O Torneio de Apostas

2688 Palavras
A madrugada londrina estava fria como uma lâmina de gelo, cortando através das camadas de roupas e penetrando até os ossos. A cidade parecia um gigante adormecido sob o manto espesso da escuridão, suas ruas vazias iluminadas apenas por postes de luz amarelada que lançavam sombras longas e fantasmagóricas. O frio mordia a pele e fazia as feridas arderem, lembrando os protagonistas das batalhas anteriores. Ethan, Léo, Tommy, Alex, e Ryuji caminhavam lentamente pelas ruas desertas, após saírem do metrô, ainda sentindo o peso da derrota e das feridas. O ar frio e cortante trazia consigo um silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo som dos passos sobre o asfalto úmido e pelo ocasional tremor de dentes. — Está frio demais para isso — murmurou Ethan, tentando aquecer as mãos nos bolsos do casaco. — É Londres, cara. O frio aqui não dá trégua — respondeu Léo, apertando o passo para se manter aquecido. — Vocês estão bem? — perguntou Tommy, olhando para os amigos com preocupação. — Essas feridas não vão cicatrizar tão cedo com esse frio. — completou Ryuji. — Eu estou bem, só um pouco dolorido — disse Alex, tentando esconder a dor com um sorriso forçado. — Temos que pensar em como vamos enfrentar Derek amanhã... — disse Ethan. Ryuji, caminhando à frente do grupo, parou e virou-se para encarar os amigos com seus olhos vermelhos que brilhavam com uma determinação feroz, apesar da dor evidente. — Amanhã vamos mostrar a eles do que somos feitos. — declarou Ryuji. — Precisamos ser mais realistas. Derek e a sua gangue são fortes e estão em maior número. — disse Ethan. Sua voz refletia a frustração e o medo que sentia. — Temos que nos preparar melhor. — Concordo... Mas.... Afinal, o que vamos fazer? — perguntou Alex. Ryuji respirou fundo, sentindo o ar frio queimar seus pulmões. — Não vamos lutar de frente como hoje. Vamos ser estratégicos. A noite londrina envolvia-os como um cobertor de sombras, e o frio penetrante parecia intensificar a gravidade da situação. O grupo continuou caminhando, buscando abrigo e um pouco de calor para planejar sua estratégia. A madrugada avançava, fria e silenciosa, enquanto os protagonistas seguiam seu caminho, unidos pela causa comum e pela chama de resistência que queimava em seus corações. Eles sabiam que a luta seria dura, mas estavam prontos para enfrentar o desafio. A madrugada começava a rugir com seu frio cortante, enquanto o grupo de protagonistas encontrava um abrigo temporário embaixo de uma árvore. O local oferecia algum alívio contra o vento congelante e permitia que todos pudessem respirar um pouco mais tranquilos, mesmo que apenas por um breve momento. "O que iremos fazer?" — era a expressão no rosto de todos. De repente, o som de passos rápidos e hesitantes ecoou pela rua. Os primeiros-anistas, visivelmente abalados e determinados, se aproximaram do grupo. — Precisamos falar com vocês... — disse Charlotte. Ela estava com olhos expressivos e uma postura decidida, apesar de estar ferida. — Queremos ajudar. Não podemos simplesmente ficar de fora. Ryuji observou os rostos ansiosos dos primeiroanistas. Entre eles, uma garota com um físico atlético e um olhar feroz chamou sua atenção. — Quem é você? — perguntou Ryuji, apontando para a garota. — Meu nome é Charlotte Evans. Eu luto muay thai — respondeu ela, erguendo o queixo com orgulho. — Não vou ficar de fora dessa luta. — Certo, Charlotte vem conosco. — Ele olhou para os outros, avaliando suas condições. — Alex, você também vai. Precisamos de sua força. — Não vou decepcionar! — respondeu Alex, sentindo uma onda de determinação. Ethan, Léo, Tommy, James, Oliver e William se entreolharam, apreensivos. — E quanto a nós? — perguntou Ethan, tentando manter a calma. — O que vamos fazer enquanto isso? — Vocês precisam se esconder e se recuperar. Amanhã, temos que estar prontos para o que quer que Derek esteja planejando. — Ryuji olhou para cada um deles com seriedade. — Não sabemos o que ele pode fazer, então fiquem juntos e cuidem uns dos outros. — Vamos nos