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1003 Palavras
Allan Narrando... Todo ano, na empresa do meu pai, fazem uma festa de boas vindas a todos os funcionários novos. Eu odeio essas formalidade, mas adoro o fato dessas festas terem muita bebida. E é por isso que estou me arrumando para ir. Na hora das festividades, que seriam em um salão alugado, bem arrumado e a dois quarteirões da empresa, fui até lá e olhei as pessoas que já estavam se divertindo. Como sempre, cheguei atrasado. Pedi um uísque no bar. A empresa prosperou tanto do ano passado para cá que estamos comemorando a entrada de cerca de trinta funcionários novos. Eu bebi o uísque, e bati o copo no bar. – Mais um. – Falei. O garçom logo me trouxe o segundo copo. – Filho? Por favor, não exagere. – Meu pai se aproximou de mim, e eu soltei uma risada ao ouví-lo. – Relaxa, velho. Não vou exagerar, não. – Falei pegando o uísque que o garçom me trouxe e o bebendo de uma vez só. Meu pai suspirou e saiu de perto. Como sempre, muito mau humorado. Ele não sabe como curtir a vida, não como eu. De longe, observei a novata bebericando uma água, enquanto conversava com algumas mulheres do setor. Ela é muito prestativa. Está trabalhando conosco tem duas semanas e já fez mais coisas do que muita gente. Sou grato por ter uma funcionária tão boa, aleluia, porque ela tem resolvido muitas coisas por mim. Um garçom passou trazendo coquetel de frutas alcoólico e eu peguei logo dois. Bom, as horas da festa foram passando e eu percebi que estava saindo do controle. Mas já era tarde demais. Halley se aproximou de mim, parecendo confusa. Ela se aproximou de mim e eu percebi como ela fica mais bonita sem óculos. – Tá gostosa, hein, Halley? – Falei, mas foi sem querer. Não sei o que diabos deu na minha cabeça. – Oi? – Ela arregalou os olhos. De repente, eu senti vontade de vomitar... E acidentalmente, eu vomitei. Nos sapatos da Halley. – Porra... – Ela olhou para o chão, brava. – Mas que c*****o, chefe! – Resmungou. – Desculpa... Acho que vou vomitar de novo. – Ela me pegou pelo braço e me levou para a área externa, onde eu vomitei novamente. – Que nojo. Meus sapatos estão imundos. – Ela resmungou de novo. Coitada. – Me desculpa, Halley. Eu preciso ir pra casa, onde é minha casa? – Ela girou os olhos. Halley Narrando... Fiquei extremamente p**a por ver os meus sapatos sujos de vômito. Esse homem precisava ir pra casa e dormir. Peguei a chave do carro do bolso dele e comecei a arrastá-lo, em direção ao estacionamento. – Onde vamos? – Ele ria. – Pra sua casa. Sorte sua que fui buscar aqueles documentos que o senhor esqueceu outro dia lá, se não, eu te deixaria na rua. – Girei meus olhos. Allan dá mais trabalho que criança. – Senhor não, Halley. Poupe minha cara de jovem. – Ele gargalhou. Ajudei Allan a entrar no carro. Eu me sinto uma babá de gente velha, mas prometi ao Sr. Morgan que cuidaria desse idiota... E não posso descumprir a promessa, já que Sr. Morgan tem sido tão bom comigo e com minha avó. Dirigi até a casa de Allan sem muita pressa. O ajudei a descer, abri a porta da casa e o ajudei a chegar na sala, onde ele se arremessou no sofá. – Tô exausto. – Disse. Fui até a lavanderia para lavar meus sapatos, e enquanto lavava, ouvi um barulho. Corri até a sala e Allan havia caído na mesinha de centro, e estava rindo feito um i****a. – O que é isso, Allan? – Questionei, brava. – Eu queria ir pro meu quarto, Halley. Acho que não consigo. – Disse, rindo. – p***a, eu bebi demais. – Quando é que você vai crescer, Allan? Você tá velho demais para fazer esse tipo de bobagem. É chefe de um setor importante na empresa do seu pai e fica agindo como um verdadeiro p****e. – Falei, brava. Ele se sentou no chão, e eu o olhava feio. – Não me chama de p****e! Eu tô bêbado, mas ainda sou seu chefe. – Ele disse, e depois deu uma gargalhada. – Eu não ligo se é meu chefe ou não. Você tá perdendo a noção do ridículo! – Reclamei. – E você tá parecendo meu pai. – Gargalhou. – Olha aqui, você estava reclamando que o Jack não te leva a sério semana passada, e acha que é o chefe no seu lugar... Pois bem, Allan. Se eu fosse considerar alguém como chefe pelo comportamento, seria ele e não você. Você parece um adolescente de 16 anos fazendo essas palhaçadas, e sinceramente, se eu fosse seu pai, já havia desistido de você. – O sorriso de Allan se desfez. – Nossa, você pegou pesado. Espero não lembrar disso amanhã. – Cruzei meus braços na frente do peito. – Não se preocupe, amanhã faço esse discurso novamente se não lembrar. Eu tô p**a com você, você disse que queria minha amizade e eu estou dando. Minha amizade é sincera a ponto de brigar contigo quando você fizer merda. – Ele concordou com a cabeça. – Eu não sei como mudar. Ou como ser mais responsável... Eu só vivo a vida, Halley. – A vida é feita para ser vivida, mas tem horas pra fazer isso e tem horas pra ser sério. Para de ser um perfeito babaca que sua vida vai melhorar, tá? É melhor eu ir embora porque eu tô muito brava. – Sai em direção a porta. – Não me deixa sozinho, Halley! Volta aqui! Sua vaca! – Olhei brava para ele, já com a mão na maçaneta. – Vaca é a senhora sua mãe. E trate de colocar essa calça para lavar, porque está cheia de vomito. – Abri a porta e saí. Ou Allan toma um jeito, ou ele nunca vai ser respeitado por ninguém. Ele precisa desesperadamente crescer.
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