WL NARRANDO A boca ainda tava sangrando quando meu pai me puxou pelo braço e me botou de pé. O gosto de ferro na língua, a cara ardendo, o corpo todo doído. Mas o que mais queimava era o orgulho. — Vambora, moleque. — foi só o que o BR disse, batendo a mão firme no meu ombro. Nem perguntou se eu tava bem. Nem precisava. Ele viu tudo. Viu eu ser espancado ali no meio da rua, no território dos caras, de frente pros chefes. E não fez nada. Não era covardia. Era estratégia. Entrei no carro sem dizer uma palavra, com a mão tremendo, puxando a camisa do corpo pra limpar o sangue da boca. Esfreguei devagar, com ódio. Com muito ódio. — Filho da p**a… — murmurei, olhando meu reflexo no espelhinho. Boca cortada, supercílio inchado, olho já ficando roxo. MT me desfigurou na frente de todo mundo.

