Ryan Vila Lobos
São 20:49h e eu ainda estou na clínica, acompanhando o meu pai, depois de participar de uma reunião chata com o grupo da diretoria do hospital. Ele se quer me apresentou a equipe de adminitração. Eu apenas me sentei e fiquei calado o tempo todo, sem participar de nada. E o tempo todo eu só me perguntava porque ele exigiu a minha presença aqui? Meu pai agora caminha pelas salas e apartamentos da clínica, fala com alguns pacientes, alguns idosos, e na ala infantil, brinca de forma amorosa e até carinhosa com algumas crianças internas. Assisto a cena na porta da ala e meu coração se aperta no peito, quando assisto de camarote ele dá para outras pessoas o que nunca deu pra o seu filho. A visita termina quase uma hora depois e quando saímos da clínica, ele avisa que irá viajar bem cedo com minha mãe. Eu simplesmente não digo nada, entramos no carro e eu o ignoro, olhando pela janela de vidro escuro, as pessoas andando pela noite. Um silêncio sufocante predomina o pequeno ambiente e eu contenho a vontade de gritar com ele, de sacudi-lo, para ver se desperta e abre os olhos, na esperança de que me veja na sua frente. O motorista para o carro em frente de casa e eu desço sem espera-lo. Entro na casa e encontro minha mãe sentada no sofá, confortavelmente acolchoado, segurando uma revista de moda nas mãos. Ela se levanta assim que me ver passar pela porta, e anda em minha direção. Pela primeira vez ela tem um olhar afetuoso, mas me desvio dela e subo as escadas apressado, entrando no meu quarto em seguida. Bagunço meus cabelos de forma exasperada, puxando uma respiração profunda e pego o meu capacete, descendo as escadas e passo por meus pais sem dizer uma palavra. Resolvoque passarei a noite na casa do meu amigo e irmão Michael e antes de sair, ligo para ele e confirmo se está em casa.
_ Vai sair? _Cherr pergunta preocupada.
_ Vou dormir na casa do Michael _ respondo seco.
_ Mas querido, nós vamos viajar amanhã, e eu...
_ Tchau, mãe! _ A corto, colocando o capacete e saio de casa em seguida, subo na moto e pego o trânsito, ultrapassando carros e outros veículos pela frente. Aumento a velocidade e a adrenalina me faz esquecer tudo o que me machuca; esse dia de merda, o desprezo de meu pai , o descaso de minha mãe.
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_ Porque não se abre com eles, Ryan?_ Michael pergunta, me fazendo rir, mesmo sem ter vontade. _ Tio David e tia Cherr são pessoas legais, eles vão te dá ouvidos. _ Ele continua.
_ Todo mundo pensa isso, não é? _ O corto. _ David e Cherr, o casal nota dez, civilizados, compreensíveis, os senhores perfeitos! _ ralho com sarcasmo. _ Sou eu quem convive, Micht, eu que sei! _Cuspo as palavras. Ele fecha os olhos demostrando sua impaciência comigo.
_ Ok! _ Ele levanta as mãos rendido. _ Eu desisto, cara. Olha só, eu vou sair com Maggie e não sei se volto hoje, é aniversário dela e vamos curtir um pouquinho. Fica a vontade aí, tá bom?
_ Valeu, divirta-se! _ falo com irritação na voz.
_ Obrigado! _ Micht sai fechando a porta atrás de si e eu me vejo sozinho no seu imenso apartamento, o que é uma droga, porque eu realmente queria muito conversar, desabafar com alguém. Pego as chaves da moto e resolvo ir para o clube, preciso t*****r, espalhecer. Entro no elevador mandando uma mensagem pra galera, subo na minha moto e ganho a estrada de novo. Passo horas correndo sem rumo e desisto do clube, volto tarde da noite para o apartamento de Micht e fico lá, até que o dia amanheça, sem nem sequer conseguir pregar o olho. No dia seguinte após a última aula, tenho uma surpresa atrás da outra, o excelentíssimo diretor Gray teve a maravilhosa ideia de me ajudar, ele "impõe" que eu entre para um grupo de estudos acadêmicos, compostos por vários nerds que não tem prazer nenhum com a vida, a não ser o de devorar livros e mais livros e de quebra, ainda me arranca as férias de verão.
