Júlia Fernandez
Estou destruída.
Não consigo encará-lo.
O Allonso está ali, parado, me olhando como se não me reconhecesse. Como se estivesse tentando decifrar um quebra-cabeça que prefere não montar.
Me encolho no canto da cama, com os olhos marejados.
— Tá feliz agora? — sussurro com a voz embargada, sem conseguir sustentar meu olhar no dele.
Silêncio.
Ele não diz nada.
Meu peito dói. Cada batida parece um soco.
— Vai embora, Allonso. Por favor… — continuo. — Você pediu a verdade. Tá aí. Agora pode ir.
Ele se levanta num rompante, os olhos vermelhos de fúria.
— Droga... PORRA... DESGRAÇADO! — grita esmurrando a parede com tanta força que chego a me encolher no colchão.
Me levanto devagar, decidida a ir pro banheiro, me esconder, sei lá… sumir.
Mas ele me segura.
— O que mai
