O espelho estava molhado. O banheiro se encontrava um pouco escuro (por culpa dos raios solares que se escondiam nas nuvens do lado de fora e transpassavam a janela sem força) e o único som que se emitia era o da água que caía do chuveiro e batia no porcelanato do box. Luiz estava fazendo sua barba com uma gilete trazida por Isaac da farmácia, passando a lâmina com cautela nos pelos faciais e forçando a vista para enxergar os detalhes de seu rosto. O homem esfregou o braço no espelho e pôde ver sua face ainda machucada. Ele passou alguns segundos se encarando. O rosto do rapaz tinha um pequeno corte na maçã esquerda, alguns arranhões no queixo, um supercílio ainda em cicatrização e o olho direito um pouco inchado. As dores tinham diminuído mais, contudo as preocupações só aumentavam.

