Capítulo 02

2784 Palavras
A moto parou em frente à minha casa minha e da Judy e eu rapidamente desci da moto, cambaleando um pouco para trás. Entreguei o capacete para ele, arrumando os meus cabelos. — Obrigada pela a carona! — Exclamei friamente percebendo o seu olhar fixo em mim. — Me... — Ele começou a dizer, mas eu pigarrei interrompendo a sua fala. — Não precisa de desculpar, afinal, você está certo, devo parar de me lembrar da merda do nosso passado. — Olhei em seus olhos escutando um carro parando em frente à minha casa, olhei para trás, percebendo que era o carro do meu namorado. — Bem, obrigada novamente! — Afastei-me dele caminhando até o John que havia descido do carro com uma expressão preocupada. — Sua melhor amiga me ligou e disse que você havia voltado de a pé passando m*l, fiquei preocupado. — Ele disse e eu sorri vendo-o olhar para trás onde o Junan estava. — Quem é ele? — Apenas um mero conhecido da escola! — Respondi-o olhando para ele rapidamente. — Vamos para dentro, necessito dos cuidados do meu namorado, — Sou todo seu! — Ele disse pegando-me no colo fazendo com que eu risse, encostando meu rosto na curvatura de seu pescoço. Olhei para trás percebendo que o Junan ainda estava nós encarando, mesmo de capacete, pude ver que a sua expressão não era nada agradável para a gente, mas tão pouco me importava. [22:44PM] John havia ido embora pois tinha que resolver alguns problemas que surgiram de última hora. Judy ainda estava no hospital e eu estava completamente sozinha naquela casa na maior depressão.  Era estranho ficar sozinha, pois sempre eu estava acompanhada do meu irmão ou do Junan, porém naquele instante, todos haviam sumido da minha vida e só de lembrar de antigamente, ficava um pouco triste. Estava deitada no tapete peludo do meu quarto mexendo em meu celular quando o Thor entra no ambiente correndo e latindo animadamente. Desviei minha atenção para o mesmo, vendo-o deitar-se ao meu lado olhando para mim. — Cadê o bebê da mamãe? — Indaguei em um tom fofo fazendo com que seu r**o movesse mais rápido e que ele colocasse a língua para fora ficando ainda mais fofo do que o normal. — É você! — Exclamei e ele latiu levantando-se e deitando em cima de mim fazendo-me rir. — O Thor é bebê da mamãe! — Ele latiu novamente, mas logo ficou em silêncio ao soa batidas na porta. Observei-o sair correndo do quarto e começando a latir no cômodo debaixo. Levantei-me e desci as escadas vendo-o latindo em frente a porta. Aproximei-me dela e olhei pelo o olho mágico vendo que era um homem todo de preto com um olhar bem ansioso.  — Em que posso lhe ajudar? — Indaguei e vi ele olhar em volta um pouco assustado. — É aqui que Hung Junan mora? — Ele disse olhando para o olho mágico. — Não! — Respondi-o. — Tem ninguém com esse nome aqui não. — Ouvi-o soltar um suspiro baixo. — Desculpe por lhe incomodar! — Ele disse realizando uma reverência saindo em seguida da frente da minha casa. — Que estranho! — Murmurei encarando o Thor que havia parado de latir e saído da frente da porta. — Quero ficar aqui sozinha mais não... — Comecei a ficar com medo, porém não havia ninguém para me fazer companhia além do Thor. Após a aparição daquele homem na frente da minha casa em procura do Junan, demorei muito para consegui dormir. Só consegui realmente, quando levei uma faca para o meu quarto e me tranquei lá com o Thor. Estava no terraço do hospital descansando após o término da terceira uma cirurgia realizada com sucesso em apenas um dia. Bebia um chá gelado na latinha, relaxando enquanto o vento batia em meu rosto. Mesmo cercada por várias pessoas que me amavam, eu de uma maneira estranha, sentia-me sozinha, como se algo faltasse em mim, mas por mais que eu tentasse não conseguia chegar a uma conclusão o que era tal coisa que estava em falta e aquilo