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1416 Palavras
Pov Camila Cabello 1350 d.C. Mais um dia sem alimento, a fome no vilarejo estava acabando com a vida daqueles que sobraram depois do desastre. Após a terra tremer uma coisa que ninguém nunca tinha presenciado, buracos se abriram no chão, casas desabaram e gigantes rochas se soltaram das montanhas. Pessoas morreram com esse fato, amigos conhecidos e familiares, mas por sorte muitos conseguiram escapar, o problema foi a cultivação que fora destruída e não há peixes suficientes no único rio aqui perto e os animais da floresta que aqui tinham sumiram restando apenas alguns pequeno como pequenos roedores. A nossa casa por sorte não desabou ela era feita de madeira tinha dois quartos um ao lado do outro e mais um espaço maior de frente a eles onde tinha os materiais para sovar os pães que antes comíamos e equipamentos de caça. Meu pai construiu a casa. Ele, Alejandro Cabello era um homem inteligente, construiu a estrutura dela para que resistisse o temporal. Ele ensinou a mim e meu irmão tudo que sabemos. Nós fomos os únicos que sobrevivemos, nossos pais morreram naquele desastre tentando ajudar as pessoas que gritavam por socorro. No fim nos deixaram protegidos dentro de casa e não voltaram mais. A dor que senti quando descobri que eles morreram foi insuportável, uma das piores coisas que senti. Fiquei sem sair do meu quarto por dois dias só chorando e lamuriando pela perda se não fosse por meu irmão e seus argumentos para me lembrar que não posso desistir, eu não teria suportado. Dias se passaram depois desse acontecimento mais estranho e assustador que presenciei. Estava sentada em frente à mesinha com Christopher olhando o último pedaço de pão que sobrara. A fome era terrível revezávamos com o que tínhamos, mas tudo acaba não? - Este é o ultimo pão que temos meu irmão. – Falei encarando o pão enquanto minha barriga roncava. Eu nem me constrangia mais na frente de meu irmão era normal isso acontecer. - Eu sei Mila, verei se encontro algo lá fora! – Respondeu meu irmão com uma expressão cansada. - Por que não dizemos de uma vez aos nossos tios que estamos precisando de ajuda? – Tentei pedir mais uma vez a Chris. - E dizeres o que? “Tios deixem de alimentar seus próprios filhos para nos alimentarem”. – falou debochado. - Não, Chris. Depois que papai e mamãe morreram eles nos ajudaram e fizeram muito por nós, não seria agora que eles nos abandonariam. Christopher veio até mim e colocou suas duas mãos em volta do meu rosto fazendo com que eu encarasse aqueles olhos castanho tão profundos quanto os de Alejandro, o que me fez sentir um aperto no meu coração quando me lembrei daquele rosto delicado e mais belo que já vi. - Irmã, eu sei que se pedirmos ajuda a eles, os mesmos farão tudo por nós, mas não podemos prejudicá-los. Mas, duas bocas para alimentarem será pior para todos. – Suspirou antes de continuar. – E eu encontrarei algo para nós, eu prometi a ma... mamãe e papai que cuidarei de ti como minha própria vida. Olhei fixamente em seus olhos antes de abraça-lo com força e sorrir por ainda ter ele para cuidar de mim. - Obrigada irmãozinho, mas te ajudarei hoje. Não me venhas com mais desculpas que tu és o homem da casa e blá, blá, blá. Papai me ensinou a caçar, posso muito bem lhe ajudar e bem... hum, dois és melhor que um. – Falei sorrindo orgulhosa e estufando o peito. - Tudo bem querida irmã, faremos o seguinte... – Ele pensou um pouco antes de continuar. – Enquanto eu tento pescar um peixe tu vejas se consegues encontrar algo na floresta, mas me prometa que voltarás antes do anoitecer se não eu juro-te que nunca mas deixo saíres para me ajudar. - Eu lhe prometo. – Eu pulava de animação enquanto agradecia a ele. Colocamos um pouco de água no recipiente para levarmos conosco. Peguei o arco e flecha que meu pai fizera pra mim e uma faca feito de pedra, ajeitando tudo nos meus trajes esfarrapados que vestia deixando minhas mãos livres. Despedi de meu irmão que terminava de pegar a lança de madeira e segui para fora de casa, a nossa casa ficava um pouco