O Cativeiro O lugar cheirava a mofo e óleo queimado. O eco dos passos era quebrado pelo som de metal arrastando no chão — correntes. Mandei jogarem ele no centro, de joelhos. Peguei uma corrente grossa e prendi nos pulsos, puxando até que ele ficasse com os braços esticados, preso no gancho do teto. — “Rey… pelo amor de Deus…” — “Deus não pisa aqui, Ronaldo.” Braga abriu uma caixa de madeira no canto. Lá dentro, ferramentas velhas de mecânico, alicates, chaves, um maçarico. Peguei um balde e despejei no chão, bem perto dos pés dele. Ratos. Uns cinco ou seis, vivos, roendo restos de osso. O som das patinhas no cimento fez ele estremecer. — “Sabe o que esses bichos fazem quando estão com fome?” — perguntei, agachado ao lado dele. — “Eles comem o que tiver mais mole primeiro. Pele, músc