deixava-me de completamente doida. Meu celular dentro do bolso vibrou e eu soltei um longo suspiro imaginando que seria uma urgência. Levantei-me de onde estava sentada, mas ao virar para ir em direção a porta, encontrei o Junan. — Você está me perseguindo? — Indaguei com uma sobrancelha arqueada vendo-o sorrir para mim. — Então é aqui onde você se esconde para ter um pouco de paz. — Ele disse ignorando completamente a minha fala. — Um homem foi na minha casa em sua procura... — Exclamei e ele me olhou no mesmo instante com os olhos arregalados. — Não sei o que você andou aprontando nesses anos, mas me deixe fora disso tudo tenho coisas mais importantes para se preocupar. — Como era esse homem? — Ele indagou e eu dei os ombros como resposta. — Deve que é um dos maridos das mulheres que eu já peguei. — Brincou, mas eu pude ver que ele estava tenso. — Nojento! — Resmunguei saindo do terraço balançando minha cabeça negativamente com a sua fala. — Não sei por que ele está vindo atrás de mim. — Senti sua mão em meu pulso. — O QUE FOI JUNAN?! — Se aquele homem aparecer novamente em sua casa ou você o ver novamente... — Ele disse pegando o meu celular, deixando-me confusa. Tentei pegar, mas ele se afastou girando a minha mão enquanto eu gemia de dor. — Liga para mim! — Mostrou a tela do celular o seu número gravado. — Estou falando sério! — Eu sei me cuidar sozinha. — Exclamei pegando meu celular, guardando-o enquanto massageava minha mão. — Agora vê se para de me seguir... — Afastei-me dele terminando de descer as escadas. — Por que você está agindo assim tão infantilmente? — Ele disse atrás de mim e eu parei no mesmo instante para encara ele. — Por que não temos mais nada, não quero ser sua amiga e eu não quero te ver nunca mais em minha vida, será que fui clara em resumir tudo? — Olhei em seus olhos e ele abaixou o seu olhar. — Ótimo, agora vê se me deixa em paz Junan. — Caminhei em direção a minha sala, sentando-me na cadeira soltando um longo suspiro. — Doutora Kyum, está tudo bem? — Um dos internos indagou perto de mim e eu assenti em resposta, vendo a porta sendo aberta e fechada em seguida. — Que bicho te mordeu? — A voz da Judy soou na sala e eu abri um dos meus olhos para encará-la. — Acabei de ver o Junan saindo de cabeça baixa, tem algo haver por estar assim? — Não começa com as suas sem graças provocações não. — Exclamei levantando-me da cadeira. — Irei cuidar dos meus pacientes!   Praticamente em um piscar de olhos, dois meses se passaram desde que eu disse aquelas palavras para o Junan e ele sumido completamente do mapa, dizendo a Judy, ele havia voltado para o exército e não tinha previsão de voltar para Seoul.  Confesso que eu fiquei um pouco com a consciência pesada, mas não podia voltar atrás, pois era orgulhosa demais para pedir desculpas para ele ou pedir para que nós encontrássemos. Meu namoro com o John ainda estava firme e bem amoroso, mesmo a gente não se encontrando todos os dias ou passando várias horas juntos como os demais casais. Era aproximadamente oito horas da noite quando meu turno terminou e eu estava planejando passar no escritório do meu namorado para chamar ele para comer, após receber uma mensagem dele dizendo que iria ficar até mais tarde no trabalho. Aproximei-me do meu carro com as chaves em minhas mãos, sentindo um olhar sobre mim, olhei para todos os lados, encontrando uma pessoa no escuro olhando fixamente para mim. Adentrei o meu carro rapidamente e coloquei-o em movimento o mais rápido que eu podia em direção ao escritório do John. Em questão de minutos parei em frente ao local. Estacionei o carro e sai sorrindo só de imaginar que iria vê-lo e ficar um tempo com ele depois de um dia completamente cheio de estresse. Passei pelos os seguranças que assim que me viram, reconheceram-me. As portas do