📖 [Narrado por Nilo Tavares] Fiquei uns segundos só encarando o Cauã. O suor dele já tinha secado, mas o medo ainda escorria pelos olhos. — “Escuta aqui, arrombado.” — falei, baixo, firme, do jeito que comandante fala quando não é pra ser questionado. — “A partir de agora eu quero vapor plantado 24h na frente da minha casa. Rodando. Armado. Ligado. Ninguém entra, ninguém se aproxima, ninguém respira sem eu saber.” Ele arregalou os olhos. — “Lá em cima, patrão?” — “Lá em cima. Quero três revezando. Dia e noite. Sem folga, sem cochilo, sem desculpa. E se eu pegar alguém dormindo, boto pra dormir em cova rasa.” — “Entendido.” — ele engoliu em seco. — “Vai ser feito.” Mas antes que eu virasse de costas, ele soltou a pergunta que já tava coçando na garganta: — “Patrão…” — “Fala.” — “O

