Martelo Narrando
Saí do posto com a perna latejando, cada passo doía, mas não podia mostrar fraqueza. O morro estava silencioso agora, mas o silêncio tinha peso. Era aquele tipo de silêncio que grita com a gente, lembrando de cada tiro, de cada grito, de cada irmão que caiu.
A primeira coisa que fiz foi ligar pra minha coroa, avisar pra ela e a Patrícia sair do cofre e avisar que estava bem, ferido mas bem.
Desci até a viela 3 ver os estragos de perto. O caveirão que explodiu tinha deixado pedaços de metal retorcido espalhados pelo chão, um barraco atingido completamente, outro parcialmente. Fumaça subia de alguns restos de móveis, o cheiro de madeira queimada misturava com pólvora e sangue seco.
— Que merda… — murmurei sozinho, apertando a mandíbula.
Os vapores ainda circulavam, tent
