Capítulo 4

2007 Palavras
Fernanda pov. Meus pés doíam mas nem eu ou a Nat queríamos parar de dançar, não lembro quantos copos virei essa noite só sei que nesse momento estamos subindo em cima do balcão do bar e é um ótimo lugar para se ter acesso a vista ao redor e também do camarote, não posso sair das vistas dos gêmeos. Nem consegui por a perna por cima do banco e mãos fortes me agarram a cintura me obrigando a firmar meus pés no chão, eu tava um pouco tonta mas consegui ficar em pé. __ Me solta __ Minha voz estava arrastada e parecia um pouco lamentável de se ouvir. __ Pra você cair e correr o risco de ter uma perna quebrada? É melhor não __ Aquela voz era inconfundível mesmo com meu sistema cheio de álcool. __ Sai daqui Ryan, ninguém precisa de você aqui me solta __ Empurrei seus braços mas não adiantou muita coisa __ Anda me solta, ou eu vou chamar os gêmeos. __ Eles não tão no camarote caso não tenha percebido __ Procuro rapidamente pelo local mas percebo que eles não estão lá __ Tiveram uma emergência então eu vou te levar em casa. __ Hã? Não, eu posso muito bem ir sozinha. __ Certeza? Não acho que seja uma boa ideia. __ Quem liga pro que você acha, vai atrás da sua irmã que eu sei me virar tá legal __ Falei indo aos tropeços até onde a Nat tava, que era em cima de uma mesa com dois caras assistindo sua performance na mesa. __ Nanda até que enfim te achei, anda sobe aqui comigo, vem. __ Temos que ir, desce daí vai __ Agarro sua mão ajudando ela a descer da mesa. __ Pra onde a gente vai __ Perguntou se apoiando em meus braços enquanto a levava até onde Ryan estava, não era longe o problema era que a Nathalia estava jogando todo o peso em cima de mim. __ Vamos vazar antes que as coisas comecem a esquentar aqui. __ Esquentar como? __ Fui ignorada enquanto era arrastada para fora do estabelecimento pelas portas dos fundos, de combo com uma Nathalia quase caindo ao meu lado __ É sério cara, me responde. __ Não pergunta e anda tá legal, se quer saber nosso lindo pescoço está na mira agora, então anda. Não questionei mais nada o problema foi que Nathalia parou para vomitar agora, afastei o cabelo de seu rosto e acabei ouvindo passos suaves vindo em nossa direção, tenho certeza que Ryan também ouviu porque nossos olhares se encontraram então nos viramos arrastando Nathalia pelo braço enquanto corríamos pela direção contrária, mas que m***a. __ Por quê estamos sendo seguidos __ Questionei ainda correndo ao seu lado parando apenas para ele jogar Nathalia por cima de um dos ombros. __ Assim é mais rápido, e respondendo sua pergunta eu também queria saber o por que. __ Sua voz estava baixa mas tinha um tom grave meio irritado. __ Se você não sabe, então por quê estamos fugindo __ Perguntei já ofegante e acabei parando um pouco para respirar, faz tempo desde minha última caminhada coisa que só fiz lá no Rio. __ Não para p***a, tá querendo morrer? __ Morrer? Você que tá me fazendo correr esse tipo de risco, cadê os gêmeos ein? __ Já disse que eles vazaram tá legal?! Talvez foram verificar as coisas ao redor depois de perceber alguma coisa estranha. __ Então você já tinha percebido alguma coisa? Por quê não falou logo? __ Fernanda presta atenção, não é hora pra isso tá legal?! Só corre beleza __ O olhei de cara fechada e então voltei a correr o seguindo pra sabe Deus onde ele vai me levar. __ Se questionar só vai nos atrasar e dá brecha pra quem quer que esteja atrás da gente nos encontre, nosso foco é fugir sem ser percebido. Faço um som de concordância e volto a me concentrar no caminho, os gêmeos não devem estar longe, provável que foram verificar a área e então voltarão para me buscar, ou eles podem terem ido buscar possíveis reforços já que hoje o pessoal da gangue não está toda aqui, se formos contar somente 15 integrante da gangue estão aqui o resto está espalhado por algum lugar que eu desconheço. Depois de correr por cerca de meia hora nós paramos no meio fio em uma rua deserta que tinha no fim do beco que usamos como saída da lust, um carro se aproximava em alta velocidade e eu fiquei tentada a me esconder atrás do Ryan mesmo que ele ainda estivesse segurando a Nathalia eu não tinha alguém que pudesse me proteger de verdade, até porque meus irmãos vazaram e eu não sei onde eles podem estar e se estão em perigo, não sei como ainda não tive um ataque aqui. __ Vamos embora antes que eles nos achem, porque aí sim as coisas vão ficar feias. Apenas acenei com a cabeça e entrei no banco traseiro com Nathalia sendo colocada ao meu lado em seguida, virei o rosto para a janela e fingi dormir pra não ter que olhar ou responder as perguntas de Ryan e do seu amigo que estava no volante, a pessoa que estava dirigindo era Christian e ele parecia bastante tenso enquanto passava um relatório detalhado de quem invadiu a boate e tentou arrombar os cofres escondidos abaixo do prédio, não era minha intenção ouvir mas eles estavam achando que eu dormi então não posso fazer nada a respeito a não ser ouvir. __ Tô te dizendo cara, tem dedo podre aí __ Chris reforçou novamente __ Alguém de dentro tá andando com os ratos e eles estão fuçando nossas lixeiras Ryan, isso não é mais uma brincadeira pra te irritar ta legal, eles querem alguma coisa e só tão jogando com a gente pra ver até quando vamos fingir que não é alguém da gangue. __ Eu não queria dizer isso... mas traidores