Peixe narrando
capítulo 77 continuação...
A rua tava mais silenciosa agora, mas aquele silêncio pesado, que engana. Silêncio de pós-guerra. Dos que ficam contando os estragos .
A caminhada até em casa parecia mais longa do que nunca. Cada passo era um peso, cada sombra me fazia virar o pescoço. O dedo ainda coçava no gatilho, mas eu precisava chegar. Precisava ver com meus próprios olhos que elas estavam bem. O portão fechado com os crias da segurança atento a cada movimento assim que eu gosto . A luz da varanda acesa. Sinal que alguém lá dentro ainda acreditou que eu ia voltar.
Bati duas vezes, a senha combinada com minha mãe . Um segundo depois ouvi o destravar da fechadura e a mão da minha mãe puxando a porta com força.
- Meu filho... ela disse baixo, os olhos cheios d’água, e me
