Caveira narrando Desci da moto sem falar com ninguém. Os seguranças abriram caminho no automático, porque já sabiam: quando eu chegava daquele jeito, era melhor não abrir a boca. O rádio preso na minha cintura estourava com uma sequência de comunicações sobre movimentação da pista, da entrada principal e dos olheiros nas rotas. Mas eu nem precisei responder, o Pescoço já tava lá de frente, adiantando o corre, e os moleque passava as informações pelo rádio de coordenadas que eu sabia de onde estavam vindo. Entrei direto, subindo a escada de ferro da boca, o som das motos acelerando no beco ecoando lá fora. Cada passo era seco, marcado, o fuzil balançando nas costas e o ódio latejando junto com o calor. Empurrei a porta da sala com força, o barulho metálico batendo contra a parede. Pesco

