Narração 3* pessoa
Ele Está Sempre Lá, vendo ela sorrindo, Sentada na calçada de um café perto da faculdade, seus olhos curvados nesse sorriso, que deixava qualquer homem em ruínas, inclusive o que a observava do outro lado da rua.
Damon. Camisa preta apertada no peito largo, mãos dentro dos bolsos, corpo imóvel como uma estátua esculpida por raiva e obsessão. Os punhos estavam serrados.
O i****a que conversava com ela, um amigo, talvez, ou apenas um desgraçado com sorte temporária, estava distraído, alheio a tempestade que se formava ao seu redor. ele falava demais, chegava perto demais, ria alto como se tivesse o direito de estar ali.
Damon viu quando o olhar castanho dela se estreitou, quando ela jogou os cabelos pro lado, distraída, sem saber que alguém queria matar por ela naquele exato momento.
“Ele está perto demais.”
“Ele esta olhando a minha mulher.
A MINHA.”
Os pensamentos de Damon batiam forte dentro do peito como marteladas e se esse cara encostasse nela? E se ela sorrisse pra ele do jeito que sorria pra Damon em seus sonhos?
“Não, Não.”
“Se ele tocar nela, eu queimo esse maldito quarteirão inteiro.”
“Se ela sorrir mais uma vez, eu arranco a língua dele da boca.”
“Ela não sabe, mas eu tô aqui por ela, Sempre por ela, vigiando, Protegendo. Amando errado, talvez.. mas é amor.”
Ele deu um passo pra frente,Só um, foi o suficiente pra sentir o instinto de lobo faminto despertando. Porque aquela pele caramelada não podia ser tocada por mãos imundas, Aqueles olhos dourados não podiam ser motivo de desejo de outro homem.
Ela era sagrada.
Ela era DELE.
E o mundo inteiro podia queimar lentamente, se isso significasse mantê-la salva e, principalmente Intocável.
Damon não queria machucar.
Ele queria proteger.
Mas, às vezes, pra proteger..era preciso destruir primeiro.
Kalie riu de uma piada boba que Lucas contou, Era o tipo de amigo com quem ela se sentia à vontade ou pelo menos, era assim que costumava ser.
Até o celular vibrar, ela abaixou os olhos, despreocupada, puxou o aparelho da bolsa e viu uma nova notificação.
Número desconhecido
Mensagem:
“Ele está perto demais, Se afaste.”
O sangue congelou.
Kalie parou de rir, Parou de respirar, Por um segundo, tudo ao redor silenciou. A rua, as buzinas, a voz do amigo, tudo, como se o mundo inteiro tivesse segurado o fôlego com ela.
Não era a primeira vez.
Não era a segunda.
Ela já perderá as contas.
As Mensagens Sempre de números diferentes, Sempre frias, diretas, perturbadoramente precisas.
Na primeira vez, achou que era trote.
Na segunda, ficou com medo.
Na terceira, procurou a polícia que fez o que sempre fazem: nada.
Mas dessa vez.. dessa vez era diferente, Porque ela olhou em volta, olhou de verdade. E por um segundo, teve a sensação de que alguém a observava, Sentiu como se o ar estivesse mais pesado, como se algo a puxasse de dentro pra fora.
— “Tá tudo bem?” — perguntou Lucas, confuso ao ver o rosto dela empalidecer.
Kalie não respondeu, aí apenas guardou o celular, engoliu a inquietação e forçou um sorriso.
“Ele está perto demais.”
As palavras ecoavam como um sussurro venenoso.
Quem era ? Quem mandava essas mensagens? E por que, no fundo.. no fundo.. Ela se sentia estranhamente protegida por alguém que nunca viu?