elevador se abriram e eu caminhei em direção ao seu escritório, bati duas vezes abrindo em seguida, ficando completamente incrédula pelo o que eu estava vendo. — MAS QUE MERDA É ESSA? — Gritei altamente para ele. — Você está me traindo com um homem? Sério isso!? — Ele e o outro homem começaram a vestir suas blusas. — E-Eu posso explicar Juny! — Ele veio em minha direção e eu afastei-me dele. — Não posso acreditar no que eu estou vendo?! Isso é pior do que ser traída com uma mulher... — Exclamei encarando o chão rapidamente. — Eu não fui suficiente pra você não? Você ao menos pensou em como eu me sentiria ao ser traída com um homem, em como minha confiança ficaria depois de descobrir tudo? — Tirei o meu colar que estava a nossa aliança de namoro. — Dois anos juntos que foram por água abaixo! — Vamos conversar antes de você tirar conclusões precipitadas. — Ele disse e eu revirei meus olhos em sua direção, observando o outro homem atrás dele. — Deixe-o fora disso, eu te imploro. — Você não está em direção de implorar nada para mim no momento. — Aproximei-me dele, empurrando-o para o lado para poder ver melhor o outro homem. — Faça bom proveito dele... — Entreguei o colar com a aliança para ele. — Vamos ver que com você ele vai saber meter direito, pois ele é uma merda na cama em todos os aspectos possíveis. Goza rápido, mesma posição, sem toques, sem preliminares duradouras, gemidos altos que nos deixam praticamente surdos e vários outros aspetos que se eu fosse falar ficaria anoite toda aqui. — Ele rapidamente saiu da sala. — Hey... — John disse e eu olhei para ele fixamente. — Vamos conversar, por favor! — Acabou! — Exclamei olhando para ele, saindo do escritório rapidamente em direção ao elevador, xingando-me mentalmente por ter gasto dois anos com ele. Adentrei o carro com os meus olhos marejados, batendo no volante com toda a força que eu tinha começando a chorar por tudo que eu fiz, tudo que eu sacrifiquei, além do meu amor jogado lixo abaixo por ele tão facilmente. Liguei o carro e sai o mais rápido que eu podia da frente do prédio, ligando para o meu irmão para ouvir a sua voz, coloquei o fone em meu ouvido e controlei o meu choro. — Gêmea... — Ele disse animadamente assim que atendeu a chamada. — Como você está? — Estou bem, mas com saudades de você! — Exclamei sentindo o meu choro querer aumentar mais. — Sua voz está estranha, aconteceu algo né? — Ele indagou e eu soltei uma risada fraca. — Cansada por conta do trabalho no hospital, nada demais! — Freie o carro brutalmente ao perceber que eu iria passar o sinal vermelho.  — Para de mentir, estou sentindo que está triste... — Ele disse e eu não consegui responder nada. — Você ainda está aí?! Escutei o carro freando, pelo o amor de Deus, fala alguma coisa! — Estou aqui! — Ouvi-o soltar um suspiro de alívio. — Irei desligar tá bom! — Venha aqui no dormitório... — Ele disse passando-me o endereço de onde ficava o dormitório dele. — Irei te esperar! — Desligou e eu observei o GPS abrindo sozinho com o endereço, de acordo com a programação que realizei nele. Segui a localização do GPS estacionando o carro em frente ao dormitório, assim que eu desci do carro, contemplei-o sair do local fazendo com que meu choro aumentasse. Corri em sua direção abraçando-o fortemente sentindo-o retribuir o abraço na mesma intensidade. — E-Eu vi o John com um homem me traindo com um homem... — Exclamei apertando a sua blusa em minhas mãos. — Eu magoei novamente o Junan com a minha idiotice extrema, estou cansada do trabalho e de ver as pessoas morrendo em minhas mãos mesmo eu tentando ajudar... Eu quero voltar ao passado, onde eu não tinha que me preocupar com absolutamente nada, apenas com a escola, tinha meu irmão, meus amigos ao meu lado sempre que eu desejava ou estava triste, meu pai que me apoiava