** Emma singer **
Estava na sala com a pequena, ela brincava com seus brinquedos ou tentava brincar.
- senhorita singer, nana. Queria apresentar o senhor Luiz Jorge, ele vai ser o jardineiro! Fala jake sorrindo.
- você nem tem jardim menino. Lá em cima não tem nada pra cuidar! Fala nana.
- estamos erguendo uma estufa, para poder ter flores! Fala senhor Luiz sorrindo.
- que incrível, amo flores! Falo sorrindo.
Percebo que jake me olha sorrindo.
- quando estiver pronto, te levo para ver! Fala ele.
- ficaria encantada senhor! Falo sorrindo.
Ele acena com a cabeça e pega a garrafa de água.
- como se chama senhorita? Perguntou Luiz a minha avó.
Ela ficou toda boba por ele ter a chamado de senhorita d pelo jeito, jake também percebeu, pois estava sorrindo vendo a cena.
- Nilda Oliver! Fala sorrindo.
- encantador, assim como a dona! Fala pegando sua mão e dando um beijo.
- aqui! Fala jake entregando a água para Luiz.
Ele pega e acena em agradecimento a Luiz. Jake faz um sinal para eu segui-lo com yasmim.
Pego ela no colo e subimos as escadas, eles nem percebem já que estavam no maior papo.
- nunca imaginei isso! Ele falou.
Por mais que jake parecia mais relaxado, ele ainda se mostrava um pouco reservado.
Deve ser esse seu jeito de " oi, eu fico tranquilo falando contigo".
- minha avó merece ser feliz! Falo colocando yasmim no berço.
- e você? Perguntou se sentando na poltrona.
- eu o que? Perguntou cruzando os braços nas costas.
- seu namorado, ele não liga de você morar aqui? Cuidar de uma filha que não é sua? Perguntou ele.
É impressão minha ou ele fez essa pergunta com o intuito de saber se eu namoro?
- eu... Eu não tenho namorado! Falo meio envergonhada, não sei porque.
- os caras devem se m***r pra ter você! Fala ele.
Olho para ele, seus olhos negros intensos me olhavam tão profundamente que acho que ele conseguia ver até o maior segredo que minha alma escondia.
- nunca um que eu queira! Falo meio baixo.
Suas pupilas pareciam ter dilatado. Faço um barulho como se tivesse limpando a garganta e me viro para yasmim.
- ela é um amor! Falo dando carinho em seus cabelinhos.
- yasmim merece todo amor que existe, já que sua mãe não foi capaz de dar! Fala ele.
Percebo no tom da sua voz uma mistura de raiva com melancólica.
Me viro e mordo os lábios.
- senhor, sem quere me intromete, mais já intrometendo kk. O que ouve com a mãe dela? Pergunto com medo de fazer sua versão rude voltar.
Ele fica sério por um tempo, olhando sua filha. Parecia estar viajando no tempo.
Percebo que ele não iria me responde, então volto minha atenção a yasmim.
- nós éramos uma família feliz! Fala ele melancólico.
Me viro e vejo que ele olhava para o nada, como se enquanto falasse, estivesse revivendo tudo.
- quando descobrimos a gravidez, foi a maior emoção da minha vida. Eu queria um menino, tenho uma irmã mulher, tenho mulheres incríveis na minha vida, queria meu companheirinho! Falo e deu um sorriso leve.
Me apoio no berço e presto atenção no que ele fala.
- mesmo sabendo que era menina, um amor inexplicável surgiu em mim. Minha vida passou a girar em torno da minha filha... Da minha família.
Nossos dias... Era um melhor que o outro, eu estava já imaginando ver minha filha casando, tendo meus netos, eu velhinho a o lado da mulher que amo. Então... Essa maldita doença surgiu para acaba com tudo.
Ela era louca, eu meio que já desconfiava. Ela tinha altas crises de ansiedade, mais achei que era com a correria do dia a dia.
Então com a loucura, veio um ciúmes obsessivo em relação a mim. Ela me queria apenas para ela, não queria que eu tocasse na nossa menininha, apenas nela. Então em uma noite, ela surto.
Ela gritava e tentava m***r minha pequena, tive que chamar o manicômio, eles a levaram e deis de então não a vejo! Fala ele.
Uma lágrima solitária escorregue em meu rosto.
Fico imaginando a cena, ela querendo m***r a criança e ele fazendo de tudo para que ela não se aproxime.
- eu perdi meus pais com quinze anos - falo. Ele me olha - eu era tão feliz. Meus pais mesmo que não tinham uma condição muito boa, eles me mimavam demais, demais, demais.
Então eles estavam pensando em tirar umas férias para eles, como casal. Eu concordei na hora, eles mereciam um descanso só eles.
Eles estavam indo de carro para o aeroporto. É aquele ditado " hora errada, lugar errado". O motorista do caminhão estava bêbado, ele jogou o caminhão com tudo em cima dos meus pais.
O carro caiu em um mato que tinha perto da avenida. Vovó nilda, ela veio me buscar correndo - não aguento e começo a chorar - ela falava que eles eram estrelinhas no céu, mais m***a, eu tinha quinze anos, eu sabia muito bem que eles tinham morrido.
Passei anos na escola, sendo zoada de órfã. a vida tirou a minha base, hoje eu ando por vovó nilda, se algo acontece com ela... Eu desabo! Falo e me deixo chorar.
Sinto mãos nos meus ombros, olho para frente e jake me olhava com compaixão.
- eles falam que a vida tira e nos entrega em dobro! Fala ele.
- eu nunca vou ser feliz em dobro jake, nunca! Falo deixando minhas lágrimas caírem.
Ele passa seu braço em volta de mim, apoio minha cabeça em seu peito musculoso e fico ali chorando.
Jake não disse nada, apenas me apertava em seu abraço. Eu me senti tão acolhida, tão segura.
Me permito estender os braços e retribui o abraço.
- obrigada, acho que eu precisava disso! Falo me afastando.
- de agora em diante. Sua família é a nana nilda, yasmim e eu. Seremos sua base, para tudo que você precisar de apoio! Fala ele.
- obrigada jake! Falo querendo chorar de novo.
Ele sorriu pra mim.
Depois disso, voltamos a nossas rotinas. Dei um bainho em yasmim e coloquei a roupinha mais fofa que vi em seu armário.
Depois disso ficamos o resto da tarde na sala com nilda e Luiz.