Episódio 2

1700 Palavras
— Brilhante como sempre. Seguindo de perto os passos de Amanda, Atlas aproximou-se dela assim que a reunião acabou e ela caminhava pelo corredor. Assim que ela parou, ele segurou as suas mãos. — Quando você vai aceita sair comigo? Eu, sem conseguir me conter, soltei um pequeno suspiro depois de puxar as mãos e acrescentei: você sabe que isso não vai acontecer... Você é meu cunhado, além disso... Estou muito ocupada com esta edição. Por mais que ela quisesse dizer que era porque ela não queria, essa não era a verdade. O homem era atraente, tanto ou mais do que o seu marido, que, depois da primeira noite juntos, foi embora e nunca mais voltou, sem sequer enviar um cartão-postal ao longo de todos esses anos. Um pouco decepcionado, vendo que Amanda recusava sempre os seus convites, por mais que ele insistisse, o rapaz a segurou pelos ombros e, depois que ela forçou um sorriso, ele continuou a falar. — E daí? Ainda sou seu cunhado? Amanda, Dante te deixou, fugiu com a Erika e nunca mais voltou. Esse casamento ainda é válido? Porque, para mim, não é. Mesmo depois de alguns anos, ainda doía. Logo depois que Dante foi embora, eu descobri que Erika, a sua ex-namorada a mulher que ele amava, também havia partido. E para o mesmo país que ele. Dante, com o suposto propósito de expandir a revista e a Erika, para terminar os seus estudos de medicina. Mas, eu sabia que tudo era uma mentira. Eu sabia que eles estavam juntos. Só que ninguém ousava dizer a verdade na minha frente, porque sabiam que magoaria muito. Irritada ao ouvir o nome do meu ainda marido, eu retomei a minha caminhada e ao ouvir Atlas me chamando pelas costas, eu parei, exalando bruscamente. — Você sabe que eles estão juntos, não sabe? Vi uma foto que eles postaram ontem... Não continue se enganando, você está se machucando, Amanda. Quando você vai acordar? Com os lábios franzidos e sentindo-se o pior homem do mundo por dizer tal verdade, Atlas permaneceu no mesmo lugar, a poucos metros de Amanda, que estava parada de costas, com os olhos vidrados ao ouvir tudo que o homem magoado por ser rejeitado disse, mas resistiu às lágrimas. Respirando fundo, Amanda virou-se para ele e, com um sorriso amargo, respondeu: eu sei... E não estou me enganando. É só que preciso ser sensata quando se trata de divórcio... Esta empresa é a união de ambas as famílias, e não permitirei que o nosso casamento fracassado nos leve à falência... Nenhuma família merece isso, nem a sua, nem a minha. Amanda deu um passo à frente e, depois de juntar as mãos, acrescentou: sua mãe, seu avô e você... Vocês foram muito bons para mim e não merecem algo assim. E a minha família, você sabe que a nossa vida está neste prédio... Não posso ser tão egoísta e destruir tudo com a dissolução das ações. Atlas, ao descobrir os verdadeiros motivos pelos quais Amanda ainda era casada com o irmão, suspirou e, aproximando-se dela, levantou a mão para levá-la ao rosto dela e acariciá-lo. — E eu agradeço, mas lembre-se, sempre que precisar... estarei aqui para você. Atlas era o homem dos sonhos de qualquer mulher, cavalheiro, bonito, atencioso e com muito dinheiro. Infelizmente, naquele momento, tudo o que Amanda queria era se concentrar na sua carreira, que estava em alta. Sorrindo um pouco desconfortável com a proximidade dele, Amanda o convidou a continuar o caminho, e quando ambos entraram no elevador privativo, ele perguntou: o que você vai fazer esta noite? Uma amiga da família está fazendo uma festa de noivado, é um jantar, e ela me convidou. Sabe que não estou saindo com ninguém agora, então pensei em você me acompanhar. Não era segredo para ninguém na cidade que Dante havia abandonado Amanda para fugir com a sua amante. Aliás, nos primeiros meses após a sua partida, todos a olhavam com pena, vendo como a pobre Granfort era traída na frente de todos. Juntando as mãos à frente do corpo, Amanda balançou a cabeça novamente e, guiando a mão até o botão do elevador, respondeu: você sabe que eu não posso, não, quando você ainda for o meu cunhado, Atlas, quando vai entender que não pode haver nada entre nós? O rapaz franziu os lábios, um pouco triste, sentindo a rejeição da mulher que ele amava. Antes de Dante e ela se casarem, ele já nutria sentimentos por Amanda, então testemunhar aquela união doeu, mas ver o irmão abandoná-la reacendeu as suas esperanças. Pegando a mão dela novamente, ele tentou convencê-la, então ele implorou: só desta vez... Eu prometo, se eu perceber que você não se sente atraída por mim, eu a deixo em paz. Apenas me dê uma chance, Amanda, e você verá que eu me arrisco, sou capaz de tudo por você. Dizer que ela era indiferente a ele era uma grande mentira. Talvez fosse devido à semelhança com Dante, ou porque o rapaz era realmente atraente, mas ela gostava dele, e era isso que Amanda