_ Entre, senhor Vila Lobos. _ Ele diz, eu entro no ambiente bem iluminado e amplo, cheirando a livros e naftalina, onde alguns poucos jovens estão sentados próximos a algumas mesas redondas e cheias de livros e outros materiais didáticos.
_ Ryan, essa é a monitora Lisa Stwart. Ela vai ser sua instrutora pedagógica, fique a vontade rapaz e sente-se, eu venho depois pra saber como você se saiu. _ Ele dá tapinhas no meu ombro e sai em seguida. Volto meu olhar para todos a mesa e noto os seus olhares perplexos sobre mim.
_ Sente-se Ryan! _ Senhorita Stwart pede, com sua voz suave e sorriso doce. Caminho em direção a mesa, onde há três garotas, puxo uma cadeira e me sento da melhor maneira possível, porque para acomodar meus 1,90 m de altura nessas minúscula cadeiras não é uma coisa fácil de se conseguir.
_ Ryan estas são Megan, da aula de medicina, Louise, da aula de direito penal, Melissa, da aula de jornalismo e Cris, da aula de odontologia. Como você ver, temos conhecimentos aqui de tudo um pouco, então quando tiver alguma dúvida, procure algum de nossos instrutores, ok? _ As garotas praticamente me comem com os olhos, com exceção da garota do jornalismo, que matem seus olhos baixos e fixos em suas próprias mãos. Eu odeio esse gesto, me faz lembrar a minha mãe, que quase nunca me olha nos olhos. Assinto para senhorita Stwart e pego minha mochila. Tiro um livro e abro em alguns exercícios mais recentes, como dormi na maioria das aulas, não entendo quase nada do que está disposto naquelas folhas brancas, com linhas escuras. Lisa se aproxima e tira muitas dúvidas minhas, só então percebo que há pelo menos três dúzias de trabalhos atrasados para fazer.
_ Posso indicar alguém para te ajudar nos fins de semana, o que acha?_ Ela propõe, e eu protesto.
_ Nos fins de semana? Mas são os únicos dias que estou livre dessa prisão!
_ Ryan, se você quiser recuperar o tempo perdido, terá que fazer alguns sacrifícios. _ Reviro os os olhos. _ Não será o fim de semana inteiro, podemos estipular alguns horários pra você.
_ Menos m*l! _ rebato irritado.
_ Quatro horas de estudo é o suficiente para você recuperar nos finais de semana, e não precisa ser exatamente aqui, pode ser em sua casa, numa lanchonete, numa praça, ou um lugar tranquilo mas aconchegante.
_ Estou começando a gostar da ideia! _ digo.
_ Ótimo! _ As materiais que precisam de mais atenção é; filosofia e ciências humanas e também biologia molecular e biologia celular. Louise ou Megan podem lhe ajudar com as biológicas, não é meninas?
_ Ah, nos finais de semana eu não posso senhorita Stwart! _ Louise fala levantando a mão.
_ E você, Megan?
_ Se não for muita coisa para estudar, posso ajudar por três finais de semana, e só nos sábados. Mas eu quero que seja aqui na biblioteca. _ O quê? c****e! Xingo mentalmente.
_ Ótimo Megan! Então os sábados podem ser pela manhã, o que acham?
_ Por mim tudo bem. _ Megan diz e Lisa segue a diante, como se minha opinião não tivesse tanta importância.
