📓 NARRADO POR LÍVIA Ele ficou me olhando em silêncio por alguns segundos, o maxilar travado, os olhos faiscando como se quisesse me devorar e me matar ao mesmo tempo. A respiração dele ainda tava pesada, quente, o peito subindo e descendo como se cada palavra que eu tinha jogado fosse soco. De repente, Rey soltou um riso curto, carregado de deboche. Passou a mão pelo rosto suado, puxou o cigarro do criado-mudo e acendeu devagar, tragando fundo antes de cuspir a fumaça quase na minha cara. — “A tua amiga…” — falou, rouco, segurando a fumaça na boca antes de soltar. — “Amanhã cedo mando um dos meus de confiança liberar ela. Vai sair do barraco inteira. Tá satisfeita, feiticeira?” A raiva e o alívio se misturaram dentro de mim, mas não deixei ele ver fraqueza. Cruzei os braços, o lençol d

