Capítulo 2

1711 Palavras
Madelyn O homem gesticula para mim. — Beba. Isso me tira do meu estupor. Corro e abaixo a bandeja enquanto Angel olha para cima. Ela sorri e acaricia o p*u do cara enquanto Natasha o chupa mais rápido, balançando para cima e para baixo com uma selvageria surpreendente, e eu me pergunto onde diabos ela aprendeu a fazer isso — sinto uma centelha momentânea de ciúmes com sua técnica. Eles nem hesitam quando chego perto, já que isso é apenas parte do trabalho delas, afinal, e eu já vi as duas fazendo coisas assim antes, embora nunca ao mesmo tempo. O cara pega a bebida. Ele joga uma nota de cinquenta dólares dobrada na bandeja e meu coração dispara descontroladamente enquanto me endireito, prestes a sair, mas não consigo parar de olhar enquanto ele leva o copo aos lábios e toma um longo gole. O tempo para. A Terra cessa sua rotação. Não consigo levantar minhas pernas porque elas não funcionam mais. Olho para seus lábios carnudos enquanto ele os lambe e engole, e ele franze a testa levemente, olhando para o vidro com uma expressão curiosa, e tenho certeza de que ele sabe o que eu fiz e estou prestes a ser pega e morta da forma mais brutalmente horrível imaginável, ele vai arrancar minha pele e me fazer comer tudo e somente quando eu estiver sofrendo níveis máximos de agonia ele finalmente colocará uma bala na minha cabeça — exceto que Angel aproveita o momento e leva o p*u do cara até a garganta, o que arranca um grunhido surpreso de sua boca masculina, e é como se a bebida tivesse sido totalmente esquecida. Ele toma outro longo gole e eu me viro, correndo para fora dali como se minha vida dependesse disso. Porque é a verdade. Enfio a nota de cinquenta na minha cintura com o saco plástico vazio e fico do lado de fora da porta com a bandeja contra o peito, respirando com dificuldade, surtando. Mais suor pontilha minha pele, apesar do fato de que estou basicamente nua e o ar condicionado está forte. Nunca em um milhão de anos eu me imaginei em uma roupa dessas trabalhando em um clube de striptease como Crystal, mas aqui estou eu, fazendo coisas que eu diria que eram impossíveis um ano atrás, tudo porque minha vida chegou ao fim dez meses atrás e eu ainda estou morta, pouco mais que uma casca ambulante da garota que eu costumava ser, e ela nunca, jamais vai voltar. É por isso que posso correr esses riscos: mesmo que eu finja e acabe assassinada, apenas mais uma garota morta para algum podcast investigar, isso não vai importar muito porque a garota que eu já fui, a garota com alguma aparência de ingenuidade ainda intacta, com alguma inocência e pureza e toda aquela besteira de boazinha, essa garota já se foi há muito tempo. Normalmente, agora mesmo, eu iria verificar meus outros quartos, e não posso arriscar parecer muito suspeito, então me forço a fazer os movimentos. Recebo pedidos, pego bebidas, e o tempo passa: cinco minutos, dez, quinze. Finalmente, vinte minutos depois de enfiar minha cabeça no quarto três e entregar aquela bebida, estou no corredor com a ansiedade percorrendo meu corpo quando Natasha sai cambaleando com um olhar selvagem e aterrorizado no rosto. Ela corre até mim, sua blusa apertada contra os s***s, e ela agarra meu braço com sua mão livre. — Madelyn, Jesus, p***a, você tem que correr rápido. Acho que ele está morto. Eu quase grito. — Morto? — Eu consigo forçar a palavra para fora da minha garganta, e todos os meus planos giram em meu crânio, misturados e meio formados, mas eu me forço a focar nos planos que tenho pensado infinitamente desde que cheguei a este clube há dez meses e dediquei minha vida a este momento. Se ele estiver morto, então tudo pelo que trabalhei, todos os meus sacrifícios, todos aqueles babacas pervertidos e lascivos e suas mãos gananciosas, todas aquelas noites assistindo garotas se despindo e caras jogando dinheiro e a devassidão infinitamente vazia de tudo isso, todas aquelas horas passadas sentada em meu triste e solitário apartamento sonhando com esta noite, esta situação exata, tudo isso teria sido em vão. — Eu não sei de p***a nenhuma, você pode simplesmente vir? — Ela me arrasta atrás dela e eu tropeço atrás dela. Angel e Maddie estão pairando sobre ele. Seu p*u está dentro, embora pareça que foi colocado lá às pressas — sua camisa está saindo de seu zíper aberto — e Angel está verificando seu pescoço para ver se há pulso. — Deixe-me ver. — Eu empurro para dentro do grupo e me forço a me concentrar. Preciso assumir o controle disso ou então vai sair do controle e não vou conseguir o que preciso desesperadamente. Pressiono dois dedos contra o pescoço do cara — está surpreendentemente quente e coberto de barba por fazer — e lá está, seu