_ Na matéria de filosofia, eu posso contar com você Melissa?_ A garota levanta a cabeça e só então eu vejo o seu rosto oval. Ele é lindo e branquinho, e tem a pele delicada. Suas maçãs tem tom rosado e sua boca é pequena e carnuda. Seus olhos claros são lindos. Ela tem um olhar tímido, recluso. Agora entendi o fato de estar sempre com a cabeça baixa. Melissa me olha, e eu não encontro desprezo em seu alhar... Sorrio internamente, quando noto suas bochechas corar apenas com o meu olhar. Ela é tímida. _ Melissa? _ Lisa insiste e ela desvia o seu olhar do meu, porém permanço olhando-a, apenas para provoca-la.
_ É, desculpe senhorita! _ A garota gagueja, limpa a garganta e se ajeita na cadeira. _ Senhorita Stwart, eu não posso ajudar nos finais de semana. _ Ela me lança um olhar de canto. _ Mas posso ficar depois das aulas, aqui mesmo na biblioteca.
_ Perfeito! _ Lisa diz. As demais matérias deixo com você Richard, já que estuda na mesma sala que Ryan e domina melhor o assunto de medicina. _ Só então percebo o garoto franzino, usando óculos de grau, cabelos pretos e lisos, caindo nos olhos escuros, com o rosto cheio de espinhas.
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_ Acredita que o desgraçado me inscreveu em um tipo de reforço acadêmico? _ comento com Brad, que rir sarcástico da minha cara.
_ Pelo menos você não vai mais perder sua mesada, e de barganha ainda tem os finais de semana livre. _ Marlon diz, enquanto beija o pescoço de Sindy.
_ Aí é que está. Terei que ir nos finais de semana também _ ralho. Os caras olham para mim com se vissem um extra-terrestre na frente.
_ E você vai aceitar isso? Quer dizer, você vai entrar nessa de cabeça, voltar a estudar de verdade?
_ Só por enquanto, até o diretor me esquecer e deixar David mais calmo, depois vou me afastando aos poucos.
_ Então já que você vai ficar enjaulado por esses dias, que tal a gente ir lá no clube hoje a noite?_ Joshua sugere.
_ Não vou poder ir.
_ Porque não? Achei que o reforço só começaria na próxima semana.
_ Na verdade começa amanhã, mas não é por isso. _ Meu olhar recai sobre Marlon.
_ O quê, a culpa é minha agora?_ retruca.
_ A noite passada eu estava caminhando pelas ruas e Caio me reconheceu.
_ E daí Ryan, quem não te conhece, cara?
_ Ele me reconheceu como o cara que comeu a morada dele! _ rebato puto da vida. _ p***a, Marlon, eu te pedi pra abafar o assunto, c*****o!
_ Como sabe que a culpa foi minha? Ela pode ter contado, alguém pode ter visto.
_ Tenho certeza a culpa foi dessa sua boca grande! Custava ficar na tua, p***a!
_ Vai infezar agora, Ryan? O quê, quer me espancar por isso? _ Ele se irrita, deixando a garota de lado e me encara.
_ Não, mas dá próxima, vê se mantém essa boca grande fechada! _ Marlon ainda me encara de cara dura, vale salientar que ele puxou duas carreiras de coca mais cedo e que está no segundo copo de vodca. Ele assente e volta para sua garota, segura a sua mão e a leva para o quarto.
_ Na boa, Ryan, não acho que o Marlon fez por m*l, cara.
_ Pode ser, mas se aqueles caras tivessem me pego ontem, eu estaria fudido na cama de um hospital, ou talvez estivesse morto!
_ E os seus pais?_ Dou de ombros.
_ Disseram que iam embora hoje cedo, não fiquei em casa pra me despedir.
_ Então não foi em casa hoje? _ n**o com a cabeça.
_ Saí da casa de Micht, direto para faculdade e depois vim pra cá.
_ Quer um pouco? _ Brad me oferece uma carreira do seu pó.
_ Não, puxei duas dessas antes de vir pra cá. Tenho que ir, já está escurecendo e Nany deve está preocupada comigo. Ela não me ver desde ontem a noite.
_ Vai nessa, se mudar de ideia, sabe aonde nos encontrar. _ Assinto.
