Episódio 4

1230 Palavras
Estou feliz por ter sido notada. Agora com certeza terei sorte! Há um telefone na minha bolsa e posso entrar em contato com Artur facilmente. E ele terá que me explicar tudo. Chega de segredos! O meu coração está batendo loucamente. Estou nervosa. O medo penetra até os ossos, embora pareça compreender que estou quase segura. Mas, neste momento os olhos do oficial superior se arregalam. Ele, com falta de ar, olha com visível horror primeiro para os documentos, depois para Amir, que esteve sentado calmamente todo esse tempo. O homem se agita e tenta com as mãos trêmulas sentir o coldre com a sua arma de serviço. O motorista apenas sorri enquanto observa essas ações. O segundo oficial finalmente reúne seus pensamentos: — Você está louco?! Sabe que parou?! Por algum motivo o outro guarda, grita com o parceiro, apertando as mãos, não permitindo que ele pegue a arma. — Não ouse! Então ele se vira para o meu sequestrador e lhe entrega os documentos. — Nos desculpe! Veja, o cara ainda é jovem e inexperiente. Então, o guarda mais jovem, leva um tapa na cabeça. — Uh... É tudo o que ele diz. — O que você fez! Por que você parou esse carro?! Por que você detém gente boa?! O mais velho o repreende. — Então, chefe... Tem uma garota ali… Diz o jovem, surpreso. — E o que tem?! Este é o jogo deles ou algo assim. Não estamos autorizados a intrometer-nos na vida pessoal e ínt*ima dos cidadãos. Vamos embora! Explicarei tudo para você no carro. O vidro escuro sobe lentamente, privando a última esperança. Despedaçando, pisoteando e queimando até o chão. — Nããão! Tenho vontade de gritar, mas tudo o que sai é um mugido selvagem. O grito de desespero ecoa na garganta como um nó doloroso. Como eu poderia não ter pensado nisso imediatamente! Todos eram comprados por ele! A cidade inteira! E pessoas patét*icas nada mais são do que sujeira sob as unhas. Ele vai me matar e ninguém vai notar. Eles vão dizer que eu pedi isso. Talvez seja por isso que ele ainda não está atrás das grades?! Afinal, é lá que ele pertence! — Fera! — M*aldito! — Doido! Todas as m*aldições saem sozinhas, uma após a outra, mas nem eu mesmo consigo entender os meus gritos. A fita mantém os meus lábios no lugar perfeitamente e dói quando tento esticá-las. O bandido não presta atenção em mim. Em algum momento, ele simplesmente liga a música, aumentando o volume até abafar as minhas tentativas de gritar com ele. O ressentimento e a desesperança são repugnantes. Mesmo os pulsos dormentes agora não são nada comparados a esse sentimento que brinca com a minha mente. Todos os tipos de horrores aparecem diante dos meus olhos. Mas o que definitivamente não consigo entender é como aconteceu que, em vez de uma festa com amigos, estou correndo amarrada ao desconhecido com um homem perigoso?! Ele ainda me olha com indiferença pelo espelho retrovisor, às vezes mantendo o olhar por muito tempo. Então passamos um pouco mais de tempo na estrada. Então entramos num posto de gasolina e paramos. Não espero mais que ninguém me ajude aqui. Mesmo que eu atraia a atenção, ninguém pensará em se aproximar de mim. Ou talvez eles apenas finjam que não veem uma pessoa tão famosa carregando um refém no banco de trás. — Esta é a última parada antes da minha casa. O grandalhão desliga o motor e se vira para mim. — É uma viagem longa, mas aqui você pode ir ao banheiro. Última chance. Estou surpresa com essa reviravolta, por isso levo muito tempo para digerir o que ouço. Estou sempre tentando encontrar uma pegadinha. O que ele está armando? — Acene com a cabeça se você entende. Eu concordo. A sua voz de comando nunca para de me surpreender. O homem fala casualmente, mas o aço escapa em cada palavra. Você entende que precisa obedecer. Reaja a tudo o que ele diz. Amir olha para mim através do espelho. Atentamente. Bem nos olhos. Ele provavelmente quer me ver admirada por ele. Como as minhas entranhas se contraem de horror, imaginando a figura animada de um canalha por perto. O meu pescoço fica molhado de excitação, que agora brinca com novas cores. O perigo borbulha sob a pele e todos os outros sentimentos estão entrelaçados num emaranhado incompreensível. E não serei capaz de desvendar isso sozinha. — Posso deixar você ir lá se estiver pronta para seguir as regras. Se não... Ele não termina a frase, mas eu não preciso. Aceno com a cabeça muitas vezes, confirmando que entendo tudo e não vou gritar ou resistir. Os zíperes literalmente arranham a minha pele e eu realmente quero me livrar deles. — Por enquanto, a regra é simples. Ficar calada e não se exibir. Eu aceno novamente. — Não me faça me arrepender. O homem sai do carro e vem na minha direção. Ele abre a porta e estende a mão para mim com uma faca. A lâmina perigosa brilha ameaçadoramente à luz das luzes do posto de gasolina. Isso me assusta muito. Tento rastejar um pouco para trás, só para não ceder, mas o monstro me puxa para si. — Já estou começando a me arrepender. Ele avisa, e nesse exato momento as amarras nos meus pulsos desaparecem. Finalmente, posso expirar. Ele estava apenas tentando me libertar... apenas me libertar... Eu me asseguro de recuperar a calma. O bandido faz a mesma coisa com as minhas pernas. A braçadeira quebra sob a pressão de uma lâmina afiada. — Estou me perguntando se vale a pena liberar a sua boca?! Você é muito mais atraente quando está em silêncio. A ponta da lâmina corre ao longo de uma faixa cinza. Fecho os olhos com medo. Eu prometo a mim mesmo que essa aberração responderá por tudo. Eu só preciso ser paciente. Uma dor ardente e minha boca está livre. Rapidamente sinto os meus lábios, que ainda doem por causa da fita adesiva. — Acho que você pode resolver isso com o banheiro sozinha. Não é pequena? Com essas palavras, o gorila se afasta do carro em direção à loja. Ele realmente me deixou? Ele decidiu que não vou fugir? Não acredito que este homem seja estúp*ido, então não me atrevo a correr ainda. Não existe um plano e, se eu for apanhada, as consequências poderão ser muito piores do que as que temos agora. E agora, com a cabeça mais clara, entendo isso perfeitamente. Não tenho pressa em sair do carro. Quero recuperar o fôlego e recuperar o juízo pelo menos um pouco. Meus tornozelos e pulsos doem. Decido esfregá-los um pouco antes de ir me aliviar. Finalmente, saio para o frescor da rua noturna. Eu me curvo para massagear meus tornozelos doloridos. — Isso é uma garota? Alguém atrás de mim diz com um assobio. — Acho que ela quer dar uma voltinha. Seguem-se comentários de aprovação de outros homens. O meu coração está caindo. Os meus ouvidos bloqueados. E quando estou prestes a me endireitar e me virar para olhar para os estranhos, alguém me agarra pelos quadris e me puxa bruscamente na direção deles. ‍ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌​​​‌‌​​‌‌​‌​‌​ ​​
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