✍️ Narrado por Rey Dois meses. Dois meses e nada da loira. A fumaça do Marlboro subia devagar, torta, se misturando ao cheiro de pó riscado e suor dos moleques que circulavam pelo QG. Eu tragava fundo, mas a nicotina já não queimava como antes — parecia que nem o cigarro dava conta do peso que me consumia por dentro. A Lívia… parecia invenção. Como se aquela noite nunca tivesse existido. Procurei no motel, rodei o galpão do baile, puxei contato com gente do asfalto. Nada. Nem um fio de cabelo, nem uma pista. Só vazio. E aí, no silêncio, a voz da velha sempre voltava, roendo minha mente como cupim em madeira: “Enquanto tua vida e a dessa loira não se cruzarem de novo… você não vai conseguir tocar em mulher nenhuma. Vai ter corpo, vai ter cama, vai ter perfume barato te cercando, mas pr