preparar para o pior, mas torcer pelo melhor — disse Tommy, tentando aliviar a tensão com um sorriso. Ryuji, Charlotte e Alex começaram a planejar a recuperação e treinamento para o dia seguinte. Eles sabiam que precisariam de toda a força e habilidade possíveis para enfrentar Derek e sua gangue. — Precisamos nos aquecer e cuidar dessas feridas — disse Charlotte, já mostrando seu conhecimento em primeiros socorros. — Amanhã, não podemos estar debilitados. Enquanto Charlotte tratava das feridas do grupo, Ryuji e Alex começaram a discutir estratégias. — Charlotte, você conhece bem o muay thai. Como podemos usar isso a nosso favor? — perguntou Ryuji. — Vamos focar em ataques rápidos e decisivos. Posso mostrar algumas técnicas básicas de chutes e cotoveladas que podem derrubar um oponente rapidamente — explicou com sua voz firme. Alex observava atentamente, absorvendo cada detalhe. — E quanto a você, Alex? — perguntou Ryuji. — Qual é a sua maior vantagem? — Minha força física. Posso usar isso para ataques diretos e para proteger vocês — respondeu Alex, confiante. Ryuji sorriu, satisfeito com a determinação de seus companheiros. — Então vamos trabalhar nisso. Amanhã, precisamos estar em nossa melhor forma. Não podemos falhar. Enquanto isso, os demais protagonistas se organizaram para passar a noite em suas respectivas casas. A incerteza sobre o que Derek faria no dia seguinte pairava sobre eles como uma sombra, mas eles estavam determinados a resistir. — Vamos ficar juntos e nos proteger — disse Charlotte, segurando a mão de Oliver. — Não vamos deixar Derek nos destruir. — Certo, vamos ficar atentos e não deixar que eles nos peguem desprevenidos — acrescentou William, tentando esconder o medo. A madrugada avançava lentamente, envolvida pelo frio implacável e pela tensão crescente. Ryuji, Charlotte e Alex se preparavam com todo o cuidado, conscientes de que o destino de todos dependia da luta que estava por vir em seus respectivos quartos. — Amanhã, é tudo ou nada — murmurou Ryuji enquanto caia no sono. — Vamos mostrar a eles do que somos feitos. O silêncio da noite londrina foi interrompido apenas pelo som distante dos trovões, enquanto os protagonistas se uniam em pensamento pela última vez antes do amanhecer, prontos para enfrentar a luta que decidiria tudo. — Sejam bem-vindos! Hoje é o último dia do resto miserável de suas vidas! — esbravejou Derek. A quadra abandonada da escola St. James estava envolta em uma atmosfera de decadência. As linhas de marcação do chão estavam desbotadas, e as tabelas de basquete pendiam tortas, cobertas de ferrugem e musgo. O lugar exalava um cheiro de abandono e mofo, intensificado pela umidade da madrugada anterior. Um leve nevoeiro pairava sobre o solo, dando ao ambiente uma aparência fantasmagórica. As luzes fracas dos postes ao redor iluminavam de forma irregular a cena, criando sombras que dançavam à medida que os membros da gangue de Derek se moviam pela quadra. A gangue estava animada, e suas vozes ecoavam pelos muros altos da escola, amplificando a excitação no ar. Os membros randons de sua gangue se misturavam aos primeiroanistas e aos protagonistas que não estavam no trio de Ryuji, criando um cenário de tensão e expectativa. Derek, com seu sorriso zombeteiro, subiu em uma das tabelas de basquete, chamando a atenção de todos. — Silêncio! — ordenou ele, e a multidão imediatamente obedeceu, suas vozes se extinguindo em um murmúrio de antecipação. — Hoje à noite, vamos ter um pequeno torneio de apostas. O vencedor deste torneio será o novo integrante do meu trio! Os olhos de todos se voltaram para Derek, alguns com medo, outros com determinação. Entre os participantes estavam os primeiroanistas feridos e os protagonistas que não haviam sido escolhidos por Ryuji. Todos sabiam que, em suas condições, seria uma tarefa árdua sobreviver ao torneio, quanto mais vencer. — Que comecem as apostas! — declarou Derek, levantando os braços em triunfo. A gangue vibrou em uníssono, suas vozes se elevando em um clamor de entusiasmo e crueldade. Charlotte estava ao