tem evitado. Os dois permaneceram em silêncio por alguns segundos, e quando as portas do elevador se abriram, ela deu um salto de fé, um que poderia mudar tudo para ambos. Finalmente concordando com um dos seus pedidos, percebendo que ele não desistiria, Amanda balançou a cabeça e, completamente surpreso, Atlas a abraçou eufórico. — Você verá, vamos nos divertir, você não vai se arrepender... Saímos às 8. É uma cerimônia formal, então vista-se lindamente como sempre. Apertando o nariz, animado, Atlas saiu do elevador, deixando Amanda imersa nos seus pensamentos enquanto observava a porta se fechar. Será que o que ela estava fazendo era certo? Namorar o rapaz por quem se sentia atraída enquanto ainda era casada era uma boa ideia? Definitivamente não, especialmente se ele tivesse o mesmo sangue do homem que ela amava desde os 16 anos. Amanda encostou a cabeça na parede de gelo do elevador e, ouvindo novamente o sinal, sussurrou: por que Atlas? Por que eu? E por que você é irmão do Dante? Deixando o elevador, ela foi para o escritório e, ao ver o pai lá dentro, sorriu e estendeu a mão para abraçá-lo. — Eu precisava te ver... Precisamos conversar... Alguns minutos depois... — O que dia*bos há de errado com você, pai? Você enlouqueceu? Um filho? Isso é algo que eu nunca serei capaz de aceitar. Levantando-se ao ouvir tal absurdo, Amanda começou a andar de um lado para o outro no escritório espaçoso, resmungando sobre o que o seu pai estava exigindo. Ter um filho do Dante? Quando ele me deixou sozinha e foi embora, depois de esfregar na minha cara que nunca me amaria e que era feliz com outra pessoa. Amanda, ainda fora de si, parou a alguns passos do pai e, após engolir a dor de nunca ser amada de volta, acrescentou: prefiro me casar com Atlas do que ter um filho do Dante. Nunca serei capaz de esquecer o que ele fez comigo, muito menos como fez... Então não me peça para me humilhar com tal pedido. Se Granfort sabia de uma coisa, era que a sua filha era orgulhosa, algo que ela herdou dele. O homem, tentando convencê-la a ceder, seguiu-a e, ao alcançá-la, segurou-a pelos ombros antes de falar. — Amanda, você sabe que, se não fizer isso, tudo o que você conquistou durante anos estará perdido quando o divórcio chegar. Ela sabia disso mais do que ninguém, aliás, era por isso que ainda não havia entrado com o pedido de divórcio por abandono, pois isso só lhe causaria problemas. — E é por isso que eu tenho que dar um filho a ele? Supostamente, quando me casei com ele, foi para que ele pudesse reivindicar a herança. Não havia necessidade de um descendente. As coisas eram claras sobre isso, mas, para garantir uma união duradoura, ele e o avô Hackett decidiram que era o melhor. — E eu sei, Amanda, é que isso nos garante que os Hacketts e os Granforts trabalharão lado a lado pelo bem dessa criança, da sua herança... Eu sei que você odeia o Dante, e até eu o odeio, para ser sincero é que o avô dele achou que era a melhor opção, e embora seja difícil para mim admitir, realmente é. Mesmo depois de explicar, uma a uma, as razões pelas quais eu deveria ter um filho com um dos Hacketts. Eu não estava convencida disso, então, dando um passo para o lado, acrescentei: mesmo assim, acho que não. De qualquer forma, não é possível que isso aconteça... Dante está a milhões de quilômetros de distância, então isso é impossível. O pai de Amanda umedeceu os lábios e colocou as mãos nos bolsos ao ouvir essas palavras, e havia uma parte que ele estava escondendo. — Amanda, sobre isso... Ele vai voltar... Dante voltará muito em breve. Sentindo o coração parar naquele momento, Amanda piscou algumas vezes, tentando superar a confusão. Ele voltaria? Depois de três anos? Durante os quais ele não fez uma única ligação. Sorrindo sem graça, Amanda girou nos calcanhares e, caminhando até um dos sofás do escritório para se sentar. — Devo me importar com isso? Depois de três anos? Chega, pai. Esqueci o Dante. O que importa para mim agora está neste prédio. Não quero ter nada a ver com ele. O Sr. Granfort suspirou, lembrando-se de como Amanda se sentiu m*al após a sua partida, de como ela estava devastada, das noites em que chorou pelo abandono do marido, que ele jamais perdoaria. — É por causa do Atlas, Amanda? Você está interessada naquele rapaz? Tentando reprimir os seus sentimentos após saber que Dante retornaria, Amanda simplesmente assentiu e, vendo o sorriso do pai, respondeu: ele é um bom homem. Espero que seja melhor que o irmão. — Sinto muito por ter te ligado a ele. Pensei que Dante fosse diferente, mas eu estava errado. Disse o pai com pesar. Por mais que quisesse culpar o pai, ela não podia, pois ela também concordou com o casamento, pensando que ele poderia se apaixonar por ela com o tempo, mas isso não aconteceu.
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