_ Vou dá um tempo no clube, não quero ter que bater de frente com Caio.
_ Medinho, é? _ provoca.
_ Não é isso, mas se acontecer, não vou dá mole pra ele.
_ Se cuida, mano!
_ Valeu!
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_ Ryan?! _ Nany fala desesperada, assim que entro em casa. _ Onde você se meteu, menino?
_ Por aí, e meus pais?_ pergunto, dando-lhe um beijo na testa.
_ Viajaram hoje cedo, foram para a Alemanha. _ Assinto decepcionado, no fundo eu tinha esperança que eles desistissem por mim e que ficassem por perto.
_ Sua mãe estava muito preocupada com você, querido.
_ Aquela mulher não se preocupa com ninguém além de si mesma, Nany! _ rebato.
_ Não diga isso, meu filho _ diz com pesar.
_ Vou tomar um banho e dormir um pouco. _ Ela assente, seu olhar parece cansado e triste.
Entro em meu quarto e tomo um banho demorado. Penso que minha vida está uma merda e não sei porque ainda insisto nisso. Querer eles perto de mim, pra quê? Eles sequer me conhecem, não sabem do que gosto, dos meus sonhos, dos meus desejos, não sabem p***a nenhuma sobre mim, tão pouco eu sei sobre eles. Somos como três estranhos, forçando uma situação que não tem solução. Termino o banho e enrolo uma toalha em minha cintura. Não me seco, sacudo os meus cabelos com as mãos para tirar o excesso de água e volto para o quarto. Abro a janela e me sento na beirada do para-peito, acendo um cigarro, observo as ruas escuras e frias da sacada. A essa hora ainda há pouco movimento e o vento frio brinca com as copas das árvores. Dou uma tragada grande no cigarro, soltando a fumaça aos poucos, sentindo a ação da nicotina no meu sistema e quando termino, entro no quarto, deixando a toalha cair no chão e me deito na cama do jeito que estou, apagando em seguida.
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É manhã de sábado, são 7:00h, e eu ainda estou decidindo se quero mesmo participar dessas aulas extras, Me viro para o outro lado e observo o dia lá fora, que parece triste, escuro e com raiva, assim como eu. Suspiro e me levanto da cama, se quero manter minha mesada e o meu estilo de vida, terei que frequentar a tal aula, pelo menos por um tempo. Ponho a primeira roupa que encontro e coloco minha jaqueta de couro preferida, ajeito meu cabelo com as pontas dos dedos e desço as escadas. Nany não está em lugar nenhum, talvez precisou sair para fazer compras. Como uma fatia de bolo com um copo de suco e saio em seguida para a biblioteca da faculdade.Estaciono a moto em frente ao prédio e paro para observar o campus vazio. Não há uma alma viva nesse lugar. Não acredito que estou fazendo isso! Penso dando meia volta e caminho para minha moto. "Se você não for, será expulso da faculdade, e adeus dinheiro, adeus farras! Meu subconsciente fala. Elevo meus olhos para o céu nublado e respiro fundo, voltando para as escadarias da biblioteca. Abro a porta de madeira escura e encontro alguns alunos e poucos monitores lá dentro.
_ Você veio!! _ Senhorita Stwart diz com um sorriso grande nos lábios.
_ Sim, achou que eu não vinha?
_ Sinceridade? Achei. _ Ela é direta. _ Seu reforço hoje é de filosofia, você pode se sentar naquela mesa a parte, porque só você vai estudar essa matéria. Os demais vão ficar juntos já que os assuntos coincidem. _ Caminho para a mesa, que fica perto das estantes, e é a única no corredor de livros. Lisa vem logo atrás e deposita alguns livros em cima da mesa. _ Melissa já esta vindo, ela teve um pequeno atraso, mas não deve demorar, logo estará aqui. _ Apenas assinto com descaso. Por mim tanto faz ela vir ou não, só quero me mandar daqui o quanto antes.