lado de Ethan, Leo e Tommy, enquanto isso, James, Oliver e William, estavam mais próximos de Derek. Todos estavam visivelmente desgastados das lutas anteriores, mas a chama da determinação ainda ardia em seus olhos. — Isso é uma armadilha — murmurou Charlotte. — Ele quer nos desgastar ainda mais. — Não temos escolha — respondeu Ethan. — Se não lutarmos, sabe-se lá o que eles irão fazer conosco. Derek desceu da tabela de basquete, caminhando lentamente pelo meio da quadra, observando os rostos dos competidores. — Este torneio não é apenas uma chance de entrar no meu trio — disse ele, sua voz carregada de ameaça. — É uma oportunidade de mostrar quem realmente tem coragem e força. Lutarão até o último fôlego, e só os mais fortes sobreviverão. Jackson e Rebecca, os aliados de Derek, observavam a cena com interesse. Jackson, com sua postura imponente, cruzou os braços e sorriu para Derek. Rebecca O'Connell, é uma jovem de estatura mediana, com cabelo vermelho vibrante cortado em um estilo bob que destaca seu rosto cheio de sardas. Seus olhos verdes são afiados e atentos, refletindo sua natureza calculista. Ela tem um físico esguio e atlético, com músculos bem definidos que evidenciam seu treinamento intensivo. Jackson Morgan, é um jovem alto e robusto, com cabelos curtos e escuros e uma barba bem aparada. Seus olhos são de um castanho profundo e sua pele é bronzeada, refletindo seu tempo ao ar livre. Ele tem uma presença imponente e um porte físico que intimida facilmente seus oponentes. Rebecca é a secretária da gangue, sempre cuidando de tudo aquilo que Derek não tem cabeça pra cuidar, enquanto Jackson, é o seu irmão mais velho, cuidando e protegendo Derek de tudo e todos. — Isso vai ser interessante — comentou Jackson. — Vamos ver se algum desses fracotes tem o que é preciso. Rebecca, com seus movimentos ágeis, deu uma volta pela quadra, avaliando os competidores com um olhar crítico. — Talvez encontremos alguém útil aqui — disse ela, seus olhos brilhando com uma mistura de curiosidade e desprezo. O primeiro combate foi anunciado, e os competidores foram chamados ao centro da quadra. O barulho das apostas aumentou, e a tensão no ar era palpável. Andrew e Marcus, membros antigos da gangue, iriam se enfrentar. "Ao menos a luta será formada por sorteio". — pensou Ethan. "Assim, não corremos o risco de nos enfrentar". — imaginou Oliver. "Mas isso ainda pode acontecer". — refletiu James. Enquanto os lutadores se preparavam, Derek continuou a instigar a multidão. — Lembrem-se, apenas os melhores sobreviverão. Mostrem-me do que são feitos! — gritou ele, incitando a gangue a vibrar ainda mais alto. Os primeiros socos foram trocados, e o som dos golpes ecoou pela quadra. Os lutadores, apesar de suas feridas, davam tudo de si, conscientes de que falhar significava mais do que apenas perder uma luta. Charlotte observava com apreensão, seus punhos cerrados. — Temos que ser inteligentes — sussurrou ela para Ethan. — Se formos chamados, precisamos usar nossas cabeças, não apenas a força. Ethan assentiu, seus olhos fixos na luta. — Vamos dar o nosso melhor. Não podemos deixar que a gangue do Derek nos derrote mentalmente — respondeu ele. A dia avançava, e a quadra da escola St. James se transformava em um campo de batalha, onde os sonhos de alguns eram destruídos e a determinação de outros era forjada no fogo da adversidade. A gangue de Derek, com sua vibração quase tribal, ecoava cada vitória e cada derrota, enquanto a tensão continuava a crescer, prometendo um desfecho ainda mais intenso até o fim da tarde. Muitos conflitos, socos, sangue, desafios e empreitadas aconteceram em pouco tempo. A quadra abandonada da escola St. James estava envolta em uma atmosfera sombria e desolada. As paredes grafitadas e o chão rachado eram testemunhas de batalhas passadas. O sol iluminava cada vez mais forte o local, mas não era suficiente para dissipar o frio cortante que congelava os ossos e fazia arder as feridas dos jovens presentes. Um vento gélido soprava impiedosamente, acrescentando um tom sinistro ao dia