Capítulo 59

1211 Palavras

Renato narrando A primeira coisa que senti foi o gosto metálico na boca. Seco. Azedo. Misturado com sangue velho e um amargo que não dava pra engolir. O teto branco do hospital parecia me zombar com aquela luz fria, cortante, que mais lembrava cela de cadeia do que sala de recuperação. Respirei fundo. Ardeu. As costelas reclamaram. O lado direito latejava como se um trator tivesse passado por cima. Me mexer foi quase um ato de coragem. E mesmo assim, eu mexi. Porque eu precisava ter certeza de que ainda tava vivo. Vivo… e com ódio. Muito mais do que dor. Lembrei. Do rosto. Do soco. Da porrada. E da humilhação. Caveira. Filho da p**a. A mão apertou o lençol da maca com tanta força que senti a veia do braço pulsar. Ele me quebrou. Na frente dos outros. Me jogou no chão como se eu foss

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