Cauterized

1502 Palavras
Amanda: Em 16 anos de vida, posso afirmar que, em momento algum tive a base e nem demonstração do que é afeto e relacionamento saudável. Isso é apenas uma das coisas que o dinheiro n******e comprar, acho que o real amor está apenas em Deus, só o fato dele ser supremo e dar a vida do único filho em troca da vida de seres medíocres e intolerantes incluído eu. Isso mostra que além de o amor ser cego, também é s***o. Desde que meu pai pediu o divórcio pra minha mãe, minha Vida tem sido extremamente difícil. Ter uma mãe colérica que evita ter um relacionamento fraternal com a própria filha.. algo que eu acho absurdo, mas é a minha realidade. Todo os dias minha mãe faz minha cabeça ter v*****e de explodir, a infelicidade de ter tido um casamento falido não afeta somente ela, mas a mim também que ela faz questão de me culpar. Desde os meus 11 anos faço aulas de letras, até hoje já aprendi oito idiomas diferentes: Francês, português, inglês, alemão, italiano, crioulo, espanhol e irlandês. Com 13 anos de idade entrei no balé, no ano seguinte me matriculei em artes marciais, e aos 15 anos entrei pra escola de futebol e prático até os dias de hoje. Tudo isso apenas pra me manter longe das ignorâncias de Cassandra. Muitas pessoas me vêem como a nerd riquinha, mas nem imaginam o caos que minha vida é. Meu pai depois que saiu de casa se mudou para França, meu avô se aposentou e passou a empresa para meu pai dar continuidade. Isso partiu meu coração na época, ele nunca deixou de vir me ver e até me levava pra lá nas férias, nunca me deixou faltar nada, ele é um ótimo pai. Mas a única mancada dele foi ter deixado minha mãe ficar comigo. Ela nunca foi uma mãe presente, esta sempre ocupada para mim e na maioria das vezes passa noites fora de casa. Meu pai já conversou comigo várias vezes sobre esse assunto, e na real é que todo mundo sabe que ela não aceita a separação porque ela é a culpada! Estou no segundo ano do ensino médio e parece que na verdade estou no inferno, meu dia já começa bem estressante ao ouvir os gritos que minha mãe da em plena seis da manhã. Todos os dia levanto esse horário para fazer minha vídeoaula de alongamento que começa às seis e meia, depois disso vou pro banho e me arrumo pra ir a escola. Visto uma roupa quentinha e confortável já que hoje o tempo não está tão bom assim, apenas uma camiseta de manga cumprida e uma blusa de lã por cima, uma saia jeans e meu par de botas. Pego meu celular, meu fone e minha mochila e saio às pressas visto que já são oito da manhã. Ao chegar na escola dou de cara com quem eu menos queria, mas apenas respiro fundo e continuo andando como se eu não tivesse visto ele ali, mas o infeliz fez questão de falar comigo. — Bom dia Garcês, estarei a sua espera na sala B assim que bater o último sinal.. - Collin West passa por mim com sua mala de mão. Collin West é meu professor de matemática que começou a dar aulas aqui a duas semanas. Acontece que no início dessa semana tive alguns desentendimentos com minha colega de turma.. como não era a primeira vez, acabei por tomar detenção. O que significa: fazer extra até o final do mês na matéria em que eu sou péssima, ou seja, matemática. Collin é o único professor da College Oxford com menos de 30 anos de idade, muitas meninas e até funcionárias da escola hora ou outra dão em cima dele. Ele é bem bonito, apesar de se vestir formal demais. Assim que passo pela porta da sala sou atingida por uma bolinha de papel, olho na direção de quem jogou e bufo ao ver que tinha sido Denny Kiura, o Japonês mais b****a que já conheci na vida. As duas primeiras aulas passaram bem rápidas, a professora de artes também não passou nada muito difícil. Logo após aula de história, que é uma chatice mas sou muito boa nessa matéria. Assim que o sinal toca para o intervalo pego minhas coisas e saio da sala, caminho pro meu armário tranquilamente enquanto os corredores se enchiam. — Ammy, você viu que Joallin terminou com o Luke Evans? - Cristina aparece de