— Tira a calcinha. Meus dedos hesitaram, desobedientes por um segundo, mas acabaram cedendo. Puxei a renda preta pelas pernas, devagar, até cair no tapete. O frio subiu pela minha pele e um arrepio me percorreu inteira. Ele segurou minha mão firme e me levou até a cadeira que estava no centro do quarto. Era grossa, com braços compridos de ferro, parecia mais uma armadilha do que um móvel. Um frio gelado subiu pela minha barriga. — Senta. — a ordem dele não me deixou espaço pra questionar. Obedeci devagar. O couro gelado grudou na minha pele nua e juntei as mãos no colo tentando esconder meu corpo do olhar dele. Como se isso fosse possível. O som das gavetas abrindo me fez prender a respiração. E então eu ouvi. O barulho das algemas batendo uma na outra. Meu corpo inteiro se arrepiou.