Como a senhorita Stwart havia falado, Melissa chega cinco minutos depois. Sua respiração está acelerada, sseu rosto avermelhado e suado. Parece até que veio correndo o caminho até aqui. Ela para em pé de frente para a mesa e fica me olhando. Sua boquinha entreaberta puxa o ar. Meus olhos aproveitam o momento para observar seu corpo, vestido em uma saia branca pinçada, com o comprimento até a metade de suas coxas, e a pele branca. Subo meu olhar até a sua camiseta preta que realçam os seus s***s firmes, uma jaqueta jeans por cima, olho em seus olhos receosos e por incrível que pareça, suas bochechas estão ainda mais vermelhas. Ela esta com vergonha? Rio por dentro e resolvo provoca-la um pouco mais.
_ Bom dia, Melissa!_ Ela parece despertar de algum tipo de transe._ Não quer se sentar aqui perto de mim?_ Dou tapinhas na cadeira ao meu lado e seus olhos verdes acompanham a minha mão. Ela engole em seco e gargalho internamente.
_ Claro... desculpe, eu... tive um imprevisto.
_ Tudo bem, Melissa! _ Falo com voz suave. Ela se senta na cadeira que lhe indiquei, coloca a sua mochila sobre a mesa, e começa a tirar alguns matérias de dentro dela. Eu acompanho cada gesto minuciosamente e ela fica cada vez mais vermelha. E, é lindo de se ver sua pele mudar de cor. Eu vibro por dentro e não sei o porquê, mas sinto muito prazer em provocar isso nela.
_ Você... não trouxe seus... materiais? _ gagueja a pergunta, sem me olhar nos olhos.
_ Desculpe, não entendi _ digo, segurando o riso. Então seus olhos cor de esmeraldas estão nos meus e confesso que são ainda mais lindos de perto.
_ Seus materiais. _ Ela diz com um pouco de firmeza na voz. Encaro os seus olhos de forma atrevida lhe respondo.
_Não. _ Ela faz um gesto lindo com o nariz, indicando que não gostou da minha resposta.
_ Tudo bem, Lisa já passou o conteúdo pra mim. Podemos estudar pesquisando, e eu posso fazer alguns exercícios pra você.
_ Porque esconde o seu rosto, Melissa?
_ O quê? _ Ela me olha com receio.
_ Você é uma garota muito bonita, mas se esconde demais. _ Ela entreabre sua boca, para dizer algo, mas não diz nada.
_ Ah! _ Desvia seus olhos para os livros e pega um deles, estendendo em minha direção. _ Podemos começar com esse aqui. _ Ela diz acabando com o meu divertimento. Pego o livro de suas mãos e abro no capítulo que ela pede, e a tarde se torna longa com suas explicações e exercícios intermináveis. Quando termino, o silêncio toma conta do corredor. Ela se concentra em corrigir e eu me acomodo melhor na cadeira, cruzando meus meus braços rente ao meu peito, e fico quieto apenas a olhando trabalhar concentrada. Ela morde os lábios, enquanto corrige, morde a ponta caneta enquanto ler e mexe a pontinha do nariz quando encontra algum erro. É linda, ficaria o resto do dia e a noite inteira, apenas a observando.
_ Você entendeu, errou pouco. _ Seu olha deixa a folha em suas mãos e vem para mim. _ Se aprende tão rápido, porque está reprovando?
_ É simples, não quero me formar _ Ela me lança um olhar confuso.
_ Então, porque está aqui?
_ Porque meus pais me forçam a fazer isso.
_ Ah! Não seria mais fácil se dissesse para eles? _ Qual é a dessa garota?
_ Se fosse tão fácil, já teria feito _ Digo ríspido. _ Terminamos? _ Pergunto seco, ela assente.
_ Sim, só queria... _ Me levanto da cadeira, cortando-a.
_ Ótimo! Tenho um compromisso importante, até a próxima!b _ Deixo a sala sem olhar para trás, caminho para fora da biblioteca e monto em minha moto, rumo a uma noite alucinante e quente.