Capítulo 31 RAFAELE NARRANDO Saí da casa da Renatinha ainda com o coração acelerado e a cabeça girando. O Arcanjo estava encostado na moto, me observando com aquele olhar sério que parecia atravessar qualquer mentira. — Quer ficar no morro ou ir pra sua casa? — ele perguntou, a voz grave, sem tirar os olhos de mim. — Quero ir pra casa… papai e mamãe vão ficar preocupados — respondi, tentando controlar o tom, mas minha voz saiu meio trêmula. — Tudo bem. Ele subiu na moto e eu fui logo atrás, segurando firme na cintura dele. Ele acelerou mais do que eu esperava, o vento cortando o meu rosto, e por um momento senti medo, não só pela velocidade, mas porque parecia que estávamos indo direto para uma conversa que mudaria muita coisa. Chegamos rápido ao meu prédio. Subimos em silêncio. As

