O barulho contínuo das ventoinhas ecoava como um sussurro metálico pelo meu escritório tecnológico. As dezenas de telas espalhadas pelas paredes lançavam uma luz azulada sobre o ambiente, projetando sombras dançantes que refletiam em minha taça de vinho. Eram quase três da manhã, mas o tempo, para mim, não seguia as mesmas regras que para os outros. Eu vivia em função dos movimentos — e agora, cada movimento dela era a minha obsessão. Na tela principal, um mapa da Europa piscava com pontos vermelhos, indicando rotas de transporte, contatos, fronteiras atravessadas e, claro, a posição atual da minha safira. O comprador de fachada, um suíço entediado com sua fortuna, havia transferido a pedra para Zurique. Eu sabia cada detalhe: o número do voo, a hora em que a caixa fora entregue no cofre