pulso, lento, mas constante. Seu peito está subindo e quando eu chego perto da boca dele, todos os meus instintos me dizem para parar, correr, fugir, o monstro vai morder minha garganta, sinto sua respiração na pele macia da minha bochecha. — Ele não está morto — eu digo e mordo minhas unhas. — Eu acho que ele está dormindo. — O p*u dele estava na minha boca — Natasha diz, andando de um lado para o outro. — Nós estávamos chupando ele e ele estava dizendo toda essa merda pra gente sobre como somos umas babacas inúteis e toda essa merda, e a voz dele ficou toda arrastada e sei lá o quê e o p*u dele começou a ficar mole e eu imaginei que ele estava bêbado ou sob efeito de alguma coisa, sabe, mas aí ele meio que desmaiou. O que diabos há de errado com ele? — Drogas — disse Angel, assentindo para si mesma enquanto vestia suas roupas de volta, embora elas não fizessem muito para cobri-la. — Definitivamente drogas. — Eu não o vi pegar nada — diz Maddie, franzindo a testa para o cara adormecido, e eu quero dizer a ela para calar a boca. Tento me manter firme. — Você não estava dançando? — pergunto a ela. — Bem, sim, mas… — Ele poderia ter feito alguma coisa quando estávamos ocupadas chupando ele — Natasha diz como se fizesse total sentido, mesmo que não faça. — Você estava dançando no pole dance, garota, você não viu merda nenhuma. Deus, agora mesmo eu amo Natasha de todo o meu coração. O copo de uísque está na mesa de canto ao lado do sofá e está quase completamente vazio. Meu coração dá um passo gaguejante — bem, merda, não é de se espantar que ele tenha desmaiado daquele jeito. Eu não esperava que ele bebesse tudo, o suficiente para fazer um rinoceronte desmaiar, mas não há tempo para se preocupar com isso agora. — Você sabe quem é esse cara, não sabe? — Medo real na voz de Angel. Ela está apavorada, todas elas estão, e eu também, exceto que estou tentando usar meu medo para me ajudar a focar. — Se ele estiver morto ou tendo uma overdose ou algo assim, nós seremos culpadas, e você sabe o que vai acontecer, certo? Concordo comigo mesma como se estivesse tendo uma ideia e me levanto de pé. Estou tremendo, mas espero que elas não percebam na pouca luz e com todo o estresse flutuando ao redor. — Ok, veja o que faremos — eu digo e minha voz é forte como se eu tivesse certeza de mim mesma, mesmo que meus joelhos estejam fracos e meu peito pareça estar cheio de gelo. — Vocês três vão para o vestiário e ajam como se estivessem lá o tempo todo. Eu vou lidar com esse cara e garantir que ele não morra, já que fiz algumas aulas de primeiros socorros quando me tornei salva-vidas, tipo, há muito tempo. — Mas você não vai se meter em uma grande confusão quando ele acordar? — Angel estreita os olhos para mim, embora Natasha já esteja caminhando para a porta. Tomo nota disso — aparentemente Natasha não tem escrúpulos em me jogar debaixo do ônibus e eu não a amo mais. Ah, pelo menos por um instante. — Benaiah sabe que eu não danço, então ele não vai suspeitar de mim. Se ele vir vocês três rondando o irmão dele, ele vai pensar que foi uma de vocês imediatamente, especialmente com o batom manchado no p*u dele. Angel faz caretas. — É um ponto justo. Maddie se levanta e anda até mim. Ela coloca uma mão no meu braço e franze a testa como se estivesse preocupada. — Você tem certeza, Madelyn? Você realmente vai levar a culpa? Dou a ela um sorriso corajoso, mesmo que eu não me sinta corajosa. Tudo o que eu quero é que elas saiam daqui e me deixem fazer o que vim fazer aqui todos aqueles meses atrás, mas eu tenho que continuar jogando isso se eu quiser sobreviver ao que vem a seguir. Eu não posso deixar nenhuma delas suspeitar que eu tenha quaisquer motivos além de ser uma boa pessoa. Mesmo que eu esteja tão além do boa neste ponto que não sei mais o que sou. Uma Pecadora? Sem escrúpulos? Tudo isso a pior. — Benaiah gosta de mim, não se preocupe. Ele sabe que sou apenas uma simples garota do interior. — Eu sorrio para ela e forço meu sotaque interiorano, realmente exagerando. — Ele sabe que eu não machucaria ninguém. Maddie sorri de volta mesmo que não pareça convencida, mas ela segue Natasha para fora da porta. Angel é a próxima e ela hesita antes de tocar minha mão. — Você é muito boa, sabia disso, Madelyn? Boa demais para esse inferno. — E então ela se foi, correndo atrás das outras. Espero um segundo até que eles estejam fora de vista antes de fechar a porta e me virar para o bastardo adormecido no sofá. Angel está errada. Eu não sou boa. Estou bem longe de ser uma boa pessoa, mas isso não importa. Posso me preocupar com moralidade mais tarde, depois de ter cuidado do que preciso fazer.
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