Os Prince
No dia seguinte Harry mandou uma carta a Rony dizendo que não poderia passar as férias com ele e que iria para a Final da Copa Mundial de Quadribol de casa com Severus.
Assim que despachou a coruja Severus entrou em seu quarto o encontrando ainda de pijama olhando pela janela a coruja das neves sumir no céu claro da manhã.
- Harry, você pode ir para a casa de seus amigos se quiser, mas não passará todo o verão lá.
- Acabei de mandar uma carta a Rony, vou a final com você Severus.
Agora sim o pocionista estava surpreso, nunca pensou que o garoto tivesse essa atitude. Adolescentes costumavam pensar apenas no que queriam e ignoravam o resto.
- O que te motivou a fazer isso? - Cruzou os braços.
- É a primeira vez que tenho a oportunidade de sair com meu pai...mesmo que não seja aquele que eu sempre acreditei ser - Harry não o olhou, mas realmente pensava assim, Severus era seu pai e mesmo que não fosse o que queria não iria deixar de aproveitar enquanto ele estivesse sendo gentil já que era algo raro.
Já o pocionista se surpreendeu com as palavras do garoto, parecia que tinham algum progresso, algo de certo estava fazendo para ter a confiança dele.
- Se arrume, vou levá-los a um lugar especial - Severus disse descendo as escadas. Harry era uma caixinha de surpresas mesmo.
Quando Harry desceu, animado encontrou Draco já na sala também animado com a possibilidade de passear com o padrinho, os dois se encararam brevemente estranhando as vestes um do outro.
Harry usava uma camisa verde musgo e calça jeans, usava as cores da casa rival na tentativa de agradar Severus, já Draco estava usando uma blusa vermelho sangue na tentativa de que Harry gostasse e pudessem se aproximar.
Logo Severus desceu e foi direto para a porta, preferindo não se deter pensando no que esses garotos estavam fazendo, rivais tentando se agradar? Era estranho demais.
O pocionista preferiu utilizar os meios trouxas para chegar onde queria e os dois adolescentes pareceram animados por andarem de trem. Iam olhando tudo pela janela enquanto Harry contava a Draco sobre os lugares trouxas que viam.
Desembarcaram em Londres e andaram até um bairro de mansões antigas.
Na portaria Severus digitou uma senha e logo uma porta se abriu na parede dando acesso a parte mágica daquele bairro.
O mais velho levou os garotos até uma bela mansão com portões prateados, entraram e logo uma carruagem apareceu para eles guiada por belos cavalos negros.
O enorme jardim não permitia uma caminhada leve, eles levaria muito tempo para chegar até a casa, mas era muito bonito cheio de plantas e animais belíssimos, flores de todos os tipos e até algumas árvores frutíferas.
Nas portas da mansão havia um brasão gravado, um enorme P em letra cursiva com duas flores de lótus, uma de cada lado.
Os dois estudantes estavam maravilhados com tudo aquilo, mas o professor parecia inalterado, na verdade demonstrava certo desagrado em relação a tudo.
Harry o analisou, nunca pensou que Snape pudesse conhecer pessoas que morassem em lugares tão lindos...e isso o fazia pensar no porquê de estarem ali.
- O que acham de tomarmos café antes de conhecer a casa? - Ele olhou os garotos, precisava pensar em um modo de Draco os deixar sozinhos, precisava conversar com Harry sobre algumas coisas que não seria bom revelar os segredos daquela casa para Draco, ele não era da família.
A oportunidade surgiu depois do almoço, Draco queria ver o jardim, mas Harry estava cansado demais para ir junto.
O loiro foi com um empregado enquanto os dois morenos se entretinham com livros na sala.
- Quem são os donos dessa casa? - Harry virou uma página fazendo a pergunta de forma a parecer desinteressado. Severus sorriu, ele estava ficando igual a si e isso lhe trazia um certo orgulho.
- Você é o dono dessa casa, ela pertenceu a família de minha mãe, agora é sua - O garoto deixou o livro olhando o pai intensamente - Vem, quero te mostrar uma coisa.
O moreno mais velho levou o mais novo até uma sala que não havia mostrado para os dois antes, ela era cheia de retratos que pareciam olhar Severus com desgosto.
- Harry, essa é a família Prince, uma família puro sangue que terminou em minha mãe. - Severus mostrou cada retrato antes de continuar - A família Prince sempre teve pensamentos puro sangues e se elitizaram, como os Malfoys tanto é que minha mãe havia sido prometida em casamento ao Lord Malfoy, mas ela não aceitou, se apaixonou por um trouxa e largou o mundo bruxo para viver um romance com ele - Severus possuia um tom amargo - Então ela foi deserdada. Quando eu nasci eles ficaram horrorizados, um mestiço e minha avó decretou em seu leito de morte que tudo pertencente a família Prince ficaria congelado esperando seu herdeiro legítimo, um herdeiro de dois pais mágicos...nesse caso, você.
Harry olhou Severus em silencio, aquilo era verdade realmente? Era o herdeiro de tudo aquilo? Merlim!
- I-isso tudo é meu?
- Só seu...Você é o único Prince vivo além de mim, a fortuna da família pertence a você.
Um empregado bateu na porta avisando que Draco estava a procura de Harry para conversarem na biblioteca.
Severus olhou Harry sair com um mínimo sorriso, eles haviam parado de se atacar e pareciam bem próximos na verdade.
- Talvez o garoto possa fazer o que aquela imprestável não fez - O quadro de seu avô falava consigo pela primeira vez desde que descobriu essa casa - Unir a nossa família com a família Malfoy.
- Harry fará isso se quiser, eu os proíbo de falar sobre isso com o garoto - O pocionista saiu indo ter com os elfos na cozinha, queria saber qual seria o jantar.