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1869 Palavras
Capítulo 67 Karina narrando Eu sinto algo muito forte quando eu entro nesse morro, era como se eu já tivesse vindo aqui, como se eu já conhecesse ele, talvez seja porque Maria Izabel me contava muito sobre ele. Quando paramos na frente de uma casa muito bonita e grande, eu vejo que a gente estava na frente da quadra, e era como Maria Izabel me contavba, as ciranças brincando, tinha a sorveteria da dona La la que ela dizia que era o melhor sorvete do mundo e que um dia ela queria me levar para provar, esse dia chegou, mas ela não estava aqui. Era uma coisa bem surreal de se imaginar. Ela me dizia que queria vir embora para cá, queria me trazer e que a gente seria felizes aqui, eu e ela e que esse dia chegaria, a gente teria a nossa liberdade, eu fico olhando o morro todo e Grecco me observando, era como se eu tivesse no paraiso, no melhor lugar do mundo. — Porque eu não estou aqui? – eu pergunto para ele e ele me encara — Você queria estar aqui? – ele pergunta — Sei lá – eu respondo – esse é o morro que você mora. Aquela pergunta parece que soou meio atrapalhada para ele, ele ficou tentando procurar as respostas. — Eu gostaria de fazer algo – eu falo — O QUE? – ele me pergunta — Tomar um sorvete lá – eu falo para ele e ele me encara. — Vamos – ele responde. Grecco não se impôs de nos ir até a sorvetreria, chegamos lá, parecia que eu já conhecia esse lugar, Maria Izabel me contava detalhes de tudo, porque ela sempre disse que morria de saudade desse lugar. Eu me sentia em casa, me sentia como se eu tivesse nascido aqui, era algo bem diferente de sentir, algo que eu jamais tinha sentido. — Qual você quer? – Grecco pergunta — Quero de limão e goiaba – eu falo — Limão e goiaba? – ele pergunta — É – eu respondo – são os meus sabores preferidos – eu falo sorrindo. — Vou pedir – ele fala me encarando. Era também os sabores preferidos de Maria Izabel, a gente sempre pedia os mesmos sabores quando a gente saia para comer sorvetes, nas raras vezes. Grecco traz os sorvetes e sentamos para comer, era um gosto de saudade em cada colherada dele, mas ao mesmo tempo eu sentia ela perto de mim. Eu olho para o morro, para as crianças brincando, olho para Grecco que me encarava. — Obrigada pelo sorvete. — Não precisa agradecer – ele fala me olhando com um olhar difícil de desvendar. Capítulo 68 Karina narrando Nos vamos para sua casa e eu tomo um banho, coloco uma camiseta dele e ele estava preparando algo para comer, eu começo ajudar ele e logo terminamos o nosso macarrão com molho branco, arrumamos a mesa e começamos a comer. — Você mora aqyui a vida toda? – eu pergunto para ele. — Moro – ele responde — Você a conheceu? – eu pergunto e ele me encara. — Conheci – ele fala – conheci – ele responde. — Ela nunca falou de você. — A gentre não era tão próximos – ele fala – mas a gente se conheceu, conviveu sim juntos. — Quando ela foi embora – eu falo n- porque ela foi embora? — Ela foi embora bem nova – ele fala – deveria ter uns 15,16 anos. — Por muito tempo eu achei que ela poderia ser minha mãe – eu falo e ele me encara – a relação dela com meu pai sempre foi cheia de segredos e eu sempre acreditei que Samanta sabe de tudo. — E porque você deixou de acreditar que ela é sua mãe? — Porque ela teve um problema sério no útero quando mais nova, até fez uma cirugia – eu falo – eu achei alguns documentos, e ela me contou tudo. — É, eu não sei -e le fala — Ainda mora alguém da família dela aqui? – eu pergunto — O primo dela, o dono do morro – ele fala — Como ele se chama? — Jefferson – ele fala – mas eles não tinha contato. — Ela já me faloud ele, eu acho – eu falo — Já? – ele pergunta — Á gente conversava bastante, ela falava muito sobre o morro – eu falo A gente acaba adormecendo, eu acordo e procuro por uma roupa, eu estava nua, Grecco estava dormindo, eu me levanto e pego minha roupa e saio do morro, o dia ia ainda amanhecer. Grecco jamais me deixaria falar com esse Jefferson, eu encontro alguns homens na frente de um lugar parecido com o alemão, aquele homem me encara e eu me aproximo. — Eu gostaria de falar com Jefferson – eu falo e ele me encara — Sou eu – ele fala — Eu sou Karina. — Eu sei quem você é. — Eu sei que você é primo da Maria Izabel, eu gostaria de falar com você. — Cadê Grecco? – ele pergunta — Está dormindo – eu respondo – eu preciso muito falar com você. — Sobre o que seria? – ele pergunta me encarando. Se tem alguém que poderia me responder quem era Fernando, seria ele. Quem poderia me dar respostas sobre o passado, seria ele. Nem mesmo as armas atravessada nas costas daqueles homens m*l encarados, me intimidaram. Capítulo 