capítulo 65

1509 Palavras

✍️ Narrado por Rey A água escorria fria pelas costas, levando a sujeira da guerra pelo ralo, mas nada limpava o peso dentro de mim. Cada gota batendo no azulejo parecia tambor, lembrando que a madrugada não tinha acabado — só tinha mudado de rosto. Fechei os olhos e vi de novo: Pardal sangrando, a velha sorrindo no breu, o Braga rindo no escuro com as fotos da Lívia na mão. Era como se todo mundo tivesse cavando buraco dentro de mim. Saí do banho ainda pingando, toalha jogada no ombro, a corrente gelada batendo no peito. Dona Inês já tava na cozinha, café no fogo, mas o olhar dela me seguiu até a sala como se lesse o que eu não dizia. Sentei no sofá, passei a mão no rosto e encarei a mesa. Ali, espalhado, tava o envelope rasgado, as fotos amassadas, e em cima delas o cartão do salão: S

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR