capítulo 1 Rey

1577 Palavras
📍 CAPÍTULO 1 — O MORRO TEM DONO ✍️ Narrado por Rey O morro inteiro me conhece. Uns me temem. Outros me respeitam. E tem quem faça as duas coisas ao mesmo tempo — que, pra falar a verdade, é o jeito certo de viver aqui. Meu nome de batismo é Reinaldo Santana. Mas só minha mãe me chamava assim. E ela já tá morta faz mais de vinte anos. O resto do mundo me chama de Rey do Morro. E eu deixo. Não nasci rei. Fui criado no barro, com chinelo arrebentando no pé e barriga roncando no silêncio da noite. Perdi a mãe aos 12, com sangue no chão e covarde fugindo pela porta dos fundos. O pai? Nem foto pra lembrar. Cresci sabendo que carinho não salva e que o mundo não tem dó de quem chora. De aviãozinho a patrão, aprendi rápido que, aqui em cima, respeito não se pede — se toma. Hoje, cada esquina desse morro gira no meu comando. Da biqueira ao baile, da contenção à coleta, nada respira sem meu aval. Eu sou o cara que decide quem sobe, quem desce, quem fica… e quem nunca mais vai ver o nascer do sol. Fisicamente? Tenho 1,87m, ombro largo e braço que conta história só na tinta: tatuagem do centro velho da cidade no bíceps, um leão no antebraço, uns rabiscos que só eu sei o significado espalhados pelo corpo. Pele queimada de sol, cabelo sempre na régua, barba fechada. Olhar que não sorri, mesmo quando a boca dá um sorriso torto. Me visto simples: camiseta preta colada, bermuda de moletom, corrente de ouro. Nada chamativo demais — deixo o barulho pra quem quer parecer perigoso. Eu não pareço. Eu sou. E sim… Sou gostoso pra c*****o. Não é ego, é constatação. O espelho confirma todo dia, e as mina também. Eu sei o que tenho no corpo. O ombro largo que elas adoram morder. O braço pesado que segura firme. A mão grande que sabe exatamente onde apertar. E, claro… o que eu carrego entre as pernas. As mina se amarram no meu p*u. Falam que é grosso, que é pesado, que é do tipo que marca na memória — e na alma. Já ouvi muito “nunca senti igual” sussurrado no meu ouvido, e sempre com aquela voz de quem não quer ir embora. Mas eu não dou moral pra ego inflado de r**o. Aqui é simples: Chegou, gozou, rala. Eu não faço questão de saber o sobrenome, não pergunto signo e muito menos planejo amanhã. Na minha cama, a única regra é aproveitar o agora. Sou puto pra c*****o, assumido. Não me escondo, não finjo ser santo e não fico vendendo romance barato. Se eu quero, eu falo. Se eu não quero, também. Não sou desses que ilude pra comer. Eu como porque quero, e elas vêm porque sabem que vão sair quebrada, mas sorrindo. Já me chamaram de canalha, de cafajeste, de vagabundo. E eu? Agradeci. Porque no meu mundo, isso é elogio. E vou te falar um segredo que aqui em cima todo mundo já sabe: Eu tenho queda por mulher gordinha. Gosto daquelas que têm coxa de travesseiro, b***a que bate palma quando anda e peito farto que enche a mão. Mulher que não tem frescura com comida nem com t***o. Que sabe gemer sem vergonha e cavalgar sem pedir licença. Gordinha tem o peso certo pra sentar e fazer homem perder a noção. Aquela pressão no colo, o calor, o balanço… é diferente. É corpo que não sobra espaço, que te prende, que te amarra. Meu p*u chega até a pulsar só de imaginar. E não é papo furado. Ele é grosso, pesado, e quando bate na porta da b****a, elas abrem sem resistência. Já vi muito olho revirar na primeira enfiada. E aí é só questão de tempo até pedir mais, gritar meu nome, e depois tentar fingir que não ficou viciada. E eu? Eu aproveito. Porque mulher gordinha, quando se solta, não tem freio. É rebolado que desmonta, beijo que morde, unha que arranha até sangrar. Eu gosto assim: suado, barulhento, sem tempo pra pensar. No meu quarto não tem pudor. Tem g**o. E na minha vida não tem amor. Tem prazer. Comigo não tem essa de beijo na boca, não. Beijo é i********e, é chave da alma… e aqui, irmão, ninguém tem acesso à minha alma. Eu não misturo língua com mina que eu sei que já beijou meia quebrada no mesmo baile. No quarto, minha boca serve pra outra coisa: falar s*******m no ouvido, xingar, mandar ela sentar mais forte, dizer que vou meter até ela pedir arrego. Beijo é pra quem tem moral — e moral comigo é mais difícil que subir o morro a pé com fuzil na mão. Já teve mina tentando vir de gracinha, enfiar a mão na minha cara, puxar meu rosto pra beijar. Eu corto na hora: — “Ô, ô… segura a onda, princesa. Isso aí não tá no pacote.” Eu viro, boto ela de quatro, seguro na cintura e resolvo do jeito que eu sei. Porque no final, ela esquece o beijo e lembra do resto. E é isso que importa. Aqui não tem romance, não tem vela acesa, não tem carinho depois. Tem tapa, tem pegada, tem meter sem dó. Tem g**o. E depois, porta aberta pra ela ir embora. Sou puteiro mesmo, puto assumido, e se alguém perguntar, eu falo na lata: — “Coração é blindado. p*u, não.” Agora vamos acabar com essa p*****a e falar real: No morro, eu não sou só o dono… eu sou a lei. Aqui no Morro do Cruzeiro, amizade é lenda, parceiro. Essa p***a morreu pra mim no dia que minha coroa tombou e a quebrada virou as costas. Ali eu aprendi: quem te chama de irmão hoje, amanhã pode ser o mesmo que segura o ferro pra te derrubar. Aqui não tem “amizade verdadeira”. Tem aliado, e aliado só é aliado enquanto tá servindo. Parou de somar? Já era. Eu não choro por n**o nenhum. Se cair, caiu. Se sumir, sumiu. No máximo, eu mando rezar pra alma — e olha lá. Eu ando com os meus de fuzil na mão, mas sei que respeito é de medo, não de coração. Respeito de quebrada é igual nota de cem: tem que conferir pra ver se não é falsa. E eu já aprendi a sentir o cheiro de traição de longe. Não dou brecha, não falo tudo, não mostro fraqueza. Se eu sorrio, é porque já sei mais do que tu pensa. Se eu calo, é porque tô guardando pra hora certa. No meu mundo, quem fala demais morre cedo, e quem confia demais morre de surpresa. Então, amizade? Esquece. No Cruzeiro é só lei, lealdade e resultado. O resto é ilusão que custa caro. No Cruzeiro, todo mundo me vê como patrão, mas ninguém sabe o corre que foi pra sentar nessa p***a de trono. Isso aqui não caiu do céu, não, irmão. Eu não herdei, não comprei, não pedi licença pra ninguém. Eu tomei. Foram anos no corre, trampando no frio da madrugada, carregando entrega na barriga, desviando de polícia e de traíra. Vi n**o cair na minha frente, vi parceiro virar alvo, vi gente que jurava lealdade vender informação por cinquenta conto e uma pedra. Aqui, tu aprende que pra mandar, primeiro tem que sobreviver. E sobreviver no morro é viver com o dedo no gatilho e o olho nas costas. Respeito é conquistado na bala e mantido no medo. E quando eu falo medo, não é só de mim, é do que eu represento. Eu sou a lembrança de que quem me fodeu, pagou. Eu sou a prova viva que no Cruzeiro, se tu mexer comigo, vai sumir como fumaça na ventania. Hoje eu ando no beco e o povo abre passagem. Molecada grita “patrão chegou!”, tia me oferece café, n**o da contenção bate continência. Mas não é porque me ama, é porque sabe que se me desrespeitar, vai pro chão. E no meu chão, n**o não levanta. Então é isso… Agora que tu já sabe quem eu sou, se prepara. Porque eu vou contar tintim por tintim de como eu peguei esse morro pra mim. E, no caminho, tu vai descobrir se eu matei… ou não… o desgraçado que botou minha mãe no chão. Tá preparado? Então vem. Porque essa p***a aqui não é conto de fada. É história de sangue. E eu não alivio. A única parada que eu alivio aqui, irmão… é quando eu g**o. E nem é ligeiro, não. Eu gosto é de ver a mina perder a noção, pedir arrego, gemer alto pra quebrada toda ouvir, tentar segurar e não aguentar… Deixar ela com a perna bamba, lembrando de mim cada vez que sentar depois. Mas essa fita aí é só bônus, papo reto. O bagulho sério mesmo vem agora. Porque essa p***a aqui não é conto de f**a e lençol suado. É pólvora, é sangue, é n**o sumindo no beco sem deixar rastro. Agora eu vou te mostrar como que se arranca um trono no peito, na bala e na marra. E, no corre, tu vai saber se eu mandei pro inferno — ou não — o filha da p**a que fez minha coroa tombar. Então se liga, fecha comigo… Porque daqui pra frente é dedo no gatilho e sangue no olho.
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