londrino Derek estava no centro da quadra, cercado por sua gangue. A vibração da multidão ressoava como um eco do poder e da influência do líder. Os primeiroanistas e os protagonistas, ainda doloridos, estavam agrupados, observados de perto pelos seguidores de Derek. — Éramos 32 e agora somos apenas 8. — argumentou Derek. De pé, atrás dele, estavam os 8 melhores da gangue. Os protagonistas: Ethan Yamagishi, Leo Suzuki e Tommy Yamamoto. Os primeiroanistas: James Foster, Oliver Knight e William Blake. Bem como os membros rasos da gangue de Derek: Ryan Marine e Jake Red. A quadra abandonada da escola St. James estava mergulhada em um silêncio tenso, enquanto Derek se preparava para o sorteio das lutas. As paredes grafitadas e o chão rachado testemunhavam a hostilidade do ambiente. Os competidores estavam agrupados, cercados pelos membros vibrantes da gangue de Derek, que ressoavam com cada gesto de seu líder. Derek segurava um saco preto com pequenos pedaços de papel dentro. Ele os balançou lentamente, deixando a tensão no ar crescer. — Vamos começar o sorteio — disse Derek, com um sorriso predatório. — Que a sorte decida seu destino. A alegoria de Derek dá um toque a mais para toda a cena. Um a um, os competidores retiraram seus papéis do saco. O silêncio foi rompido apenas pelo som dos papéis sendo abertos. — Primeira luta: Ryan Marine contra Oliver Knight — anunciou Derek, e a gangue explodiu em aplausos. Ryan deu um passo à frente, seu sorriso confiante não deixando dúvidas sobre suas intenções. — Segunda luta: Leo Suzuki contra William Blake. Léo trocou um olhar determinado com William, ambos preparando-se mentalmente para o embate. — Terceira luta: Ethan Yamagishi contra James Foster. Ethan respirou fundo, preparando-se para o desafio, enquanto James o observava com olhos calculistas. — Quarta luta: Tommy Yamamoto contra Jake Red. Tommy ergueu o queixo, encarando Jake com firmeza. Jake sorriu de volta, com uma expressão maliciosa. A atmosfera era densa com excitação e tensão, enquanto os murmúrios e risos ecoavam pelo chão rachado. Derek comandava o cenário com uma presença avassaladora, ao lado de Rebecca e Jackson, que observavam com olhos críticos. Ryuji e Alex entraram na quadra, atraindo imediatamente reprovação e desconfiança. Derek e os seus, foram os primeiros a notá-los, e suas expressões deixaram claro o descontentamento com a chegada dos dois. — Olha quem decidiu aparecer — disse Rebecca carregada de ironia. Ryuji lançou um olhar severo para Derek, que apenas sorriu de volta. — Derek, isso aqui passou dos limites — começou Ryuji. — Envolver os primeiroanistas nesse esquema de apostas é baixo, até para você. — Negócios são negócios, vejo potencial aqui. Por que não lucrar com isso? Afinal, todos têm que aprender a lutar cedo ou tarde. — rebateu Derek. Alex, ao lado de Ryuji, cruzou os braços, observando a cena com um olhar de ceticismo. — E os funcionários da escola? — perguntou Alex, sua voz cortante. — Vi alguns deles aqui. Estão todos envolvidos nesse esquema? Jackson encarou Alex ferozmente. Charlotte se aproximou de Ryuji e Alex. O sorriso de Derek se alargou. — Sempre tem quem queira um pedaço da ação. Não se preocupe, os funcionários só estão aqui para observar. E talvez apostar um pouco. Ryuji manteve a compostura. — Você está brincando com a segurança e o bem-estar de todos. Isso vai além das lutas — disse Ryuji. Rebecca deu um passo à frente, encarando Ryuji. — Ninguém está sendo forçado a nada, Ryuji. Todos aqui fizeram suas escolhas. — Isso não faz com que esteja certo — respondeu Ryuji, firme. — Vamos, Alex, não temos nada a fazer aqui. Antes que pudessem se mover, Derek levantou a mão, sinalizando para que ficassem. — Fiquem e assistam, vocês são os meus convidados. Os murmúrios aumentaram, e o clima de excitação voltou. Ryuji, Alex e Charlotte foram até a arquibancada, onde esperaram pelo pior. Derek, Jackson e Rebecca, ficaram na arquibancada do lado oposto, observando tudo com expressões sombrias.
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