✍️ Narrado por Pardal
O patrão ficou uns segundos só me olhando, braço cruzado, como se pesasse cada palavra antes de soltar. Eu já tava me ajeitando na cama, tentando achar posição que doesse menos, quando ele falou baixo, firme, daquele jeito que corta o ar:
— “Cê mostrou lealdade, Pardal. Isso aí ninguém tira de tu.”
O silêncio bateu, pesado, até eu rir torto, meio sem graça:
— “Lealdade ou burrice, né, patrão? Porque se tu perguntar pro meu fígado aqui, ele vai dizer que eu fui foi muito o****o de me jogar na frente de rajada.”
Ele não riu. Só ficou sério, e aí eu percebi que não era bronca, era respeito. De verdade.
O silêncio ficou grosso no quarto, só o pingar do soro e meu peito arfando. Até que ele descruzou os braços, respirou fundo e falou, devagar, como se cuspisse veneno
