha 5 anos. Meu pai não queria me colocar numa escola — meu sonho era ir pra escola como todas as crianças, mas não podia. Quem me ensinou a ler e a escrever foi dona Priscila, mãe do Murilo. Até hoje ela cuida de mim; ela é como uma mãe.
Depois que meu pai morreu, passei um tempo na casa dela. Depois que Murilo assumiu o morro e virei braço direito dele, comecei a juntar um dinheiro e hoje tô construindo minha casa. Tô aproveitando minha vida ao máximo — não sei o dia de amanhã. Ser braço direito do chefe não é fácil: é muita correria e perigoso também.
No dia do baile, conheci uma mina que ia mudar um pouco meu destino. Chego no baile e vejo uma mina linda, de cabelo longo, branquinha, com um vestido preto de brilho e um salto alto, dançando. Vou na direção dela e me apresento — ela também. Ela se chama Milena. Conversa vai, conversa vem, dou um beijo nela e depois chamo ela pra ir na minha casa. Ela fica meio indecisa, mas aceita. Chegamos lá; rolou vários beijos e o clima esquentou. Tava tirando a roupa dela quando...
Milena: Eu tenho que te falar uma coisa, nunca fiz isso, é a primeira vez.
Caralho, fiquei sem reação — uma gostosa dessa e é virgem. Nunca tirei a virgindade de nenhuma mina. Só falei pra ela: “relaxa, que eu vou te ensinar.” Faço com cuidado pra não machucar ela. Depois que a timidez dela passou, ela já tava sentada em mim, gostoso. Fizemos várias posições gostosas e, claro, toda proteção — só na última que não usamos. Pra mim não ia dar em nada. Depois daquela f**a gostosa, ela foi embora e pensei que ia voltar pros bailes dos outros dias... mas não — a mina sumiu.
Passou 1 mês. A amiga dela veio até mim querendo meu número; ela queria falar comigo. Fiquei surpreso, mas passei. Depois de um dia cansativo vou pra casa, pego meu celular e tá cheio de mensagem de p**a querendo atenção. Fico ali vendo as mensagens quando alguém me liga de um número desconhecido — atendi e era a mina.
📞 Ligação
Milena: Oi, sou eu, a Milena. Tô querendo falar uma coisa muito séria com você.
Fico curioso e mando ela soltar logo o papo. Só espero que não venha com melação por meu lado.
Anthony: Oi, gata, você sumiu? Pode falar o que você quer?
Milena: Nem sei como falar isso pra você, mas tô grávida. Sei que você não vai querer, então vou abortar. Tô te avisando pra não ficar com a consciência pesada.
Na hora fico em choque — nunca me imaginei como pai. Mas a mina não tem culpa disso e não vou deixar a criança sofrer por erro nosso.
Anthony: Tá doida? Não faz isso não. Nenhum dos meus sonhos era esse de ser pai, mas é meu filho e não vou deixar você fazer isso.
Queria ver ela, mas ela disse que tava trancada em casa, que o irmão dela não deixa ela sair. Vou tirar ela de lá. Peço a localização da casa dela e mando ela arrumar as coisas — se ela não quiser trazer nada, eu ia comprar tudo depois. Vou chegar quebrando tudo; se tiver que matar, eu mato, mas vou tirar a mãe do meu filho daquela casa, c*****o! Tô me sentindo estranho com essa notícia.
Anthony: Já tô indo. Me espera aí e arruma logo tuas coisas.
Ligação off.
Desligo e chamo uns homens pra ir comigo. Pego o meu carro e vou na direção da casa dela. Chego lá; os seguranças não queriam me deixar passar, mas consigo — compro uns seguranças de lá, subo e arrombo a porta. Ela se assusta; pego ela e a mala dela e volto pro morro. Aluguei um apartamento pra ela até minha casa ficar pronta. Ela vai morar lá com o nenê.
A gente não tem nada, somos unidos em tudo que tem a ver com o nenê. Hoje ela tá com 6 meses e a barriguinha já tá grande — ela tá linda. Cuido dela com todo carinho. Um dia ela falou que tava começando a gostar de mim, mas já tirei a esperança dela: não quero ninguém me chamando de amor e essas coisas. Ela entendeu; somos amigos e tá ótimo assim.
Agora ela só tem a mim e nosso nenê como família. Nunca imaginei ser pai e nem era o sonho dela também em ser mãe, mas vamos ser os melhores pais do mundo pro nenê. Tomara que nasça logo — ela tá me deixando doido toda hora que comer — mas tô curtindo todo esse momento com ela. Amanhã é o dia de descobrir o sexo do bebê, e tô ansioso demais.