O carro sacoleja um pouco na estrada de chão batido, levantando poeira vermelha que se espalha no retrovisor como fumaça de saudade. A caçamba tá cheia, o banco de trás também. Comida, limpeza, umas coisinhas que ninguém pediu, mas que eu quis trazer. Porque amar é isso também: lembrar do outro quando ele nem sabe que tá sendo lembrado. Quando chego no portão, já vejo Dudu correndo descalço na frente, com o cabelo bagunçado e a camiseta do Flamengo pendurada num ombro só. Ele grita meu nome como se eu tivesse voltado de um outro país. — Daniii! Cê trouxe biscoito de chocolate? Antes de responder, Caio aparece, mais contido, mas com um sorriso no canto da boca. Ele já tá entendendo as entrelinhas da vida. Milena surge por último, segurando o r**o de cavalo com uma das mãos e usando um sh

