Melissa Narrando Eu tava prestes a encerrar a chamada com o pai, já me ajeitando no sofá e preparando aquele clássico “beijo, tchau, qualquer coisa me chama”, quando apareceu aquele rosto já conhecido da minha convivência forçada de família. — E aí, maninha! — veio ele, do nada, invadindo a chamada com aquele vozeirão grosso de quem já fumou Marlboro vermelho com sete anos de idade. Revirei os olhos na mesma hora. — Ai, nojento… me poupe, Willian! — falei rindo, colocando a mão na testa como se aquilo fosse me proteger da energia de deboche que ele sempre carrega. — Que foi? Tá toda meiga agora? Tá de São Paulo, virou madame, esqueceu da raiz, é? — Raiz de quê? Tu é raiz de problema, isso sim! — retruquei. O pai já tava rindo da gente, como sempre. Ele adorava ver a gente se provoca