não respiram junto com a gangue, já que esses ratos estão soltos fazendo bagunça está na hora de botarmos ratoeiras para controlar esse enxame __ O tom grave e irritado me causou um calafrio nada agradável, no fim nunca foi minha intenção ouvir a conversa deles, foi coisa do acaso e quando menos percebi eu dormi de verdade. [....] Despertei com o cheiro de café recém feito, me virei na cama olhei a hora no celular e já eram 14:18 da tarde, e p**a m***a acordei tarde demais, ia levantar para ir ao banheiro mas percebi que esse não é o meu quarto, pra dizer a verdade acho que nunca vi esse quarto na minha vida. Levantei enquanto olhava ao redor com a mão na cabeça, estava com uma enxaqueca terrível e depois de olhar um pouco eu vi uma foto de Ryan, Nathalia e creio que a mãe deles na mesinha ao lado da cama também vi uma cartela de aspirina e um copo de água dispostos ali, creio que para mim tomar eu acho. Depois de tomar o remédio eu fui na direção do banheiro, no local tinha toalha limpa uma troca de roupa em cima do balcão da pia e uma escova de dentes lacrada, vi algumas embalagens de shampoo e condicionador então aproveitei para lavar o cabelo que tava com um cheiro r**m, não demorei mais que 40 minutos no banheiro escovei bem minha boca pra não ficar com cheiro forte de quem bebeu até um gambá morrer na boca. quando saí do banheiro já estava vestida e com o cabelo enrolado na toalha por ser longo e ficar pingando, percebi que ninguém ainda tinha vindo me procurar e fiquei um pouco preocupada de ter sido sequestrada por aquele louco s*******o, não me lembro como vim parar aqui e também nem quero saber. Desde que não tenha acontecido nada entre a gente já é alguma coisa, abri a porta do quarto e dei de cara com um corredor um pouco longo mas dava para ver uma escada no final dele, segui nessa direção sentindo o cheiro ficar mais forte a cada segundo que eu me aproximava do corrimão. Desci nas pontas dos pés e parei no batente da cozinha dando de cara com as costas malhadas e tatuadas de Ryan, por mais que não fosse minha intenção eu acabei admirando mais do que deveria mas era quase impossível não olhar com aquelas costas largas bem na minha frente, e como se o pecado não pudesse ficar pior o infeliz virou de frente, e Deus eu nunca vi um abdômen tão bem esculpido na minha vida, todo trincadinho e com algumas tatuagens aqui e ali nada muito grande como o dragão nas costas. __ Pretende me admirar até quando? O café vai esfriar e você nem olhou pra ele __ Sua voz é de zombaria e ele tem um pequeno sorriso no canto dos lábios. __ Quero ir embora, onde estão o Pedro e o Paulo? Sabia que isso pode ser considerado sequestro __ Questiono dando a volta na mesa e me sentando o mais longe possível dele __ E pra sua informação eu não perderia meu tempo olhando pra você. __ Claro. __ Não deboche, estou sem paciência. __ Não estou, juro. __ Revirei os olhos enquanto bufava __ Os gêmeos devem estar chegando em alguns minutos ou talvez horas, nunca se sabe. __ Espero que isso seja alguma tentativa de flerte e não uma ameaça. __ Ameaça não, apenas um aviso para não ultrapassarem a linha comigo e com a gangue. __ Você é um b****a sabia __ Perguntei já me levantando de onde estava sentada __ Não quero ficar no mesmo ambiente que pessoas que ameaçam minha família, espero que passe muito m*l esse dia e que ele seja uma grande m***a. __ Se eu fosse você não me moveria nem um centímetro a mais __ O olhei arqueando uma sobrancelha enquanto me movia até a saída da cozinha __ Detesto crianças desobedientes, e pelo visto irei ter que corrigir uma agora. __ Eu não sou criança. __ Então se comporte como uma adulta, assim não irei te punir. __ Nem meu pai me bate pra você querer me castigar do nada, acorda garoto __ Reclamo enquanto caminho até a sala. __ Bom... eu não tinha pensado em lhe bater, mas umas palmadas na b***a não machuca ninguém. Ouço seu passos me seguindo e meu primeiro instinto é subir as escadas correndo, a porta não ia tá destrancada mesmo então minha única opção é o quarto em que acordei, fechei a porta assim que atravessei e me escorei nela tentando normalizar minha respiração. __ Abra essa porta e seja a adulta que você diz ser. __ Não, só irei sair quando meus irmãos chegarem. __ Gritei para a porta, ainda estava me apoiando nela mas não adiantou muito quando ele abriu a porta e fez um pouco de força entrando logo em seguida __ Isso é injusto, eu tô sem treinar faz tempo você é cheio de músculos de academia. __ Reclamar e fazer birra não vai te ajudar, certo.... a melhor punição no momento é palmadas para você aprender a se comportar e respeitar os mais velhos. __ Não vai me bater tá legal, tô nem aí que você é mais velho. __ Céus garota __ Sua risada me pegou um pouco desprevenida mas ele não fez nada __ Sua sorte que seus irmãos chegaram, vaza antes que te de uns t**a de verdade. Desci correndo e destranquei a porta da frente, nunca mais volto a pisar meus pés aqui, isso é uma promessa. __ Até nunca mais i****a, espero que você se ferre pelo resto da sua vida __ Gritei bem alto para que ele ouvisse, vi a porta da frente abrir de novo e eu saí correndo entrando no carro de Paulo. __ Anda logo, sai desse lugar de uma vez. Olhei mais uma vez e percebi que ele falava algo. __ Você me paga sua pirralha.
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