Capítulo 11
Antonella narrando
Ao mesmo tempo que eu queria ver Toco o mais rápido possível, eu queria matar ele por estar passando por isso, estava em uma fila enorme há mais de uma hora e meia, embaixo de um sol escaldante, com esse uniforme rosa horrível esperando para entrar lá dentro, eu estava com uma sacola cheia de coisa que acordei as 4h da manhã para trazer para ele, todas as coisas que ele gostava de comer e ter.
A fila começa andar já era quase 11h da manhã, quando chega a minha vez, me mandam colocar a sacola em uma esteira.
— Nome – a mulher fala me encarando
— Antonella Borges da Silva – eu falo
— Documento – ela pede e eu entrego – Nome do detento.
— Antonio Pedroso – eu falo
— Antonella Borges da Silva – ela fala repetindo o nome e encarando o documento, ela pega uma lanterninha e coloca sobre o documento – 29 anos, isso?
— Isso – eu respondo
Ela continua observando o documento e me encarando, não tinha nada que pudesse dar errado e eu me mantenho tranquila a encarando. Ela mostra para outra policial do lado dela e a mesma faz a mesma coisa, pega a lanterninha e olha os detalhes do documento todo e entrega para a primeira novamente.
— Vem para revista – ela fala – tira toda a roupa e abre as pernas em cima do espelho.
Eu faço o que ela manda, tiro a minha roupa toda, coloco dentro da esteira e abro as pernas no espelho, depois ela me revista e me manda colocar a roupa novamente.
— Só assinar aqui Antonella Borges da Silva – ela fala me entregando o papel.
— Prontinho – eu falo
— A revista aqui já deu, tudo certo – a outra mulher que revistou as coisas que eu trouxe fala.
— Pode ir – ela fala.
Eu sigo conforme a linha que tinha no chão que me levaria até o pátio onde era as visitas, vou andando e chego no pátio, procuro por Toco em todos os lugares, até que eu vejo ele e ele me ver, ele vem andando em minha direção e eu vou andando até ele.
— Meu Deus , o que fizeram com você? – eu pergunto para ele que estava com o rosto todo machucado – o que fizeram com você meu amor?
— Eu estou bem – ele fala pegando em meu rosto e me dando um beijo rápido – eu preciso de noticias de fora do morro, preciso que você me fale tudo que está acontecendo no morro.
Capítulo 12
Toco narrando
A gente se senta em uma mesa porque não podemos ficar de pé no meio do pátio, para disfarçar Antonella começa a tirar as s coisas de dentro da sacola.
— Eu acordei de madrugada para fazer, arroz soltinho, strogonoff, feijão – eu falo para ele – trouxe uma garrafa de sprite.
— Você é maravilhosa – ele fala
— Você deveria ter me escutado aquela noite.
— Foi uma maldita blitiz – ele fala – eu não parei com o carro , achei que iria conseguir fugir, mas tinha mais viatura mais para frente.
— Você nunca deveria ter parado aqui – ela fala me olhando – as coisas tá um inferno dentro do morro – ela me entrega a colher para que eu pudesse comer.
— Quem está no comando? – eu pergunto
— Nolasco – ela fala e eu a encaro – só que ele está lá colocando o terror querendo saber informação mais informação.
— Eu imaginei que ele entraria lá – eu falo para ela -ele é meu padrinho do crime, não deixaria meu morro a ver navio.
— Só que eu estou achando que foi ele que te colocou aqui dentro – ela fala me encarando – Eu entrei na ontem e estava tudo revriado, fora do lugar, ele está procurando por algo.
— É obvio que ele vai estar procurando algo, os outros morros , chef , estão indo para cima dele – eu falo
— Que merda em Toco – ela fala me olhando.
— Mas não acho que ele me colocou aqui de proposito – eu falo e ela me encara
— Para de ser inocente Antonio, o cara tá lá revirando o morro todo, dizendo que ele está no comando agora e que todos devem acatar as suas ordens.
— Ele está protegendo o morro – eu falo para ela que me encara.
— E o que eu faço?
— Você precisa colocar fogo em um lugar lá dentro.
— O que? – ela pergunta
— Nesse lugar tem todas as respsotas que Nolasco está procurando – eu falo – mas não pode pegar fogo só lá, precisa pegar fogo pelo menos no beco inteiro.
— É residencial?
— Não – eu falo e ela me encara – só é galpão, vamos perder algumas drogas, mas é melhor do que encontram o que tem lá.
— Queima rápido?
— Queima – eu falo para ela – Beco 39, o lugar principal é a casa 14 porta verde, lá tem que se concentrar o fogo e depois so espalha para os outros lugares.
— Eu vou fazer isso – ela fala – não podemos que Nolasco ache algo.
— Se ele achar a história muda – ela me encara – mas escuta Antonella, nem Salve pode saber o que você vai fazer, precisa ser na escondida, isso é um segredo somente meu e seu.
— Pode confiar em mim – ela fala me encarando – você sabe que pode.
— Eu sei – eu falo para ela – é por isso que tenho ainda mais certeza na escolha que eu fiz para minha vida – ela abre um sorriso
— Sua mãe foi falar m*l de mim para ele. – eu começo a rir – disse que eu era culpaa pela sua prisão.
— Ela disse isso? – eu pergunto
— Disse , eu posso jogar ela e queimar ela lá dentro? – eu começo a rir
— Não faça isso, ela volta para te assombrar – eu falo para ela.
— Eu quero que você saia daqui o mais rápido possível – ela fala me olhando
— Eu vou estar de volta logo no morro com você loira – eu acaricio o rosto dela – não vou te deixar sozinha por muito tempo.
— Você promete? – ela pergunta
— Prometo.
— Eu vou vir te visitar sempre que eu poder – ela fala
— Não quero você vindo aqui – eu falo para ela – passar trabalho e humilhação.
— Eu vou vir, porque nenhum larga a mão do outro – ela fala me olhando
— Eu amo você Antonella – eu falo para ela.
— Eu também – a gente se beija - agora come, da próxima eu trago mais coisas.
— Está tudo ótimo – eu falo para ela sorrindo.
A visita tinha acabado e eu voltei para cela, fiquei pensando no que Antonella me disse, que não era para ser inocente que Nolasco estava por trás da minha prisão.
— O que foi chefia tá pensativo de mais – ele fala
— Preciso falar com Nolasco – eu falo
— Se ele mandou sua fiel, ele deve entrar em contato logo – ele fala.
— Espero – eu respondo.