Renato narrando A frente do prédio estava cercada. Duas viaturas discretas da escolta particular já estavam posicionadas quando a gente chegou. Não havia sirenes, nem movimentação brusca. Apenas os faróis acesos cortando o breu da madrugada e dois homens parados, um de cada lado da porta, atentos a qualquer movimento. O mundo lá fora já era outro. E eu sabia que o que me aguardava ali dentro também seria. O carro m*l parou e a Karina desceu apressada, com aquele andar estabanado que sempre me irritou. Abriu a porta traseira e tentou me puxar sozinha, com pressa, como se eu fosse um saco de lixo. — Cuidado, p***a! — gritei, sentindo o tranco no braço. — Tu quer me derrubar do carro, sua mula? Minha mãe veio do outro lado, visivelmente abalada, os olhos fundos, a roupa amassada e o semb