em tudo mesmo eu estando completamente errada, tinha um namorado que me amava mais do que tudo em sua vida, mas agora, eu perdi isso tudo e eu não aproveitei vocês da maneira que eu desejava. Odeio ser adulta! — Chorava mais do que tudo enquanto ele apenas ouvia. — Juny! — Meu irmão disse encostando a sua testa em meu ombro e no mesmo instante senti a minha blusa ser molhada. — Vocês dois, vamos entrar... — Uma voz soou atrás de nós, fazendo com que a gente separasse o abraço. — Lá dentro vocês conversam melhor! — Era um dos seus companheiros de grupo. — E-Eu tenho que ir e você tem que descansar. — Exclamei tentando controlar minhas lágrimas vendo o meu irmão limpar rapidamente as suas lágrimas. — Te amo! — Tentei me afastar dele, mas em um gesto rápido ele me pegou no colo, deixando-me de ponta cabeça. — Minkael, por favor não, faz isso. — Rapidamente peguei a chave do meu bolso e ativei o alarme do carro.  Escutei o líder do grupo fechando a porta após termos entrado na casa e logo em seguida meu irmão colocando-me no chão da sala.  — Os meninos estão dormindo, somente eu e o ele estava acordado. — Minkael disse e eu assenti olhando em volta. — Irei dormir também! — O líder disse caminhando em direção a um quarto.  — Eu sempre sentia quando você estava triste, magoada ou muito feliz, mas não tinha tempo para ligar para você, para ouvir a sua você e muito menor ir ver você na sua casa ou no trabalho. Sinto muito por ter sumido parcialmente de sua vida, sinto-me muito culpado por isso. — Meu irmão disse sentando-se no sofá enquanto eu me sentava ao seu lado. — Você não imagina a falta que eu sinto de dormir ao seu lado ou de brigar com você por besteiras. — Eu também... — Murmurei encostando minha cabeça em seu ombro, sentindo o meu choro lentamente cessar por estar ao lado dele. — Mas não se culpe por conta disso, é a vida, a gente sabia que um dia iriamos nós separar. — Mas nunca aceitamos essa ideia. — Ele disse e eu concordei soltando um suspiro baixo e triste. — O que você disse para o Junan?! — Mudou de assunto passando suas mãos no rosto, com certeza limpando as lágrimas. — Quero me lembrar não, só sei que eu fui uma i****a igual no dia do nosso baile. — Respondi-o mordendo meus lábios para não chorar novamente. — Acho melhor eu ir embora, está tarde e você precisa descansar. — Dorme aqui... — Ele disse segurando a minha mão. — Quero dormir ao seu lado igual antigamente, os meninos nem vão se importar em você dormir aqui, por favor. — Olhou-me nós olhos com um olhar pidão. — Oba! — Sorriu alegremente ao ver que eu não respondi e nem recuei. Observei o meu irmão desligar a televisão e a luza da sala, guiando-me no escuro para algum quarto. Escutei a porta sendo aberta e em seguida fechada, então o meu irmão aproximou-se de alguma cama e com a lanterna do celular confirmou se era sua cama mesmo, deitou-se com cuidado e em seguida puxou-me para deitar ao seu lado. — Boa noite! — Sussurrou em meu ouvido, após desligar a lanterna e eu aconchegar-me em seu peitoral enquanto ele me abraçava. — Boa noite gêmeo! — Retribui o sussurro fechando meus olhos e aproveitando a sua presença.   — Faz silêncio você vai acordar eles! — Escutei uma voz perto de mim, fazendo-me abrir meus olhos lentamente. — Comecem não... — Minkael disse ainda de olhos fechados e eu escutei passos correndo para fora do quarto. — São os meninos, com certeza vão pegar em nosso pé! — Mais no seu! — Exclamei e ele disse soltando uma risada baixa. — Obrigada por ter me ouvido ontem. — Eu sou seu irmão gêmeo é meu dever ficar ao seu lado sempre que puder. — Ele disse olhando para mim, sorrindo em seguida. — Te amo irmã! — Também te amo! — Sorri de lado abraçando-o fortemente respirando fundo o seu perfume em sua roupa. 
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