Tyhuana narrando...
- O que você faria se em uma noite fosse quase morta por um monstro e no outro dia estivesse noiva de alguém que nem se quer sabe o nome?!?
Um tanto estreito não acha?!?
Eu apenas fugi, tentei me esconder, eu estava com medo, com raiva, triste, eu estava desesperada...
Fiz o que sempre fazia, desviei meu caminho para a floresta, onde me sentia livre, quanto mais eu corria, não parecia ter tomado a distância que eu precisava, eu não queria ficar sozinha, eu queria alguém que me entendesse, ou alguém que me dissesse, isso é só uma brincadeira...
Eu só queria chorar, como eles poderiam ter dado minha mão a alguém que não conhecemos, como eles poderiam ter me dilacerado assim? Será que minha felicidade não importa?...
Tantas perguntas, e só o vento me respondia .. Senti algo invadir minha mente, e como eu temia, o que invadia minha mente eram pensamentos, não meus, mas de todos que estavam em um raio de trezentos quilômetros, era muita coisa para mim, uma agonia tomou conta do meu corpo, levei minhas mãos a cabeça, parecia que ela iria explodir, meu corpo fraquejou, eu caí de joelhos por entre as árvores, tentava me concentrar apenas em meus pensamentos, mas era como se não existissem...
Eu parecia estar me esvaindo de mim mesma, abri meus olhos e o que vejo?
NADA!!! Eu não vi nada... estava tudo escuro, meu desespero foi maior, fazendo-me gritar de dor, perdi a conta de quantos minutos estava ali...
Eu senti, senti braços fortes e confortantes me rodeando pela cintura, senti joelhos tocando o chão ao meu lado, senti um peitoral forte e convidativo acolher minha cabeça, carinhos começaram a serem depositados em meus cabelos e em meus braços, eu senti um alívio, toda a perturbação se foi, a agonia, as vozes, a dor, e eu voltei a enxergar, eu sabia de quem eram aqueles braços, aquele peitoral, aqueles carinhos, Jhony, ele conseguía, sempre conseguía me manter calma, ele era minha âncora entre minha humanidade e meu monstro, minha ponte para um lugar fictício, um lugar onde era apenas eu e ele e nossos dons...
Eu estava tranquila, e me afastei de seu abraço...
- Eles podem fazer isso?
Perguntei com os olhos marejados.
- Ele é um General Huna...
Ele me olhou triste...
Desabei... chorei rios de lágrimas... eu só queria q fosse mentira... Meus pais assinaram minha sentença de morte, o que eu tinha sentido por ele foi realmente intenso, algo que nem eu sei explicar, mas ele não era meu anjo... ele é meu demônio....
Ele será aquele que irá me executar, não só por mentir, ocultar, ou ser uma quimera, mas isso era considerado traição, eu não sei se o que sinto é amor, mas não pode ser, não posso amar um humano, quanto mais um Guerreiro....
Amar é depois ser morta por esse amor proibido... Ainda que conseguisse esconder toda nossa vida juntos, ele adoeceria, e eu não , ele envelheceria, e eu não, ele morreria, e eu .....não.
É um tanto suicídio me entregar a esse sentimento, ele provavelmente não sentiu mesmo por mim, está apenas atrás de uma esposa... Meus sentimentos e pensamentos não valhiam de nada para ele...
Eu me prendia a isso...
Depois de um longo período de tempo perdida em meus pensamentos, resolvemos ir a universidade, tínhamos aula, e era nosso último ano, não podemos deixar outras coisas tomarem nossa frente....
Andávamos devagar, despreocupados, e em silêncio total, Jhony compreendia minha dor..
Percebi um carro azul se aproximando de nós, olhei pelo canto dos olhos, e quase que perco minha compostura, era ele, o general...
- Entrem eu levo vocês!!
Falou abrindo a porta do carro...
Fingi que não estava vendo, e nem ouvindo..
Mas ele continuou a nós acompanhar.
- Por favor Huna! Precisamos conversar sobre nosso noivado!!
Foi a última gota para mim...
- Primeiramente Srt. MacColl para você... em segundo lugar não irei à lugar nenhum com você... em terceiro lugar, não sou sua noiva, não temos nada a tratar, então me deixe em paz, e se ao menos tentar se casar comigo farei de sua vida um inferno...!!
Falei friamente, não costumava fazer com o que os outros se sentissem assim, mas eu precisava o mostrar que não sentia nada por ele, eu só precisava mentir... Bati forte a porta de seu carro, e vi o sorriso nos labios Jhony... Tão convidativos que me fizeram rir também...
Ele ficou lá parado dentro do carro, nos observando ir embora... Meu coração doía por deixa-lo daquela forma, mas eu tinha que esconder meus sentimentos, não desliga-los... apenas esconde-los...
Após alguns minutos chegamos a universidade, percebi muitas pessoas estranhas que ainda não tinham ido embora, também percebi muitas garotas com anéis de noivado a mostrá, todas pareciam contentes, felizes, apaixonadas... mostravam seus anéis umas às outras, e gritavam como crianças... Isso era irritante...
Alguns guerreiros passavam orgulhosos a apresentavam suas damas a seus colegas, todos realizados, e eu tentando fugir disso, tentando esquecer o que tinha sentido por ele ontem, se isso é o sonho delas, sinto muito mas não é o meu...
Alguns minutos depois de observar a movimentação, ele apareceu...
O que ele estava fazendo aqui?
Jhony logo se aproximou, segurou minha mão, ele sabia que a presença do general me fazia perder o chão, ele parecia me entender...
Ele chegou perto de mim e abriu um sorriso, que fez meu coração disparar, comecei a suar, Jhony soltou minha mão, o que me fez cambalear, ele olhou para os soldados que estavam atrás de si, pegou minha mão e a beijou, eu não tive força para puxar, não tive força para reagir, todos ficaram a nos olhar, ele é um General, e eu? Uma "quimera"...
Os seus soldados ficaram vidrados em mim, como se não tivessem visto o que ele estáva a fazer... Eu nem conseguia sorrir... acho que minha cara estava de boba, mas.... Algo eu sentia por ele, ele fazia minha base ser destrinchada...