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983 Palavras

FLÁVIA NARRANDO Acordei com um resmungo no canto do quarto. Na verdade, nem sei se eu tava dormindo direito ou só com os olhos fechados, tentando descansar um pouco naquela madrugada abafada. Me virei de lado, puxando o lençol que o Fernando já tinha chutado pra fora da cama, e falei num fio de voz: — Que que foi, Fernando? Ele andava de um lado pro outro, descalço, coçando a cabeça igual quem perdeu alguma coisa. — O Lucas tá bem? — perguntei, já com o coração acelerando. Mas ele soltou um suspiro irritado, daqueles que já vem carregado de julgamento e implicância. — Cadê a tua filha? — Hã? — A Manuelle, Flávia. Cadê a Manuelle? São quatro e quarenta da manhã e ela não tá aqui. Fiquei uns segundos parada, tentando raciocinar. Pisquei devagar e olhei pro lado da casa dela, pela ja

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