repente ao meu lado — E o que tem? - encaro ela — E.. o que foi? está de tpm? - arqueia a sobrancelha e eu reviro os olhos mostrando para ela o papel da detenção - Oh.. pelo menos vai estar com o Collin gostoso West. - ela sorri — Não, ele não é gostoso. - fecho meu armário e caminhamos para o refeitório Cristina e eu somos amigas desde os 13 anos, nos conhecemos na aula de Irlandês. Somos bem diferentes uma da outra mas nos damos super bem. Cristina é alta e bonita, parece até uma modelo, sua popularidade entre os meninos é de uma garota de respeito já que apesar da beleza preza por sua imagem e dignidade não aceitando ficar com qualquer um... algo que é bem difícil de se ver hoje em dia, principalmente na nossa idade. Cris é a fada sensata e seu jeito de se vestir chama atenção por ter um ótimo gosto, a única mancada dela foi ter namorado com o xing ling b****a, mas é como dizem né.. ninguém é perfeito. — Mas ele ensina bem, ao menos suas notas vão deixar de ser vermelhas. - Cris comenta pegando sua bandeja cheia de cima da bancada — Kátia cumprirá detenção com a Dona Rute, o fato de não ter notas vermelhas fez com que ela fosse ajudar na limpeza da escola. - sorri - acho que a arrogância dela vai diminuir agora. - sentamos em uma mesa vazia Kátia é a colega de turma ao qual tive conflito, ela é a aluna "exemplar" nota 10 da escola. O problema que tive com ela foi em um debate, aula de sociologia em que estávamos estudando sobre audiência tributária e leis jurídicas. Ela queria insistir que há uma lei para e*****o culposo, minha mãe trabalha em uma advocacia e é óbvio que não há lei que existe para defender macho escroto e********r. O fato é que ela passa pano pra esse tipo de coisa, típica mulher gado que foi criada pra ser mandada por homem se desvalorizando totalmente. A discussão foi tão intensa que meu caderno foi parar na cara dela e ela puxou meu cabelo, por isso a detenção. — Denny me ligou essa noite - Cris fala me fazendo notar que ela não prestou atenção em nada do que eu disse - mas não atendi, acho que ele quer voltar comigo.. — Não, ele é muito i****a. - tomo meu suco - amiga, sabe que não vale a pena, não é? — Ammy... - respira fundo - mas ele me trata tão diferente das outras meninas - ela me olha com um sorriso bobo - o jeito que ele fica todo sem jeito quando estamos a sós, o abraço aconchegante dele.. - diz piscando como uma tonta apaixonada - aquelas covinhas no sorriso pós beijo - mexe em sua salada dando suspiros — O jeito que ele ficou bêbado e beijou a Sarah também foi super fofo. - faço uma voz melosa e ela me olha séria - Cris, não adianta assoprar o machucado se vai estar sempre se machucando. — Primeiro: ela que beijou ele..- ela revira os olhos — E ele deixou! Cris, entenda que ele não presta. - digo terminado meu sanduíche — E que homem presta pra você? - ela me olha com sarcasmos - Tirando seu pai, claro! - fico em silêncio tentando me lembrar de alguma figura masculina ao qual eu não achava hetero top s*******o e falho miserávelmente - Amanda, você precisa se apaixonar. E só assim você vai entender que, errar é humano e nem todo homem é cachorrinho no cio! — Nem vem.. - pego minha bandeja e levanto saindo dali rapidamente. Mal sabe ela que pretendo me apaixonar apenas quando eu já tiver vinte anos e estiver com meu carro, meu apartamento, formada na faculdade, com meu emprego num cargo excelente sem precisar depender de homem nenhum. As pessoas deveria aderir mais essa ideia de se preocupar mais com o proprio futuro, assim haveria menos pessoas com o emocional dependente de outros. assim que bate o sinal corro para a aula de química, passo as últimas aulas ali e assim que o último sinal ecoa pela escola solto a respiração que nem reparei ter segurado. Levanto calmamente recolhendo meu material e coloco na mochila, assim que pego meu celular vou direto para a sala B ao encontro do professor de Matemática. Sinto que essa uma hora de detenção será longa..
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