•10• Poesias 2

295 Palavras
Atirada aos lobos Eles estão famintos Eu consigo ouvir... Ouço seus rosnados e seus latidos enquanto eles me perseguem O sangue que saia de mim era muito para que eu conseguisse conter Eles haviam me farejado e agora eu não tinha pra onde correr O mais rápido que eu conseguia o quanto eu conseguia eu corria com o mínimo de esperança preenchendo um espaço microscópico em meu peito... Eu corria Eu corria pelo deserto à noite O uivo dos coiotes de misturando com os dos lobos O barulho das patas deles correndo atrás de mim Eu estava fraca Eles sabiam disso Sabiam, que se continuassem correndo uma hora eu desistiria porque eu não teria mais forças Eu estava sozinha E eles em maior número Eu estava sozinha E eles tinham um bando à favor deles Eu estava sozinha E eles eram leais uns aos outros Eu estava sozinha Porém eles se protegiam Eu estava sozinha... Atirada aos lobos Cada vez mais mais sangue saindo de mim Minha visão fica turva mas eu sabia que não podia desistir Eu não queria desistir Porém meu corpo não me obedecia mais E quando fui perceber eu estava cercada por uma matilha faminta As bocas salivando Os dentes à mostra Os rosnados cada vez mais altos e mais perto E naquele momento eu olhei para o céu Esperando que a chuva caísse e lavasse todo o sangue que agora escorria por meus braços Esperava que a chuva me desse paz Que, apesar de eu estar prestes a perder minha vida prestes a ser devorada prestes a ter minha carne sendo arrancada de meus ossos e ainda sentindo isso... Eu esperava pela chuva Porque ela me trazia paz Porque eu sabia que ela me ajudaria 16 de setembro, 2016 Sexta-feira
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