O céu tá limpo, azulão forte, e o calor gruda na pele como se quisesse lembrar que o verão tá logo ali. Eu venho no banco da frente da camionete com o coração pulando mais que os pneus na estrada de terra. Inventei pra minha mãe que ia comprar umas coisas pra feira, umas encomendas, ver preço de lona nova, qualquer desculpa que colasse. E colou. Ela nem questionou, talvez porque ainda esteja tentando digerir nossa conversa da semana passada. Mas hoje... hoje eu vim pra cidade com outro objetivo. Hoje eu vou comprar uma mala. E umas roupas que não gritem pra todo mundo: "essa menina é da roça e nunca saiu daqui." É a primeira vez que eu faço uma compra dessas pra mim, sem pensar em útil, sem pensar em horta, sem pensar em cobrir perna pra não sujar de barro. Hoje, eu tô escolhendo roupa p