afastada do vilarejo, próxima a floresta, mas um ótimo lugar para se morar mesmo depois da terra tremer nada atingiu nossa casa. Adentrei na floresta e caminhei tentando fazer o mínimo de barulho possível a minha sorte é que meus passos eram leves então quase não se ouvia o meu caminhar. Tirei o arco e a flecha das minhas costas e segurei em minhas mãos. Boa parte do dia já se fora passei horas procurando qualquer coisa que tivesse por ali, mas nada nenhum sinal de vida a não ser os pássaros. O problema é que a floresta era tão fechada que quando um passava perto, os galhos impediam que eu conseguisse acertá-los. Sentei em um tronco de árvore para descansar e tomei um pouco de água, a fome que sentia era imensa, o que dificultava a minha agilidade na caça. Fechei os olhos e relaxei por mais uns minutos deixando a leve brisa da floresta passar por meu rosto. Passado algum tempo, escutei um barulho fraco das folhas secas que se encontravam no chão. Imediatamente abri os olhos e olhei em volta a procura do que fosse, até que avistei a alguns metros de onde estava vi um esquilo parado roendo uma castanha, talvez. Levantei-me com cuidado sem fazer nenhum barulho me posicionei com meu arco e fechei um olho para mirar no alvo com a flecha, foi assim que Alejandro me ensinou. Para minha felicidade acertei em cheio o meu alvo. - Eu consegui, não acredito que conseguistes encontrar um esquilo. – Eu pulava e gritava de alegria corri até o bichinho. Procurei algo em volta onde pudesse prender ele e encontrei uns cipós e cortei com minha faca e amarrei em volta da cabeça do esquilo, assim que terminei coloquei o arco em minhas costas a faca na lateral da minha veste junto com o esquilo também em minhas costas preso pelo cipó. Voltei para casa sorrindo feito boba por ter sido útil e ter conseguido ajudar meu irmão, torcia para que ele se orgulhasse de mim, Chris poderia ter 23 anos e eu apenas 18 anos próximo aos meus 19, mas mesmo assim para ele, eu ainda era aquela garotinha que brincava correndo em volta da casa atrás das borboletas. Assim que adentrei em casa ainda estava vazia. Resolvi limpar o esquilo e esperar meu irmão. Logo aquele garoto voltaria. Dito e feito não demorou muito, já estava quase escurecendo e vejo a porta sendo aberta por um escandaloso todo sorridente. - Mila, minha irmã eu consegui pescar dois peixes não és muito, mas és o suficiente para uns dias, claro somente se controlarmos nossa fome. - Demorastes irmão, achei que os peixes estavam fazendo você de bobo por demorar tanto. – Gargalhei contente e me apoiei com as mãos para trás na mesa. - Claro que não. Eu usei minhas estratégias e minha inteligência e conseguistes pegar dois, veja graças a mim temos o que comer. Vamos digas se não sou bom! – Eu apenas revirei os olhos diante do que falava. Então finalmente ele olhou para baixo e viu o esquilo seu sorriso alargou mais se fosse possível e correu para me abraçar, mas antes colocou os peixes em cima da mesinha e me abraçou apertado me tirando do chão e rodopiando comigo em seus braços. Eu apenas ria. - Não acredito, irmãzinha tu encontraste algo naquela floresta ainda? Tu és incrível. – Corei com suas palavras. - Obrigada, meu irmão não lhe disse que eu seria útil? – Falei enquanto descia dos seus braços. - Claro, claro! Mas eu ainda consegui dois peixes e tu apenas um esquilo, o que me torna mais esperto. – Colocou as mãos em nas laterais da cintura e estufando o peito com um sorrisinho prepotente. - Tudo bem, Senhor poderoso! Graças a ti teremos comidas por dias. Satisfeito? - Com toda certeza! E assim fui pegar os peixes para limpar. Fiz desidratação e secagem no esquilo para comermos outro dia sem que nos fizesse m*l. Meu irmão foi pegar umas lenhas na lateral de casa para fazer o fogo e assássemos o peixe. Mais um dia sobrevivemos sem ter tomado medidas drásticas para nossa sobrevivência e assim eu espero continuarmos. Só de pensar que temos de correr a outro meio um arrepio passou pelas minhas costas me fazendo estremecer levemente com a ideia.
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