69 Karina narrando Jeff me olha um pouco estranho, mas me leva para dentro da boca, eu encaro todos os cantos dela e ele me manda sentar, eu sento na sua frente e ele apaga a maconha. No começo sinto um pouco de medo e da reação de Grecco ao saber que vim falar com ele, mas a minha vida toda tive minha vida comandada pelo do meu pai, me dizendo o que tinha que fazer e quando deveria fazer, confesso que estar aqui no morro, ter sido trazida para cá pelo Grecco me fez sentir o gosto de liberdade que Maria Izabel sempre disse que um dia eu sentiria e quando eu sentissse, eu iria ver que a minha vida poderia ser totalmente diferente. — Estou curioso – ele fala me encarando – para saber o que você quer comigo? – eu o encaro. – ainda mais em relação a Maria Izabel. — Eu fui criada por ela por alguns anos. — Sim, ela foi casada com seu pai – ele fala — Não se refere aquele homem como meu pai – eu falo – eu não o considero como pai. — Então vamos chamar ele de Jean. — Ótimo – eu respondo e ele me encara – ele maltratava ela, fazia sua vida um inferno todos os dias. — Ele merece morrer – ele fala — Eu concordo – eu afirmo e Jeff me encara com os olhos arregalados. — Eu gostei de você – ele fala – você é muito parecida com a minha prima. — Sua prima me criou , como eu disse – eu olho para ele – ela me ensinou muita coisa e sempre me disse como era o mundo aqui fora, dentro de um morro e me ensinou a sobreviver a tudo. — Como se ela imaginasse que um dia você estaria aqui – Jeff fala — Pode ser, pensei nisso já também – eu falo para ele – que no fundo ela sabia que um dia eu iria estar aqui no morro. — Maria Izabel era esperta. — Ela tinha alguém aqui no morro – eu falo e ele me encara — Alguém? — Sim – eu falo – ela me falava dele sempre. — Eu não sei de nada – ele fala — Nome dele é Fernando – eu falo — Não conheço. — VocÊ nasceu aqui? — Nasci – ele fala — E como não conhece nenhum Fernando? — Conheço pelo vulgo e não pelo nome das pessoas – ele fala — E você me ajudaria? – euh pergunto – a descobrir quem ele é, você tem esse direito de saber, de perguntar, você pode fazer isso, você é o dono desse morro, não é? — Sou – ele fala me encarando — Você me ajudaria? – eu pergunto — E porque você quer encontrar ele? — Porque sei que depois que tudo isso acabar, ele é a única pessoa que vou poder contar – ele me encara – porque querendo ou não, ele era uma pessoa especial a Maria Izabel, e la sempre me disse que poderia procurar ele. Jeff me encara por alguns segundos e a porta é aberta e era Grecco, ele me encara e eu o encaro. — Você está ai – ele fala — Eu precisava falar com Jeff – eu falo — Ok, eu te ajudo – ele fala — Obrigada – eu falo para ele. Grecco nos encara sem entender muito, mas não faz pergunta nenhuma. Capítulo 70 Karina narrando Eu senti que Grecco ficou meio assim por ter ido falar com Jeff, nos voltamos para casa dele e tomamos café da manhã. — O que você foi falar com ele? – ele pergunta — Eu preciso encontrar uma pessoa – eu falo — Quem? – ele pergunta — O nome dele é Fernando – ele me olha – eu preciso encontrar ele. — Quem ele é? — É a pessoa que Maria Izabel mais confiava dentro do morro – eu falo e ele me encara – você conhece alguém? — Conheço os homens pelo vulgo. — A mesma coisa que Jeff me disse, mas ele disse que ia tentar me ajudar – eu falo — E porque quer encontrar ele? — Porque Maria Izabel disse que eu poderia confiar nele – eu falo e ele me encara – não importa o que acontecesse, ela tinha confiança nele e que eu também poderia confiar nele. Grecco me encara e assente somente com a cabeça, ele não falava muita coisa quando era em relação a Maria Izabel, acredito que ele entendia a minha dor. Voltamos para o morro do alemão e ele me deixou na casa de Ester, antes dele ir embora, eu seguro em sua mão e ele me encara. — Obrigada, você tornou meu aniversário especial – eu falo para ele e ele sorri. — Não precisa agradecer – ele fala – eu preciso voltar para o morro da Rocinha, mas podemos nos encontrar a noite. — Eu vou gostar – eu falo para ele – pode ser. — Preciso te entregar isso – ele tira um celular – é que ai a gente consegue conversar. — Obrigada – eu falo pegando o celular na mão – se cuida. — Pode deixar – ele fala e se aproxima beijando a minha testa e eu sorrio para ele. Eu vejo Grecco se afastando e entrando dentro do carro e eu entro para dentro da casa e olho para o celular, eu abro um sorriso, pensando na noite que tivemos juntos, nos dias que estamos tendo juntos e na forma que a gente estava se aproximando. Quando vejo, me pego com um sorriso bobo em meu rosto enquanto penso nele.
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